Edmilson exalta importância de Fidel para a América Latina

O deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB/RJ) prestou homenagem ao presidente cubano, Fidel Castro, que anunciou nesta semana que, após 49 anos, deixa a liderança de Cuba. “Desejo ao povo cubano sucesso neste importante momento histórico e que a esco

Venho prestar homenagem ao grande comandante cubano Fidel Castro que anunciou nesta semana que não será mais candidato à reeleição aos cargos de presidente do Conselho de Estado e Comandante em Chefe das Forças Armadas cubanas.



Fidel enfrentou anos de luta em busca da implantação de um Regime Socialista em seu país. Foram muitas as pressões que este líder sofreu, incluindo atentados contra sua vida e uma tentativa de invasão da ilha por parte de mercenários financiados pela maior potência econômica do mundo, os Estados Unidos. Esse mesmo País impõe um embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba, que se iniciou em 7 de fevereiro de 1962 e permanece até os dias atuais, tornando-se um dos mais duradouros embargos econômicos da história moderna, dificultando em muito o desenvolvimento daquela nação independente.
    

Este embargo permanece um assunto extremamente controverso em todo o mundo, e é formalmente condenado pelas Nações Unidas. A Assembléia Geral das Nações Unidas em 2007, “determinada a encorajar o estrito cumprimento dos objetivos e princípios consagrados pela Carta das Nações Unidas” (…) e “reafirmando, dentre outros princípios, a igual soberania das nações, a não-intervenção e a não interferência em seus assuntos internos”(..) condenou, pela 16º vez consecutiva, o embargo imposto a Cuba pelos Estados Unidos, por 184 votos a quatro. Votaram a favor da manutenção do embargo apenas os próprios Estados Unidos, apoiados por Israel, Palau e Ilhas Marshall. Essa última Resolução da ONU, aprovada dia 30 de outubro de 2007, pede o fim do embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba “o mais rápido possível”.



“Grande líder da América Latina”
    

Mas, apesar das enormes dificuldades, Fidel construiu sua história de grande líder da América Latina com muita luta e serviu de referência para a esquerda brasileira e mundial, em especial para nós, comunistas. Sob o regime de Fidel, Cuba alcançou um excelente nível educacional e de tratamento de saúde. Tudo de excelente qualidade e com acesso gratuito para toda a população. A pequena ilha conseguiu ter excelência em áreas médicas e em várias outras áreas. Se tornou uma potência nos esportes. Quando se compara os indicadores de Cuba com o de outros países da América Latina, ela está sempre à frente.
    

A população cubana vive em condições mais humanas e dignas do que os povos de outras nações. Não há fartura, mas também não existe o contraste tão repugnante entre milhões de miseráveis e uma minoria de tubarões consumistas. O país continua sendo um exemplo internacional nas áreas de políticas sociais — onde bate recordes, como no baixo índice de mortalidade infantil. No campo da seguridade social, a própria OIT (Organização Internacional do Trabalho) reconhece o alto padrão de atendimento aos aposentados e o baixo número de acidentes de trabalho. Não há desemprego estrutural.
    

A renúncia de Fidel certamente não permitirá que Cuba retroaja no desenvolvimento social alcançado. Como bem declarou o nosso querido Oscar Niemeyer: nada muda com a saída de Fidel Castro do poder. A luta continua, a revolução cubana continua e a presença dele continua, como grande líder da América Latina. Fidel na liderança do Partido Comunista Cubano influenciou e ainda influencia milhões de pessoas em todo o mundo, na luta contra a injustiça social e em busca de uma sociedade mais igualitária.



Sucessor de Fidel
    

No próximo domingo, dia 24, a Assembléia Nacional do Poder Popular (ANPP, o parlamento cubano) iniciará processo para escolha do sucessor de Fidel Castro como autoridade máxima em Cuba. Em janeiro deste ano, a população aprovou em votação geral a lista única de 614 candidatos, para o mesmo número de cadeiras na Assembléia. Vale registrar que o regime eleitoral adotado por Cuba é de fato democrático e não apenas de direito, pois aquele que se interessar em concorrer a algum cargo terá igualdade de condições. Ali, o aspecto econômico não tem o peso que tem aqui. Não é necessário fazer campanhas milionárias para conseguir ser eleito membro da Assembléia.
    

As pessoas não são eleitas por serem as que têm mais dinheiro ou recursos para investirem em suas campanhas, pagar anúncios na televisão ou no rádio, mas, por suas opiniões e idéias. Também não são escolhidas por nenhum aparelho político a serviço de nenhum grupo privilegiado. A votação é voluntária, livre e secreta. Não existe lei que obrigue os eleitores a votarem. E mesmo assim, a média é de mais de 90% de comparecimento às urnas.



Congratulações
    

Desejo ao povo cubano sucesso neste importante momento histórico e que a escolha de seu novo presidente mantenha o legado social deixado pelo regime de Fidel e avance sobre outras áreas importantes, especialmente no que se trata do desenvolvimento econômico.
    

Por fim, concluo fazendo referência a um trecho do discurso anunciado por Fidel:



“Não me despeço de vocês. Desejo apenas combater como um soldado das idéias. Continuarei escrevendo sob o título das “Reflexões do companheiro Fidel”. Será uma arma a mais, no arsenal com que se poderá contar. Talvez minha voz seja escutada. Serei cuidadoso.
      F.C, 19 fevereiro 2008″