Tese do 14º Congresso Nacional da UJS destaca ousadia
Leia abaixo íntegra da tese preliminar ao 14º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista (UJS), a se realizar de 29 de maio a 1º de junho em São Paulo. O documento não é definitivo e está aberto para as sugestões da militância da U
Publicado 22/02/2008 21:46
Leia abaixo o documento.
Se o presente é de luta, o futuro nos pertence*
– 14º Congresso Nacional da UJS –
*Importante: Este documento é uma versão preliminar da proposta de tese para o 14º Congresso nacional da UJS. Portanto, ainda está em processo de debates pela executiva nacional da UJS, sujeito a emendas, supressões, acréscimos e modificações.
Internacional
“Bush precisa ser derrotado” (Dan Bern)
1. A guerra, a miséria e a injustiça continuam sendo marcas do mundo atual. O país mais rico e com maior poder militar do planeta, os Estados Unidos, persiste em impor suas políticas às outras nações, desrespeitando organismos multilaterais, o direito internacional e os anseios dos povos, recorrendo à chantagem econômica e mesmo a ameaças de uso da força quando seus objetivos são contrariados.
2. Sob o pretexto do combate ao terrorismo, conduzem guerras por petróleo que tem assassinado milhares de inocentes no Iraque e no Afeganistão. Ameaçam o Irã, a Coréia do Norte, apóiam Israel em seus ataques contra a Palestina e mantêm o criminoso embargo a Cuba, apenas para ficar em alguns exemplos.
3. Quem ficasse apenas nos dois primeiros parágrafos poderia pensar: Bem, isso acontece já há algum tempo. Então, qual a novidade? A novidade é que a resistência crescente aos desmandos dessa superpotência começa a resultar em mudanças efetivas no mundo.
“Mas eu acredito sempre que mudar o mundo é possível” (Face da Morte)
4. Surgem países e blocos que, pouco a pouco, ameaçam o poder dos EUA como donos do mundo. Nações como a China socialista e a Rússia despontam como potências médias, economicamente dinâmicas e militarmente fortes. Há outros países que, por suas dimensões territoriais, potencial econômico e grandes populações, passam também a jogar papel relevante na cena internacional – são os casos da Índia, da África do Sul e do nosso Brasil. Como demonstração disso, basta citar o G-20 – grupo de países em desenvolvimento, articulado por essas três nações, que atua unificado para defesa de interesses comerciais mútuos e têm obtido sucesso com a estratégia.
5. E há a integração política, econômica e, às vezes, até militar entre nações. Como no caso da União Européia, que une potências daquele continente para melhor para competir no mundo globalizado, evidenciando as contradições inter-imperialistas. Ou, em outros casos, resistirem em melhores condições ao imperialismo norte-americano, caso do Mercosul.
6. Esse cenário objetivo, aliado às crescentes dificuldades econômicas que têm assolado os EUA – enfraquecendo inclusive o dólar como moeda padrão -, criam ambiente mais propício para a luta anti-imperialista. Mesmo dentro dos EUA há descontentamento generalizado com as políticas do governo de campanha eleitoral norte-americana, Bush filho apanha até dos candidatos de seu partido e ninguém quer a imagem ligada ao “Senhor da Guerra”.
7. Pode-se dizer que a situação atual aponta para a luta por uma transição, na qual países em desenvolvimento e blocos econômicos passam a fazer contraponto ao exclusivismo norte-americano como superpotência e polícia do mundo. O transcorrer dessa luta pode levar à consolidação de outros pólos de poder – a um mundo multipolar.
América Latina: ponto alto da resistência
“Traz a luz do dia e deixa que o sol apareça na América do Sul” (Belchior)
8. Aqui na América Latina é onde essa situação fica mais clara e ganha contornos nunca antes experimentados. Fruto de anos de resistência dos movimentos sociais e dos povos ao neoliberalismo, governos populares foram eleitos e reeleitos em vários países, mudando a cara da região. É certo que esses países têm processos singulares, mas há traços em comum e confluência de objetivos: recomposição do Estado e desenvolvimento nacional em contraposição à destruição neoliberal; política externa voltada para a integração regional e cooperação. São esses traços que dão à experiência em curso na América Latina o caráter anti-imperialista.
9. Cabe destacar o importante papel jogado pelo Brasil nesse processo. Pela importância geopolítica que tem o país, a eleição de Lula, em 2002, contribuiu muito para o surgimento dessa “onda progressista”.
10. São emblemáticos os processos que acontecem na Venezuela, onde Hugo Chávez recolocou em pauta a luta transformadora, com o que chama de Socialismo do século 21; na Bolívia e no Equador, onde vigoram processos de forte valorização nacional e dos povos indígenas. Em outros países, como no Brasil e na Argentina, através da reeleição de Lula e da eleição de Cristina Kirchner, seus povos optaram por prosseguir na luta pelas mudanças iniciadas. Uruguai e, mais recentemente, Nicarágua também vivem suas experiências, na busca do caminho autônomo para o desenvolvimento. Ainda o Paraguai, que tem como favorito para vencer suas eleições um candidato progressista. É necessário ainda valorizarmos o heroísmo de Cuba socialista, que separada por poucos quilômetros do grande inimigo dos povos, completa no próximo ano (2009) o cinqüentenário da Revolução Cubana, que permanece viva e se fortalece, apesar do grave bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e de constantes ameaças.
11. Implementando políticas externas pró-ativas e independentes, esses países têm atuado em sintonia, e respeitando a soberania de cada um, para fazer valer os interesses da região frente às imposições norte-americanas. O Mercosul, agora fortalecido, é uma das experiências mais radicais e avançadas de integração. Desde facilitar a mobilidade entre os povos dos países membros, passando pela criação de um Parlamento que permanentemente visa aprofundar e institucionalizar as políticas comuns, até a intenção de criarmos uma moeda única. Da Comunidade Sul-Americana das Nações (CASA), nasce a UNASUL (União das Nações do Sul) – que cria o Banco do Sul – para fomentar o crescimento, desenvolver a infra-estrutura da integração e corrigir as assimetrias. A Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA) é outra importante iniciativa, composta por Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia, que visa a implementação de um projeto de integração baseado na solidariedade entre esses países.
12. Contudo, mesmo aqui os poderosos ainda têm muita força. Isso ficou demonstrado na recente derrota do presidente venezuelano Hugo Chávez no plebiscito para mudança constitucional. Também é evidente na luta que trava Evo Morales, na Bolívia, contra os estados ricos que ameaçam a divisão do país caso ele leve adiante as propostas aprovadas para a nova Carta daquele país. Além disso, ainda existe o risco representado pelas diversas bases militares norte-americanas espalhadas por países da região – com destaque para as bases instaladas nas regiões fronteiriças com o Brasil.
13. Ainda sobraram da direita mesmo, de representação in loco do império norte-americano, a Colômbia, do fascista Álvaro Uribbe (embora esse represente um poder parcial naquele país), Peru, Costa Rica e México. No caso da Colômbia, devemos comemorar a vitória da libertação de reféns, mediada por Hugo Chávez, podendo significar um primeiro passo ao diálogo e às negociações do impasse histórico daquele país, onde a luta armada prevalece há décadas na resistência das FARC.
14. Não admitiremos recuos e a volta dos capachos dos Estados Unidos aqui no continente. Vamos lutar, mobilizar e provar para todos que o caminho da integração com nossos irmãos não tem volta. Porque se o presente é de luta, o futuro nos pertence!
Brasil
Pisar no Acelerador – Atitude para Mudar o Brasil
BOX – Graças as nossas lutas, os primeiros anos de Lula trouxeram muitas conquistas….
* Democratização do Estado e intenso diálogo com os movimentos sociais;
* Geração de milhões de empregos com carteira assinada e aumento real do salário mínimo, tirando mais de 20 milhões da linha da pobreza. A taxa de desemprego é a menor nos últimos 10 anos;
* Reduziu a vulnerabilidade externa do país;
* Política externa soberana;
* Programas sociais, como Bolsa Família e Luz Para Todos;
* Avanços na área educacional, como a ampliação de vagas nas universidades públicas, o ProUni, o PDE, * Fundeb, dentre outros;
* Oportunidades para a juventude, através de programas como Pro-Jovem, Segundo Tempo (Ministério do Esporte), Programa Cultura Viva, dentre outros.
… Mas persistem insuficiências, que só serão superadas com muita luta
* Juros altos;
* Elevado superávit primário (economia para pagar despesas da dívida pública);
* Política monetária de liberdade de câmbio, prejudicial à indústria nacional;
* Ausência de reformas estruturantes;
* Nada fez pela democratização dos meios de comunicação;
* Não avançou numa proposta democrática de Reforma Política
15. Lula foi reeleito em 2006 quando apresentou claramente para o povo que iria avançar mais nas mudanças no segundo mandato. O desenvolvimento foi a pauta principal da campanha, porque todo mundo sabe que só com crescimento acelerado da economia é possível gerar milhões de empregos, distribuir renda, aumentar os investimentos sociais e dar mais direitos para o povo, recuperar a infra-estrutura do país, construir moradias para quem precisa, aumentar o ritmo de expansão das universidades federais, dar recursos suficientes para o ensino fundamental e básico e para a saúde.
16. Por isso, a vitória de Lula foi um duro golpe nas pretensões das elites, que tinham a expectativa de voltar ao poder para vender o patrimônio público, fazer reformas regressivas nas leis trabalhistas e na Previdência Social, acabar com programas sociais – que eles chamam de gastos – e dar mais dinheiro para os parasitas que vivem de juros. Foi também uma tremenda derrota da grande mídia – que hoje atua como partido político da direita -, que desde que Lula pisou no Palácio do Planalto faz oposição sistemática e busca deslegitimar o governo democraticamente eleito.
17. A reeleição, da forma como se deu – ampliando a base do governo na Câmara, conseguindo apoio de diversos governos estaduais -, tornou melhores as condições da luta por mudanças. Contudo, persiste e se agrava a polarização entre direita e esquerda e permanece a dualidade dentro do próprio governo.
18. A primeira medida de 2007 foi o anúncio de um conjunto de projetos, com investimento público e privado, para acelerar o crescimento da economia – o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O PAC tem o sentido de recolocar o Estado como responsável por induzir o desenvolvimento e vai no sentido dos compromissos assumidos na campanha. Pois na mesma semana, o Banco Central – tendo a frente Henrique Meirelles, representante dos interesses dos banqueiros – diminuiu o ritmo da redução da taxa de juros (Selic). Ora, com os juros pornográficos do Brasil, fica mais difícil que alguém se aventure a pegar empréstimo para consumir ou para investir na produção, o que reduz o ritmo de crescimento da economia. Fica evidente que o Banco Central se recusa a jogar no time das mudanças e está sabotando o desenvolvimento do país.
19. Ao mesmo tempo, a oposição e a mídia trabalham unidas para manter o governo na defensiva, impondo sem trégua uma agenda negativa. Foi assim com o “Caos aéreo”, quando chegaram ao descaro de colocar no colo do governo a culpa pelo lamentável acidente com o avião da TAM. Também foi esse objetivo que guiou a guerra política que tirou Renan Calheiros da presidência do Senado.
20. A última casca de banana que jogaram em 2007 foi acabando com a CPMF – contribuição que só doía nos bolsos dos ricos e destinava R$ 40 bilhões para investimentos sociais, principalmente para a Saúde e para o Bolsa Família. Para se ter uma idéia, alguém que ganhasse R$ 65 mil por ano (R$5 mil por mês!) – salário elevado para a grande maioria dos brasileiros – teria pago ao fim de um ano R$ 250 de CPMF. Ao passo que aqueles que vivem de salário mínimo, por exemplo, eram isentos da taxação.
21. Como não poderia deixar de ser, eles iniciam 2008 querendo colocar “nas cordas” os atores políticos que agitam bandeiras progressistas. Para manter o governo acuado, inventaram a epidemia de febre amarela – irresponsabilidade que fez muitas de pessoas tomarem superdosagem de vacina. Como se vê, os setores conservadores têm ainda muita força, capacidade de articulação e contam com o apoio da mídia, que nos dias de hoje tem um poder desmedido, conseguindo fabricar crises e criar verdades absolutas ao sabor de seus interesses.
Presente de Luta – Ousadia para nós é Atitude!
“Alô Brasil, o nosso povo quer mais” (Samba enredo Vai-vai 2008)
22. Não podemos ficar acuados, apenas reagindo ao que nos é imposto por quem quer o Brasil andando para trás. A exemplo da atitude ousada que tivemos no inesquecível 16 de agosto de 2005, quando desmascaramos a tentativa golpista da direita, a juventude tem que colocar o debate no seu devido lugar e retomar a iniciativa política para o campo progressista, fugindo da apatia desejada por alguns, sem jogar água no moinho do inimigo, mas sem deixar de exigir os compromissos assumidos em 2006.
23. A UJS deve cumprir seu papel de pressionar por uma plataforma clara, com propostas as mais avançadas possíveis, porém factíveis no momento político atual, para nos aproximarmos do objetivo da sociedade justa e igualitária – socialista.
24. Exemplo concreto dessa luta está na opção que será tomada para cobrir o fim da CPMF. Os movimentos sociais devem se posicionar e apoiar a medida de aumentar a alíquota da CSLL (Contribuição Sobre o Lucro Líquido)– que atingem mais os ricos e os banqueiros – como forma de repor o dinheiro perdido, abrindo espaço para o debate sobre a necessidade de uma Reforma Tributária progressiva, taxando mais quem tem mais. O fim da CPMF não pode significar cortes na área social. Os movimentos devem pressionar para o governo fazer desse “limão uma limonada” e pisar no acelerador no caminho das mudanças.
25. Por isso, ganha centralidade a luta por reformas democráticas estruturais para colocar o Brasil na rota do desenvolvimento soberano – como as reformas educacional, tributária, agrária, urbana, política e democratização dos meios de comunicação. Bandeiras que se articulem e possam liberar as forças do país para crescer e aprofundar a democracia podem falar aos sentimentos e corresponder às expectativas do povo, proporcionando grandes mobilizações por mudanças.
26. É nossa tarefa, pela força e influência política que temos na área, impulsionar a Reforma Educacional. O tema da educação tem ganhado no Brasil grande relevância. Precisamos aproveitar esse ambiente para unir nossas bandeiras na elaboração de uma ampla reforma educacional, que traga em seu centro um projeto de nação soberana, desenvolvida e socialmente justa, a partir de discussão profunda quanto à qualidade do ensino e à possibilidade de acesso ao conjunto do povo.
27. A UJS deve atuar no sentido de, junto com as outras entidades, recompor e redefinir o papel da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). Ela foi pensada como ampla articulação de movimentos para impulsionar a luta por mudanças no país e é preciso reforçá-la nesse sentido. A CMS deve ser o ator político propulsor das mudanças estruturais para o país, que darão sentido estratégico ao segundo mandato de Lula e acumularão mais forças para o campo progressista.
“Se o Presente é de Luta, o Futuro nos Pertence” (Che Guevara)
28. O primeiro grande momento da batalha política em curso terá lugar agora em 2008, nas eleições municipais. Será um teste de fogo, balizador da correlação de forças, pois define sob qual direção política ficarão grandes cidades e parcelas importantes do eleitorado, servindo de base para a próxima eleição presidencial.
29. O divisor de águas será em 2010, quando as eleições gerais mais uma vez devem contrapor as forças da mudança e do atraso. Desde a redemocratização será a primeira eleição em que Lula não é candidato, o que desperta os ânimos e a expectativa de vitória dos setores reacionários. É para essa disputa que as forças políticas se preparam e, desde já, se movimentam. O desafio da UJS é travar a luta incansável pelas mudanças, jogar papel decisivo para garantir a vitória do campo progressista, já que a volta dos conservadores significaria uma derrota histórica e a interrupação do projeto que é fruto de décadas de acúmulo dos movimentos sociais.
30. A geração da consolidação da UJS deve estar à altura de vencer essa disputa. Essa é a nossa responsabilidade e vamos cumpri-la – afinal, se o presente é de luta, o futuro nos pertence!
Ideológico
O Futuro nos Pertence
31. Perto de completar vinte e cinco anos, a UJS carrega consigo a marca de uma juventude revolucionária. Neste período, reafirmamos o Socialismo como a alternativa capaz de superar os problemas do nosso povo e o caminho necessário para que ocorram mudanças profundas no nosso país. Essa certeza nos prepara para as grandes lutas do nosso tempo, pois as tarefas de hoje pertencem a nossa tradição consciente, pois não caímos no conto da sereia que pregou o fim da História e o triunfo do Capitalismo. Queremos um mundo igualdade e paz, de justiça e desenvolvimento pleno. Para que isso ocorra, não bastam somente idéias, nossa luta tem que ser feita nas ruas, na ação cotidiana da juventude brasileira. Esse é o principal espírito da UJS: uma juventude que não se cansa e que quer muito mais do que o Capitalismo nos oferece, pois o nosso futuro há de ser socialista.
“Quem é do mar não enjoa” (Martinho da Vila)
32. Não nos impressionamos com as ilusões do mundo da competitividade. Sabemos que essa liberdade que pregam por aí acaba sempre excluindo uma parcela gigantesca e que a exaltação do individualismo vem sempre como opressão das vontades coletivas. O capitalismo prega o mundo da competência, mas nega à maioria a oportunidade de desenvolver a sua própria criatividade.
33. Em oposição a tudo isto, as nossas lutas se renovam em escala mundial e estão presentes na solidariedade entre os povos e no respeito à identidade de cada Nação. É por isso que devemos estar preparados para uma nova luta pelo Socialismo, distinta das lutas do passado e identificada com os anseios por mudanças mais estruturais.
34. O Socialismo deste novo século se renova com a luta da juventude que enfrenta as desigualdades e traz consigo as bandeiras da liberdade, da igualdade e da paz. Quando não perdemos a perspectiva da luta, passamos a aproveitar melhor a nossa criatividade e a nossa combatividade.
35. Pesquisa recente sobre juventude e democracia mostrou que a maioria acredita na participação como o caminho mais efetivo para mudar a sociedade. É se associando em torno de causas que a juventude desperta para a luta política, desenvolvendo valores de solidariedade, independência, humanismo e vida coletiva.
36. Por isso que não abrimos mão de debater e de fazer política. Dia a dia enfrentamos uma avalanche de idéias que negam à juventude o seu protagonismo. Dizem que a política corrompe e que não resolve nada. Por trás disto se esconde o medo do questionamento das velhas práticas e, mais do que isso, o medo de perder o poder. “Quem é do mar não enjoa”, já dizia o sambista Martinho da Vila, e quem quer mudar sabe que combater a despolitização e as idéias conservadoras é parte do enfrentamento ao velho Capitalismo.
Os conservadores tentam nos jogar na contramão
37. As elites conservadoras não têm o menor interesse em fortalecer a participação e o associativismo juvenil. É por isso que, usando de seus meios de opressão, elas semeiam a desilusão, buscando reduzir o ânimo e a energia revolucionária da juventude, como se não bastassem as nossas condições concretas de vida. Afinal, fenômenos como o desemprego e a violência também dificultam a participação juvenil na medida em que fomentam o desencanto, levando a um sentimento de impotência de mudar o mundo. Para as elites neoliberais a participação não deve e não pode chegar a sua forma superior – a participação política organizada –, devendo, ao contrário disso, resumir-se a um mero exercício individual de cidadania, a uma mera expressão da opinião individual.
38. É tarefa das forças progressistas lutarem pela construção de um movimento juvenil que aponte no sentido da radicalização da participação, abrindo canais para que o jovem possa se comprometer com a construção do novo Brasil.
“Não sou escravo de ninguém” (Legião Urbana)
39. Em meio a todas as contradições presentes no Capitalismo, a luta ideológica é um flanco em que não podemos baixar a guarda. Não nos iludimos com os falsos encantos e com os meios aliciadores e que tentam nos cooptar, pois sabemos que não existe saída individualista para os problemas do Brasil. Em meio à UJS não cabem projetos próprios, que trazem mais vantagens pessoais e somente criam desavenças. Também em meio a esse ambiente de competitividade e individualismo florescem as tendências ao pragmatismo, uma doutrina segundo a qual as idéias são instrumentos de ação que só valem se produzem efeitos imediatos. Esse “imediatismo” muitas vezes acaba por substituir a política estratégica e a luta de longo prazo por resultados mais imediatos. A rendição ao pragmatismo acaba com a nossa unidade e rebaixa os nossos objetivos estratégicos.
40. Outra tendência que precisamos combater é a burocratização que impõe a rotina e a mesmice e esmaga a criatividade e as novas idéias. Tudo isso nos afasta dos anseios das massas e dos reais problemas da juventude. A adaptação à ordem dominante, com métodos elitistas e cupulistas cria um distanciamento da juventude, da base militante. O objetivo da infiltração destes problemas em meio à juventude revolucionária tem como objetivo final a liquidação das nossas organizações e o atraso do caminho revolucionário. Precisamos elevar a cultura e a consciência política da juventude num ambiente saudável e capaz de aglutinar e fazer com que ela sinta-se parte ativa das mudanças.
Juventude e políticas públicas
Enfrentar os problemas da juventude
41. Os resultados dos oito anos de FHC foram cruéis e são sentidos até hoje pela juventude brasileira. Ao falar em educação vamos ver que apenas 7,2% dos jovens têm acesso ao Ensino Superior e 40% param de estudar entre 16 e 17 anos, sendo que quase metade deles por dificuldades financeiras.
42. A PNAD/IBGE mostra que, em 2001, morreram 45 mil jovens de 15 a 24 anos. No conjunto da população o índice de mortes por causas violentas é de 48,2 a cada 100 mil habitantes, enquanto entre os jovens é de 74,4. Segundo a UNESCO a taxa de mortalidade de jovens no Brasil é a terceira maior do mundo, menor apenas que as de Colômbia e Porto Rico.
43. Os jovens, portanto, compõem o segmento populacional mais vulnerável aos males do Capitalismo, como a violência e a dependência de drogas. Nossa juventude sofre hoje, na realidade, um verdadeiro processo de extermínio, derivado de um sistema injusto e excludente.
A saída é a participação
“Juventude alegre vem cantar, Juventude não deixe de sonhar” (os Mensageiros)
44. Levando em conta todas essas mazelas e também os anseios da juventude é que hoje em dia se fala tanto em Políticas Públicas de Juventude – PPJ. São diversos temas ligados a nossa realidade – educação, esporte, lazer, moradia, trabalho, segurança, sexualidade, cultura, drogas, meio ambiente, liberdade. Como em qualquer política pública, as PPJs também sofrem disputas políticas e ideológicas. Temos que defender a maior amplitude nessas discussões, com garantia de participação de toda a sociedade civil junto aos movimentos juvenis, ou seja, daqueles que podem contribuir para a formulação de políticas mais próximas da realidade dos jovens.
45. Todos os direitos pelos quais lutamos devem ser bandeiras na discussão de PPJ, assim como devemos levar em conta todos os dados da realidade concreta da juventude brasileira. Também é necessário fazer recortes importantes ao se pensar as PPJs, lembrando que existem jovens deficientes, negros, mulheres e homossexuais. Isso não é à toa: mais da metade das jovens já engravidaram, sendo que 30% dessas engravidaram até os 18 anos. Ou seja, isso tem que ser levado em consideração.
O governo Lula e o novo tempo nas PPJs
“A Juventude Prevaleceu” (Art Popular)
46. A criação pelo governo Lula da Secretaria Nacional de Juventude, do Conjuve e de programas como o Pró-Jovem inauguraram um importante marco institucional para as PPJs. Somam-se a isso as ações em andamento no Congresso Nacional, como a discussão do Plano Nacional de Juventude e do Estatuto da Juventude, sem falar na convocação da I Conferência Nacional de Juventude.
47. Por seu potencial mobilizador e de promoção do diálogo democrático, merece destaque a criação do Conjuve, que tornou-se um importante espaço de interlocução do governo com a sociedade. Sua criação representa um considerável passo para o êxito do novo modelo de políticas públicas de juventude, já que essas precisam contar com a participação efetiva dos jovens em sua elaboração, avaliação, proposição e execução. A UJS, através das entidades em que atua jogou papel fundamental na eleição do novo mandato do Conselho, que tomou posse no início de 2008, tendo ela mesma sido eleita para essa nova gestão.
48. Sabemos que as políticas em desenvolvimento no governo Lula ainda apresentam uma série de problemas e distorções, que precisam ser solucionadas e corrigidas. É claro que a política econômica vigente interfere diretamente nas ações governamentais, inclusive naquelas voltadas à juventude. Podemos afirmar que, embora possamos detectar um salto de qualidade em sua concepção, programas como o Pró-Jovem ainda são tímidos para a demanda, dado que atingem um número relativamente pequeno de jovens. Há também algumas ações, a exemplo do Programa Primeiro Emprego, que não atingiram seus objetivos, devendo passar por um processo de reformulação.
49. Mas esses e outros problemas nem de longe são capazes de apagar os avanços que tivemos nessa área. Podemos afirmar que a política de juventude do atual governo vai no mesmo sentido da idéia geral que levou à eleição de Lula em 2002: a da construção de um novo projeto para nosso país, baseado em concepções distintas das dos governos anteriores.
Eleições 2008
“Quem tem um sonho não dança” (Barão Vermelho)
50. Como parte deste processo de conquistas e avanços, tanto nas políticas de juventude quanto em outras tantas questões centrais para o país, nesse ano enfrentaremos uma acirrada disputa política nas eleições municipais e devemos, sem titubear, colocar essa agenda no centro das nossas tarefas.
51. A UJS mobilizará a juventude para que as lideranças políticas que propõem um programa avançado e comprometido com os anseios populares triunfem nessa disputa. O primeiro passo é combater a apatia e a despolitização imposta pelas idéias reacionárias. A juventude não somente deve participar como também apresentar suas candidaturas nestas eleições. Por todos os lugares a UJS tem discutido com diversos movimentos juvenis o seu apoio a candidaturas jovens e também na formulação de programas eleitorais comprometidos com a juventude. Cada vitória nestas eleições fortalecerá o campo progressista e contribuirá para uma maior consciência do povo. Somente assim seremos capazes de impulsionar mudanças mais profundas para o país.
Defender os interesses da juventude (Orientações eleitorais para 2008)
52. As eleições são um importante momento de crescimento, o que nos exige campanhas mais criativas e plataformas eleitorais construídas em conjunto com os anseios gerais e cotidianos da juventude. A UJS precisa aglutinar importantes movimentos juvenis no apoio e na mobilização das candidaturas que defenderemos. Envolver esses movimentos exigirá amplitude, aglutinando jovens à UJS, mas também respeitando a autonomia e a pluralidade da juventude.
53. É importante ficar claro que nessas eleições nossa postura será totalmente diferente de outras eleições, pois em muitos casos haverá candidaturas sustentadas quase que exclusivamente pela própria juventude. Por isso, precisaremos de um maior grau de envolvimento e profissionalismo.
54. Além de nos colocarmos como alternativa de organização da juventude, a UJS precisará contribuir para importantes vitórias eleitorais. Ou seja, além de apresentarmos a UJS, de filiarmos milhares de jovens e de darmos cara própria para a nossa campanha, deveremos ter como objetivo estratégico a eleição de vereadores jovens, comprometidos com a luta da UJS, mas também de prefeitos ligados ao campo progressista, como é o caso da Deputada Federal Manuela D´Avila (PCdoB), membro da direção nacional da UJS, que será candidata à prefeitura de Porto Alegre. Isso exigirá uma maior atenção das direções municipais e estaduais, pois das direções municipais, deveremos compor amplas coordenações de campanha em centenas de cidades.
55. Quanto às propostas, é preciso apresentar uma plataforma avançada e conectada com os reais problemas da juventude de cada lugar. Os eixos centrais deverão expressar programas capazes de responder a essas realidades, mas também que tenham como centro a implantação, multiplicação e consolidação de secretarias, conselhos e coordenadorias de Políticas Públicas de Juventude (PPJ).
Nas eleições: “Vê se te Orienta!” (Raul Seixas)
56. Compor comitês de campanha das candidaturas majoritárias e proporcionais, de forma ampla e representativa com os diversos movimentos juvenis;
57. Coordenar nossas atividades de campanha a partir das Direções da UJS sem abrir mão da nossa construção durante as eleições;
58. O ambiente da nossa campanha deve estar diretamente relacionado aos locais de atuação da UJS (escolas, universidades, bairros, locais de trabalho da juventude, movimentos culturais, etc);
59. Confeccionar materiais criativos e com identidade própria para UJS, dando visibilidade as nossas candidaturas, mas sem esconder a nossa organização;
60. Buscar priorizar a atuação dentro das salas de aula e onde isso não for possível, buscar alternativas de contato direto com a juventude, propiciando envolver e também dialogar com os jovens eleitores.
Se liga 16!
O voto aos 16 precisa ganhar um novo fôlego e o objetivo central passa por recrutar a juventude nessa faixa etária para votar nessas eleições. O centro da mobilização passa por conscientizarmos da importância não somente de votar, mas de que esse ato seja uma aposta nas idéias mais avançadas que são representadas pelas candidaturas que a UJS apóia.
61. Cada cidade deverá traçar metas concretas para o recrutamento de novos eleitores. Os TREs e o próprio TSE têm desenvolvido boas campanhas para o voto aos 16 e a UJS precisa dar a sua cara para essas iniciativas. As entidades estudantis podem ser importantes aliadas, pois a campanha precisa ser o mais ampla possível. Essa fase da campanha se encerra em maio de 2008.
62. Num segundo momento, que vai de maio até outubro, devemos entrar em contato com os novos eleitores tentando ganhá-los para a campanha dos nossos candidatos. Daí a importância de um bom planejamento e de muita organização para não perdermos o contato de toda essa galera.
Organização
Uma nova UJS para um Novo Brasil
“Meu sonho pode ultrapassar o curso natural dos acontecimentos, ou desviar-se para uma direção onde o curso natural dos acontecimentos jamais poderá conduzir. No primeiro caso, o sonho não produz nenhum mal; pode ate sustentar e reforçar a energia do trabalhador. Em tais sonhos, nada pode corromper ou paralisar a força do trabalho. Ao contrário, se o homem fosse completamente desprovido da faculdade de sonhar assim, se não pudesse de vez em quando adiantar o presente e contemplar em imaginação o quadro lógico inteiramente acabado da obra que apenas se esboça em suas mãos, eu não poderia decididamente compreender o que levaria o homem a empreender e realizar vastos e fatigantes trabalhos na arte, na ciência e na vida prática… O desacordo entre o sonho e a realidade nada tem de nocivo se observa atentamente a vida, compara suas observações com seus castelos no ar, e, de uma forma geral, trabalha conscientemente para a realização de seu sonho. Quando existe contato entre sonho e a vida, tudo vai bem.”
63. Pissarev
64. O congresso é o período em que mais pensamos coletivamente e apresentamos a UJS. É esse o espaço para toda a militância travar o debate franco, em busca dos caminhos para superar atuais e novos desafios, sempre conectados com a luta do povo. O momento político mais avançado e o nosso posicionamento correto elevaram nosso protagonismo, fazendo com que este congresso busque transformar a consciência deste novo tempo em ações para o fortalecimento político, ideológico, orgânico e estrutural da UJS.
65. Construir a UJS cada vez mais massiva, formada ideologicamente e organizada está na ordem do dia. Nosso dever é preparar um exército capaz de enfrentar os obstáculos das lutas pelo aprofundamento das mudanças em nosso país. Para nós, ousadia é atitude.
66. Por isso, esse congresso deve refletir e buscar novos horizontes para expandir nosso sistema organizacional e estrutural fazendo com que a UJS se torne cada vez mais um espaço de relação e convivência de todo jovem que de algum modo queira lutar por questões das mais variadas, seja ela comum a todos ou específica. O importante é encontrar ambiente para desenvolver ações e projetos juvenis.
67. Além disso, o momento nos dá condições para grandes conquistas para a juventude no Brasil. Esse congresso configura-se em uma excelente oportunidade de avaliarmos o estágio da nossa Organização e projetar novos desafios que aproveitem ainda mais este contexto para expandir a nossa influência na política real, conquistar direitos, difundir os ideais socialistas e crescer a UJS.
2006/2008 – “Muito Vale o já Feito” (Milton Nascimento)
68. “A Estrada vai Além do que se Vê”: dessa maneira encaramos os desafios desse período. Entramos na batalha para ajudar a reeleger o presidente Lula com um avançado programa de governo. No segundo turno, em apenas dois dias montamos uma grande passeata da juventude, com aproximadamente 40 mil pessoas, no Rio de Janeiro, demonstrando a forte capacidade de mobilização da UJS. A vitória eleitoral nos deu ânimo para lutar e combater as guerras imperialistas, representados pela patética figura de Bush, que não teve trégua no Brasil – a exemplo da sua última visita, quando a campanha “Bush – Persona non grata” se alastrou por todo o país com muita atitude e irreverência. A UJS foi referência mundial de luta pela paz e contra o imperialismo.
69. Num momento turbulento, em que as elites tentaram golpear a democracia, através do movimento “Cansei”, tiramos a máscara do conservadorismo nacional com a campanha “Quem Vem com Tudo não Cansa”.
70. “Quer Mudar o Brasil? Não Fique só na Vontade”. Assim, chamamos a juventude a se engajar na luta pelas mudanças no nosso país. A campanha de filiação, lançada no 50º Congresso da UNE, trouxe um saldo importante de novas filiações e foi um grande destaque da UJS ao longo de todo o ano.
71. O último biênio da UJS também foi marcado pela atuação a frente das Políticas Públicas de Juventude. A eleição da Manuela D´Ávila deu voz mais cotidiana a esta pauta no Congresso Nacional. Uma notável vitória já foi consumada com a aprovação da Lei de Regulamentação dos Estágios. O crescimento da nossa influência no Conselho Nacional de Juventude e a Conferência Nacional sobre Políticas Públicas de Juventude fez com que o tema estivesse presente no conjunto das direções da UJS, representando um grande salto qualitativo e organizativo.
Eu quero é botar meu bloco na rua
72. Em janeiro de 2007, mobilizamos uma grande bancada para a V Bienal da UNE. Na ocasião, ajudamos na retomada do terreno da Praia do Flamengo da UNE e da UBES. Também lançamos o movimento ao 50º Congresso da UNE – “Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua”, que mobilizou centenas de milhares de estudantes pelas universidades brasileiras para realizar as primeiras eleições de delegados por universidade da história da entidade. O resultado foi um processo mais democrático, um congresso mais politizado e a UNE mais forte e plural.
Todo mundo pra rua aumentar o som
73. No segundo semestre foi a vez do movimento secundarista mostrar o seu valor. O debate sobre a Nova Escola, motivou a galera do movimento “Todo Mundo pra Rua Aumentar o Som” na construção do 37º congresso da UBES. O processo de congresso teve melhora na qualidade de algumas etapas estaduais. Apesar disso, a UJS identificou a necessidade de reequilibrar a atenção entre os movimentos secundarista e universitário, o que deve significar uma profunda mudança em nossa atitude no próximo período.
74. A UJS vem diversificando sua atuação nos últimos anos. Tivemos uma boa participação no II Encontro de Jovens Trabalhadores da CUT, crescemos nossa participação nos estados e no Encontro Nacional. No final de 2007, os jovens trabalhadores participaram no Congresso de Fundação da CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras de Brasil). Os manos e as minas organizaram o Encontro InterNAÇÃOal Contra o Aquecimento Global, na cidade de Campinas, reunindo centenas de grupos de hip hop de todo o Brasil e de alguns países latino-americanos. As jovens mulheres desenvolveram a campanha “Violência: a Juventude não aceita. Denuncia”, um marco para a frente. Além disso, participamos das Paradas da Diversidade Sexual e tivemos forte presença nas atividades internacionais.
Uma nova UJS para um novo tempo
“Um lindo sonho, nesta vida se torna real/Pra quem lutar, acreditar num ideal” (Vai-vai samba 2008)
75. Esta geração da UJS está inscrita numa época de mudanças no Brasil e na América Latina, num mundo em profunda crise, o que gera reflexos na juventude e, portanto, na UJS. A juventude brasileira está mais aberta à participação, tem mais acesso à informação, se comunica o tempo inteiro. A UJS também se modificou. Entendemos o novo momento, soubemos surfar na onda das mudanças e isso nos traz à necessidade de dar um salto qualitativo e quantitativo: construir uma UJS mais robusta, efetivamente massiva, presente em todos os espaços da juventude de forma organizada. Este congresso deve ser o embrião desta nova fase. Aqui, devemos começar a caracterizar a “UJS do século XXI”, para que o próximo biênio dê conta dos primeiros passos nesse rumo.
76. Por isso, devemos ter no centro do seu trabalho organizativo, o início da construção desta UJS do século XXI, como um amplo movimento juvenil de massas, com intenso protagonismo político organizado nas mais diversas áreas.
“Mais vale o que será” (Milton Nascimento)
Contruindo o biênio 2008-2010
Campanhas
77. A UJS vive através das campanhas. Elas funcionam como nosso coração, sendo cada pulsação uma campanha. Através delas mobilizamos a juventude e crescemos, mantendo os núcleos vivos e o conjunto da militância em atividade.
78. Toda campanha tem que ter como objetivo cumprir um ciclo de mobilizar, conscientizar, filiar e organizar milhares de jovens para nosso projeto estratégico. Em geral, todas as campanhas da UJS têm trazido um saldo positivo, grandes mobilizações e vitórias. No entanto, é preciso reconhecer que muitas vezes paramos no “mobilizar” e não conseguimos dar a continuidade extremamente necessária à conscientização da juventude e ao fortalecimento da nossa organização.
79. Desenvolver mais e melhores campanhas, ainda que realizemos várias ao mesmo tempo, caracteriza nosso amadurecimento e traz novas demandas. Desenvolver campanhas específicas não pode significar a perda da centralidade dos nossos objetivos políticos maiores. Cabe a nós equacionar as demandas que se multiplicam com ação mais organizada e eficaz.
80. Campanha é um conjunto de iniciativas controladas que devem possuir prazos, metas, condições e objetivos, e podem conter mais de uma bandeira. É preciso ter objetivos claros para intensificar o protagonismo político da UJS.
Núcleos e dirigentes
81. O núcleo é a ação de base da UJS, ou seja, é a nossa vida orgânica. A essência do núcleo, razão de sua existência, é o movimento político. Campanhas desenvolvidas a partir do núcleo aumentam significativamente nosso poder de abrangência. Por isso, a aplicação de uma boa política de dirigentes deve estimar essencialmente o fortalecimento dos núcleos.
82. A UJS cresceu substancialmente desde seu relançamento e o espaço está aberto para crescer muito mais. Precisamos ativar os núcleos e estabelecer contato entre estes e a Direção Nacional, de modo que favoreça ao acompanhamento permanente dos prioritários. Devemos construir, a partir do nosso trabalho nas frentes de atuação, mecanismos de estímulo e controle dos núcleos prioritários em todo país, além do acompanhamento das Direções Municipais e estaduais.
83. Queremos agora é saber quem são e quais tarefas exercem, distinguir o perfil dos nossos dirigentes. Nesse sentido é que precisamos alocar bem os dirigentes da UJS em núcleos. Dirigente da UJS tem que ter convívio social.
84. O planejamento é a melhor forma de contribuir para a ampliação das frentes e o crescimento da UJS, desenvolvendo uma boa política de dirigentes, visando sempre a valorização dos militantes.
Rede UJS
85. A Rede UJS passa a ser o instrumento de controle e abrangência da UJS a serviço da organização. Essa é uma ferramenta de construção contínua de um sistema que integre as mais variadas formas de apresentação da UJS com eficiência, a partir das experiências anteriores.
86. Absorvendo a experiência do Projeto João de Barro, a “Rede UJS” abre essa nova fase de acompanhamento específico por frente de atuação, com centro nos núcleos, atingindo diretamente os filiados. Será um instrumento ativo a serviço da nossa organização em todos os níveis de direção.
87. Conhecendo bem nossa rede de funcionamento, vamos utilizar essa poderosa ferramenta para manter o conjunto da UJS informada e mobilizada nos principais fatos da luta política de nosso país. A Rede UJS é um sítio na internet, ligado de fato à UJS, com centro nos núcleos, atingindo diretamente os filiados. Será um instrumento ativo a serviço da nossa organização em todos os níveis de direção.
Direções
88. Completamos o primeiro ciclo de dirigentes formados a partir do relançamento da UJS. Está nas mãos dessa geração o futuro da UJS.
89. Fizemos uma grande renovação na Direção Nacional no último congresso sem perder a capacidade de dar respostas aos desafios, ampliamos a direção para 67 membros, sendo 14 suplentes. Isso possibilitou a participação maior das frentes e de personalidades nacionais. Também a executiva nacional passou a ser composta por 16 membros, sendo 6 do núcleo operativo.
90. É preciso acompanhar mais o cotidiano das direções estaduais. As mudanças nas direções devem ser controladas, para não dificultar a continuidade dos projetos.
91. Devemos valorizar ainda mais as direções municipais, sobretudo nas 27 capitais e das cidades pólo.
Autonomia das frentes
92. O centro de ação do trabalho organizativo precisa passar a ser a própria UJS. A UJS que queremos é complexa e atuante em todos os espaços da juventude e da luta política nacional. Por isso, as áreas de trabalho precisam se construir a serviço do crescimento orgânico da UJS. Nesse sentido vem a proposta de maior autonomia organizativa e de iniciativa política para as frentes de atuação.
93. Temos convicção de que muito já fizemos na organização da UJS, crescemos quase 1000% nos últimos 10 anos. Há tempos não somos apenas uma corrente do movimento estudantil. Organizados em 15 frentes, estamos presentes em mais de 700 municípios de todos os estados do país e pretendemos crescer ainda mais. Nosso poder de mobilização nos credencia no jogo político, a presença do Lula no nosso congresso é uma confirmação da importância da UJS no quadro nacional.
94. Passamos então a uma nova fase, considerando política e estruturalmente a implementação do sistema organizativo a partir da autonomia das frentes. Um trabalho onde cada frente deverá construir, em conjunto com a secretaria geral da UJS, seu próprio plano de atuação estratégica com objetivos, metas e prazos.
95. Há alguns anos trabalhamos com comissões nas frentes. O projeto e a intenção são excelentes, precisamos então dar vida e fazê-las pensar a UJS.
96. Algumas vezes, exclusivisamos nosso acompanhamento à frente do movimento estudantil, mesmo em detrimento da própria UJS. A atuação nas escolas e universidades são estratégicas para a UJS. No entanto, a tarefa de crescer e se organizar nesta frente deve ser acompanhada em primeiro lugar pelo próprio ME. Dessa forma, liberamos as áreas de trabalho, em especial a organização, para pensar a UJS em sua complexidade. A mesma dinâmica deve se dar nas outras frentes.
97. Outro importante desafio é acompanhar os núcleos prioritários também a partir do trabalho nacional das frentes. O objetivo aqui é dimensionar o que somos e o que queremos ser de acordo com o potencial minuciosamente estudado por cada frente. Queremos garantir a existência dos núcleos e fazer com que os mesmos, de fato, difundam nossas campanhas. Isso significa um estímulo controlado para a existência e estabilidade dos núcleos.
98. A UJS pede marcha. A autonomia das frentes é um passo importante nesse sentido e consiste em 1) Desenvolver campanhas específicas e de filiação por frente: é dever de cada frente mobilizar, conscientizar, filiar e organizar; 2) autonomia na linguagem; 3) comunicação por frente: as campanhas com material próprio, inclusive de filiação; 4) e autonomia financeira: buscar que cada frente possa ter um recurso para desenvolvimento do seu trabalho, coordenado e amparado pela tesouraria da UJS.
Áreas de trabalho
O sistema nacional de formação da UJS
99. A orientação Mobilizar, Conscientizar, Filiar e Organizar só funciona com as áreas de trabalho da UJS interagindo em sua forma plena. Nesse sentido, a formação ganha grande relevância, fazendo da UJS uma verdadeira escola de Socialismo para a juventude e permitindo aos simpatizantes ganharem consciência revolucionária e se organizarem.
100. O Curso Nacional de Formação (nível 3) já virou tradição entre os dirigentes nacionais da UJS. Direcionado para os coletivos nacionais da UJS nas entidades de massa e para as executivas estaduais, este nível tem cumprido importante papel na formação de muitas gerações de jovens dirigentes socialistas. Porém, a carência de cursos mais básicos vem reduzindo, pouco a pouco, seu papel, já que, na falta de outros, as direções estaduais mandam para o curso nível 3 militantes que nunca participaram de outros níveis.
101. Sendo assim, é necessária a implementação de um Sistema Nacional de Formação, com conteúdo elaborado a partir da Direção Nacional da UJS e pensado para os diferentes níveis e públicos. Merece atenção especial por seu caráter massivo o curso básico, nível 1, destinado a todos os recém filiados e núcleos da UJS. Com pequena duração (apenas algumas horas), este nível deve ser encarado por toda a rede de direção da UJS como peça importante dos novos núcleos e dos núcleos prioritários.
102. Para completar o ciclo é importante definirmos melhor o papel do curso nível 2. É tarefa da diretoria de formação, acompanhada por toda a direção nacional da UJS, desenvolver a apostila, a grade programática e a duração deste nível.
103. Deve ser parte do Sistema Nacional de Formação da UJS o estímulo ao estudo individual e a publicação periódica de artigos e textos que contribuam para a formação militante individual.
104. Precisamos começar a pensar novas formas para complementar o trabalho de formação, como cursos à distância, utilização de novas tecnologias, etc.
Nova política de finanças para a UJS
Construir uma política de finanças para a UJS do novo tempo.
105. A atual estrutura material e orgânica da UJS ajudou para que alcançássemos um elevado patamar, fazendo com que nossos principais objetivos políticos nos últimos dois anos fossem alcançados. No entanto, um salto político e organizativo para o novo tempo só é possível com um novo trato com as finanças, criando as condições para a UJS que queremos. Quanto mais cresce a influência política da UJS na sociedade, mais massiva fica, mais desafiadora torna-se a política de financiamento.
106. Há muito a ser feito. Quando observamos a realidade de inúmeras direções municipais e direções estaduais, a desestruturação financeira é uma constante, causando em muitos casos uma extrema dependência das DE’s à Direção Nacional. Isso vai se tornando insustentável. Superar essa defasagem significa uma UJS mais forte e preparada para um futuro cheio de sonhos e de realizações.
107. Cabe à UJS do presente, a cada um de nós, encararmos tal debilidade e apontarmos soluções eficazes, que estejam de acordo com o nosso tamanho, de acordo com as realidades locais e que tenham aplicabilidade em nosso cotidiano.
108. Sendo assim, apresentamos um conjunto de medidas que vão nortear os esforços das direções em todos seus níveis, e caminharmos para uma UJS mais sólida e capaz de desenvolver suas ações com mais autonomia e ousadia política, sabendo que as soluções não se darão da noite para o dia e sim através da persistência e disciplina revolucionária.
* maior autonomia para as frentes: significa existir no conjunto das direções da UJS, um acompanhamento com ação planejada e coordenada, em harmonia com os responsáveis pelas frentes, priorizando não só a elaboração política e organizativa, mas também a financeira. Consolidar esse giro na política organizativa da UJS, passa por uma maior autonomia financeira;
* Contribuição militante: para uma UJS ainda mais independente e capaz de alçar vôos maiores, faz-se necessário dar passos que há tempos pensa-se em dar. O primeiro passo foi dado com a iniciativa do último congresso, onde foi lançada a carteira militante. Agora será preciso ir muito mais além. Tornar a carteira militante a forma mais constante de contribuição financeira anual é também dar um salto na institucionalidade da UJS. Além de fortalecer o aspecto organizativo e criar uma identidade política própria, a carteira garantirá uma receita fixa anual para as direções estaduais, municipais e principalmente para DN, e sua emissão e/ ou solicitação se dará pela loja virtual (SITIO) da UJS;
* Eixo Institucional: avançar no campo institucional, nos impõe dar um salto na qualidade de nossa política e maior organização na elaboração de projetos ou programas que coloquem a UJS, PRINCIPALMENTE NOS ESTADOS, em um outro nível na captação de recursos. Para ajudar na assimilação deste eixo político-institucional, propomos o lançamento de uma cartilha institucional da UJS com a finalidade: (1) esclarecer na formatação de projetos que nos faça ter condições de estabelecer parcerias com governos e a iniciativa privada, (2) fomentar a criação de ong’s parceiras da UJS, (3) impulsionar o registro de mais direções estaduais, criando condição para aquisição de CNPJ’s, (4) ajudar no aspecto administrativo, fazendo com que as DE’S tenham condições de gerir recursos, garantido a boa aplicação e prestação de contas;
* Rede de Amigos e Simpatizantes da UJS: não podemos deixar de lado a criatividade militante e o esforço diversificado de fazer finanças, tais como, os pedágios, as feijoadas, as chopadas, os sebos, etc. E acima de tudo ampliar o número dos amigos, simpatizantes e veteranos da UJS, que se identificam com a nossa política, e que podem nos ajudar e muito, estabelecendo uma rede de apoiadores da UJS nos estados;
* Seminário Nacional de finanças: entendendo a necessidade de se avançar na prática em nossa política financeira, propomos um seminário nacional de finanças em parceria com a secretaria geral da UJS, a ser realizado no 2 semestre de 2008. A finalidade será de aprofundar mais e melhor nossos projetos, ajustar os seus formatos e estabelecer uma seqüência de execução com objetivos e metas a serem alcançadas;
A comunicação a serviço da UJS
“É a comunicação, trazendo o mundo bem aqui do nosso lado”
(Nenê da Vila Matilde, samba enredo 1996).
109. A comunicação sempre foi uma peça estratégica de divulgação, informação e formação das organizações, um instrumento de contraponto à grande mídia e ao senso comum, no caso das organizações revolucionárias.
110. Neste início de século, período em que o acesso a todo tipo de informação torna-se mais fácil e barato, essa área de trabalho ganha uma importância ímpar para a UJS. Não apenas pela difusão da internet pelo mundo, mas principalmente, pela democratização deste instrumento nas escolas e universidades do Brasil.
111. A publicação do informativo “Socialismo com a Nossa Cara” e da página na internet no formato que temos, atinge uma parcela da militância da UJS muito aquém das nossas necessidades. A comunicação da UJS deve ser trabalhada levando em conta em primeira instância seus militantes, filiados e simpatizantes e em última instância, toda a juventude brasileira. Em outras palavras, nosso atual sistema de comunicação atinge de forma insuficiente a nossa própria militância e praticamente não atinge nada para além dela.
112. Precisamos ter um novo trato com a comunicação, que exige (1) uma interface com as áreas de trabalho e com as frentes de atuação da UJS e (2) aperfeiçoar (e muito) o que já temos na própria comunicação.
Interface com as áreas de trabalho
a) Oraganização: Para superar a UJS de hoje é o preciso, primeiro, projetar a organização que queremos. Na comunicação, isso se materializa em um instrumento que deixe de ser passivo e passe a ser ativo, online, que interligue a centena de milhares de militantes que temos e consiga decifrar quem somos e onde estamos. Mais do que isso, que permita a interatividade entre toda a rede da UJS, descentralizando as iniciativas. Em suma, o que nos propomos a fazer é criar uma espécie de grande orkut da UJS, onde cada filiado possa ter seu perfil e cada direção municipal, de núcleo ou estadual, a sua própria página, de forma que todos possam interagir entre si. Trata-se de colocar a comunicação a serviço do crescimento e da organização da UJS. Além disso, o sítio deve ser um espaço de divulgação de todas as frentes de atuação da UJS.
b) Finanças: O sítio da UJS precisa ser o instrumento para estimular e divulgar a carteira nacional do militante e a UJS criações. A UJS Criações é um projeto que precisa ser posto em prática. Não podemos ter materiais da UJS para vender apenas em época de grandes campanhas, mas ter permanência, de modo a disponibilizar os produtos nas sedes da UJS e através da nossa comunicação.
c) FORMAÇÃO: todos os materiais de formação da UJS devem estar constantemente disponíveis no sítio. Além disso, deve ser um espaço que divulgue os cursos de formação, que estimule a elaboração de textos dos militantes e que publique as obras e artigos convenientes para auxiliar na formação política e ideológica da militância.
d) Frentes e UJS: Os materiais impressos das campanhas que temos desenvolvido têm êxito e conseguem massificar as nossas idéias. Sendo assim, devemos ampliar essa forma de propaganda.
Aperfeiçoar o atual sistema de comunicação da UJS
113. Apesar das dificuldades, conseguimos manter a publicação do Jornal “Socialismo com a Nossa Cara”, pelo 7º ano consecutivo. Entretanto, sua publicação tem se resumido a uma edição por ano, quando congrega um espaço para todas as frentes de atuação e para as prioridades políticas da UJS do período. É muito difícil na atual estrutura que temos garantir algo mais e, por isso, o “Nossa Cara” perdeu características de um jornal periódico e acabou adquirindo as características de uma revista. Assim, devemos encarar esta realidade e transformá-lo em uma revista de fato, com publicação anual, capaz de trazer um certo raio-x das lutas da UJS, de suas frentes e do momento político.
114. O grande desafio na comunicação da UJS, contudo, está no aprimoramento do nosso sistema de comunicação pela internet. O projeto de inclusão digital, proposto pelo Governo Lula e incorporado no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), nos permite, de forma dinâmica e com baixo custo, dialogar com uma quantidade gigante dos jovens do Brasil. Isso porque o Plano prevê que todas as escolas terão disponíveis laboratórios de informática com acesso à internet.
115. Pesquisas sobre o perfil do jovem internauta no Brasil demonstram que a Rede tem se tornado, para a juventude, uma fonte de comunicação em primeiro lugar, de informação e de estudo em última instância, rompendo com a lógica simplesmente passiva ou lúdica que a internet poderia sugerir se pudesse ser comparada a outro meio de comunicação.
116. Isso demonstra que é impossível falar de comunicação para a juventude sem falar em internet. É também impossível falar em novos desafios para a UJS sem falar em novos desafios para a comunicação da UJS. Nesse sentido, a principal tarefa no próximo período é constituir um sítio que dê conta de congregar tudo que direta ou indiretamente é produzido pela militância da UJS, estabelecendo uma rede nacional de jovens comunicadores. Se fizermos uma breve pesquisa na rede, talvez tenhamos centenas de Blogs estaduais, municipais ou até de núcleos da UJS pelo Brasil. Além disso, um rápido acesso no youtube nos mostra que de alguma forma, a UJS produz dezenas de vídeos de atos, atividades, plenárias, e dos mais diversos assuntos de interesse da juventude. Se pesquisarmos as comunidades e perfis no orkut, são milhares de fotos e informações de interesse da nossa organização.
117. Sendo assim, é preciso criar a ferramenta que possibilite agregar dentro do novo sítio todas as iniciativas de comunicação que “naturalmente” existem, como disponibilizar o mapa do Brasil para notícias das UJS estaduais/municipais, além de novas formas.
118. Devemos ainda apoiar a iniciativa de criar um amplo portal na internet para toda a juventude brasileira, trazendo notícias e divulgando todas as formas de organização e ação das diferentes “tribos” da juventude.
119. A comunicação da UJS precisa ser um dos elementos desta nova fase da UJS. Um elemento que dinamize a divulgação, informação e formação da UJS. Mais: um instrumento capaz de, para além de tudo isso, auxiliar no trabalho organizativo, na consolidação da UJS.
A UJS nas frentes de atuação
Movimento estudantil
“Educação pra ser feliz!” (Vai-vai 2008)
120. No Brasil, o movimento estudantil tem a marca da união e da combatividade. Politizado, tem histórico de participar ativamente das grandes lutas do país, sem nunca esquecer das demandas mais imediatas dos estudantes. Da sua pluralidade vem a garantia da participação e da sua amplitude. Por isso, o movimento é destacadamente a principal forma de luta política da juventude brasileira e a principal frente de atuação da UJS.
121. Não à toa, a UJS é a maior corrente política entre os estudantes brasileiros, fruto da abnegação da nossa militância na construção desta frente e, especialmente, da concepção de que o movimento estudantil é de todos os estudantes brasileiros e, portanto, deve pautar as grandes questões nacionais como também a luta específica no cotidiano dos estudantes.
122. O ùltimo período
123. No último período, as entidades estudantis cresceram e ganharam maior visibilidade. Junto à Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) tiveram um importante papel de conscientização e de mobilização da juventude, sendo responsáveis pelas grandes jornadas de lutas do nosso país. Além disso, souberam aproveitar o maior ambiente democrático por que passa o Brasil para pautar e obter vitórias em bandeiras de lutas hist