Classes C, D e E acumulam R$ 118 bilhões em cinco anos
Nos últimos cinco anos, as classes C, D e E acumularam uma renda extra de R$ 118 bilhões para o consumo. Esse valor é superior àquele incorporado, no mesmo período, pelas classes A e B, que ficou em R$ 75 bilhões, segundo cálculos da Data Popular, uma emp
Publicado 07/03/2008 09:43
Os cálculos (diferentes dos feitos pela MB Consultores) estão baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), explica Renato Meirelles, sócio da agência de publicidade Avenida Brasil e do Data Popular. Por estas estimativas, as classes C, D e E possuem, hoje, uma renda total de R$ 550 bilhões.
Para Meirelles, três pilares têm sustentado o aumento do consumo popular: o aumento da oferta de crédito, o reajuste do salário mínimo acima da inflação e os programas de distribuição de renda, especialmente o Bolsa Família. Desde 1997, o salário mínimo acumulou um aumento de 280%, muito superior aos 147% de alta da inflação, diz Meirelles, acrescentando que no mesmo período os preços de alimentos variaram menos, permitindo um gasto proporcionalmente menor com alimentação. “A renda liberada para o consumo de outros bens ficou maior”, argumenta.
Para Meirelles, os programas de transferência de renda também geram um impacto que vai além do gasto das famílias beneficiárias com comida e outros bens. “Eles ajudam a criar um círculo virtuoso”, diz ele, explicando que o dono da “venda” onde a família se abastece de arroz e feijão passa a vender um volume maior de produtos e muitas vezes acaba empregando mais algum funcionário para dar conta da nova demanda.
Importância do crédito
Além dos programas de transferência de renda e do mínimo, Meirelles também destaca a importância do crédito para essa parcela da população. Dados coletados pelo Data Popular indicam que as classes C, D e E detém 67% do total de cartões de crédito do país. E a disseminação é grande: na classe C, 59% das pessoas possuem um cartão e na base da pirâmide (classe E), essa proporção já está em 44%.
A pesquisa do Data Popular considera, pra a estimativa da renda, uma parcela da população maior do que a contemplada nos dados da MB Associados, pois ao incluir a classe C, considera famílias com renda média até R$ 3,8 mil.
Fonte: Valor Econômico