Em seu 13º congresso, PC Peruano busca renovação
Cumprindo sua agenda internacionalista, o PCdoB participou, nos dias 31 de janeiro a 3 de fevereiro, do 13º Congresso Nacional do Partido Comunista Peruano. A legenda brasileira foi representada pelo secretário de Relações Institucionais, Ronald Freitas.
Publicado 11/02/2008 18:43
Também participaram dos trabalhos cinco delegações estrangeiras da Argentina, Chile, Grécia, Alemanha e Brasil. Dentre os delegados, uma variada gama de representantes de setores populares. A maioria deles era composta por operários e representantes do povo, com predominância de índios e mestiços, o que demonstra a inserção do partido nas camadas mais populares do Peru.
“O ato de abertura foi bastante vibrante, com acentuado caráter de combatividade e unidade internacionalista”, disse o dirigente brasileiro. O quadro geral do país e do partido peruano ficou a cargo do secretário-geral do Partido Comunista Peruano, Renan Raffo. Segundo Freitas, a apresentação foi marcada pelo reconhecimento dos avanços, mas também pela constatação da necessidade de se ampliar mais o trabalho do partido e de melhorar as relações com outros setores da esquerda peruana.
Além disso, chamou atenção de Ronald Freitas o nível das intervenções políticas. “Todos tinham um discurso muito bem estruturado e com forte acento classista e de defesa do partido”. Entre elas, a intervenção sobre políticas sociais destacou a necessidade de politização dos movimentos e da formação de uma coordenação política-social para buscar unificar as lutas dessa frente.
Reconstrução
O Partido Comunista Peruano, fundado em 1928, tem uma longa tradição política no Peru, tendo inclusive participado do governo do general Velasques Alvarado. Ainda hoje, o PCP sofre os efeitos da queda da União Soviética, que atingiu comunistas de todo o mundo. “O partido resistiu à onda demissionista e liquidacionista e agora vive uma fase de reorganização política, orgânica e ideológica”, disse Freitas.
Segundo o Freitas, o partido tem fortes vínculos com o movimento operário e sindical e participa da direção da CGTP, além do movimento camponês e tem significativa presença junto a setores intelectuais e acadêmicos. Busca, atualmente, ampliar sua ligação com as camadas populares das regiões periféricas das grandes cidades. “Provavelmente em decorrência desse processo de ressurgimento partidário que está em curso, os debates foram muito intensos, na busca de se abrir um caminho para a atuação comunista sintonizada com a situação atual do Peru”, lembrou Freitas, ressaltando que um dos assuntos que mais gerou polêmica foi a proposta de unificação com o Pátria Roja.
O informe político foi aprovado por unanimidade e o comitê central do PCP foi renovado, com maior participação dos jovens.
Da redação,
com Secretaria de Relações Institucionais