Bolívia tenta renegociar contrato de gás com a Argentina
O governo da Bolívia tentará renegociar o contrato de venda de gás à Argentina, pois só conseguirá entregar em 2014 o volume total acordado e somente em 2010 a quantidade que deveria vender ainda este ano, segundo documento oficial publicado nesta sexta-f
Publicado 07/03/2008 14:11
A impossibilidade de cumprir com os volumes e prazos de entrega firmados, devido às atuais limitações dos níveis de produção, levou o Ministério de Hidrocarbonetos a propor “a reprogramação dos volumes contratuais com o mercado da Argentina”.
A proposta de negociar a modificação do contrato de compra e venda vigente está na nova Estratégia Nacional de Hidrocarbonetos. Segundo o documento, a partir de 2010 a Bolívia estará em condições de vender os 7,7 milhões de metros cúbicos diários de gás (MMDC) que já deveria começar a entregar para a Argentina.
Em 2014, poderá chegar ao volume total de 28,8 MMDC, dos quais 1,1 MMDC servem para gerar a pressão que o gás necessita par chegar ao seu destino.
Segundo o contrato, a Bolívia deve entregar esse volume de 2010 até 2027.
Para propor a renegociação, de acordo com o documento, estimou-se que a produção para atender o mercado interno e satisfazer os compromissos já assumidos de exportação será suficiente a partir de 2013, segundo os 44 contratos existentes com empresas petrolíferas estrangeiras que operam atualmente no país.
A produção atual gira entre os 40 e 41 MMDC, dos quais 30 milhões vão para o Brasil, seis ou sete para o consumo interno e o restante segue para o mercado argentino.
O contrato assinado em 2006 entre Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a argentina Enarsa prevê que a “YPFB pagará a diferença das quantidades estipuladas pela Enarsa e confirmadas pela YPFB, multiplicados pelo preço do gás natural vigente no dia em que ocorrer a falha”.
A nova estratégia nacional de hidrocarbonetos diz que “prevê o cumprimento dos requerimentos do mercado interno e a demanda contratual estipulada no contrato GSA com o Brasil e assume a prioridade com o mercado argentino” sobre outros compromissos de venda.
Fonte: Ansa Latina