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Para Belluzzo, crise mudará padrões econômicos e políticos

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo entende que a atual crise econômica provocará uma quebra de padrão econômica e político, pois sua abrangência não se restringe ao sistema financeiro norte-americano. Para ele, nesse momento o papel do dólar como moeda re

Em entrevista ao sítio Terra Magazine, Belluzzo diz que “os economistas durante anos disseram besteiras monumentais sobre a moeda, o crédito e as crises econômicas e financeiras”. Em sua opinião, Milton Friedman, um dos mais destacados economistas liberais, “trata a moeda como se ela pudesse ser jogada de helicóptero”.



Confira abaixo a entrevista:



O senhor afirma que as intervenções maciças do FED, com sucessivas reduções dos juros, não vão funcionar porque além de os bancos se recusarem a emprestar, as empresas mais saudáveis tentam se proteger e se negam a tomar empréstimos, a não ser para refinanciar posições devedoras que estão vencendo. Isso ocorre, entre outros motivos, porque eles não conseguem vislumbrar o horizonte, o alcance da crise.
Porque não conseguem vislumbrar o alcance da crise e porque para eles houve um colapso da eficácia marginal do capital, como diz o Keynes. As empresas ficam com temor de investir e, portanto, só tomam crédito para refinanciar as suas posições. E por outro lado os bancos têm medo de emprestar. Como diz o vulgo, aí a liquidez empoça. Na verdade, é a preferência mesmo pela liquidez. Prefere-se ficar com o ativo mais líquido. Se bem que dizer que é o ativo mais líquido é um pleonasmo, porque o ativo é líquido em termos de si mesmo.
Paul Krugman, no seu artigo mais recente sobre a crise, citou um artigo do presidente do FED, o Banco Central americano, Ben Bernanke, que eu havia lido um tempo atrás. Nesse texto, Bernanke faz uma avaliação das medidas não ortodoxas, não standard, como eles chamam, ou não convencionais, no caso de uma crise tão profunda como esta. E essas medidas incluem a compra direta, pelo banco central, de ativos que estão ilíquidos. Portanto, uma intervenção; no fundo, uma estatização do sistema financeiro. É o que os analistas mais sensatos estão apontando.
Nos Estados Unidos você tem essa vantagem, há analistas de bancos que são sensatos. Eles dizem claramente: está havendo uma estatização do sistema financeiro, mesmo que ela seja indireta. Porque o banco central americano é que tomou as rédeas do negócio. É preciso direcionar as compras de títulos para impedir um colapso de alguns preços ou de ativos que não podem ser precificados. Muitos desses ativos eram carregados pelos hedge funds e outros fundos e não tinham preço, porque eram pouco negociados. Então não se sabe o preço dessa gororoba aí.



O senhor acha que Bernanke não viu a extensão da crise? É o que parece, dada a pequenez das medidas inicialmente tomadas para debelá-la.
Bernanke na verdade é um dos economistas que melhor escreveu sobre essas questões, um dos que tem maior clareza. Ele escreveu um livro de ensaios sobre a Grande Depressão. São excelentes ensaios. Ele é um neo-keynesiano. Ele tem também artigos interessantes escritos no final dos anos 90, sobre o que ele chama de os aceleradores do crédito, em que ele mostra – como eu e o Luciano mostramos no nosso artigo – como é que se dão as relações entre crédito, valorização de ativos e gasto.
É um artigo muito bem feito, que eu cito até no prefácio que eu escrevi para o livro do Stiglitz.
O Stiglitz é outro que percebeu quais eram os riscos. Ele é o pai da idéia de informação assimétrica, moral hazard, etc.
O Bernanke é um economista acadêmico de muito boa qualidade. Mas, na hora do vamos ver, é diferente, não funciona. Eu acho que ele avaliou mal a profundidade da crise no início. Ele foi muito cauteloso. Não percebeu que a pirâmide que foi construída durante esses anos estava desmoronando e que havia uma ampla base de inadimplência que iria transformar a crise num verdadeiro pesadelo.
Mas eu não tenho dúvida de que o BC e o Tesouro americano farão o necessário, independentemente do que possa parecer violação de contratos e de regras. Eu li outro dia a afirmação de um economista brasileiro de que o Bernanke não pode perdoar os devedores porque isso vai violar os contratos. Porque os devedores, diz ele, sabiam exatamente o risco que estavam assumindo. Isso não é verdade.



Os investidores não sabiam nada.
Eles foram induzidos.



O The Guardian Weekly publicou uma reportagem muito interessante, mostrando quem eram os alvos na última volta da espiral da crise, isto é, quem ficou com o mico na mão. Eram as pessoas mais fracas: velhos, mulheres, negros pobres, jovens…
…E os imigrantes ilegais, que mal dominavam a língua. Instituições financeiras laçaram gente na rua. Porque a lógica era aumentar o volume, porque isso não impactava a qualidade da sua carteira de empréstimos, você securitizava isso. Você limpava a sua carteira. O gerente do banco, da instituição financeira que fazia o empréstimo hipotecário, ganhava bônus pelo volume. Assim como os outros integrantes da cadeia.



Até porque, como o senhor afirmou, ele podia empurrar goela abaixo de uma seguradora.
Claro. E ficavam limpos.



As seguradoras não identificaram corretamente o risco.
A cadeia era a seguinte: no meio havia as agências de avaliação de risco. As instituições empacotavam os créditos.



A responsabilidade maior foi das rating agencies.
Como diz a Oxford Analytica. Elas estavam no centro. Como o banco avalia o crédito de uma empresa ou de uma pessoa? Vai lá e olha o balanço, os antecedentes, a renda, a capacidade de pagamento.



Ex-funcionários de companhias imobiliárias ou de crédito ligadas a grandes bancos dizem que inflavam os limites de créditos dos clientes sem condições de honrar empréstimos.
Aí é o seguinte. Não precisava ter renda suficiente para honrar. Havia os empréstimos NINJA (no income, no job, no asset), ou seja, concedidos a pessoas sem renda, sem emprego e sem bens. Houve uma sucessão de perfídias, uma fraude continuada, que começava na origem do crédito e terminava nas empresas de avaliação risco. Estas avaliavam aquilo que não sabiam, não entendiam. Muita gente que é protagonista desse processo de multiplicação de ativos em cima dos créditos originais não entendia exatamente o que estava fazendo, não percebia que isso estava aumentando demasiadamente.



Até porque não era possível perceber a generalização do problema.
Na verdade, várias pessoas perceberam, conseguiram antecipar. A não percepção é fruto da idéia de que o sistema financeiro era capaz de se auto-regulamentar, de que se havia criado processos e mecanismos de controle dentro dos bancos. Não é o que mostra o episódio recente do banco francés Societé Générale. Do ponto de vista formal, todos os controles estavam em pé. Inclusive porque a clearing tinha que avisar quando houvesse uma posição excessivamente concentrada em alguns ativos. Acontece que a clearing avisou, só que, como o banco não estava interessado em conter a operação, acabou batendo em um prejuízo de 5 bilhões de euros.
De acordo com as normas, o banco, quando tomava, posição em, digamos, um índice de bolsa em determinada direção, era obrigado a tomar também a posição contrária, e ganhava com o fato de que, quando em algum momento havia uma discrepância, ele vendia e ganhava.
Acontece que ele simulou que tomou a posição contrária. Estava inteiramente exposto. Quando deu a flutuação na direção em que ele não podia sustentar, teve que colocar margem e praticamente quebrou o banco.
Isso não ocorre tanto nos mercados organizados, como as bolsas de futuros, onde há clearings, que são mecanismos de controle, mas nos mercados de balcão, onde existe um contrato entre a parte e a contraparte, e aí o controle é mínimo. Na verdade não há transparência, ao contrário do que dizem.
O mercado de balcão deveria ser proibido, na minha opinião. Algumas pessoas dizem: não, o balcão ajuda a dar liquidez ao mercado. Ajuda a dar, mas ajuda a tirar também. E quando vem a crise, o que acontece? O cara vai chorar para o papai estado para que ele seja contemplado igualmente.



Ou seja, essa regulamentação que se enaltece nunca foi abrangente, deixa brechas enormes. É conversa para boi dormir.
Sim. As análises de José Carlos de Souza Braga e de outros economistas da Unicamp sobre as regras do Acordo da Basiléia já mostraram que elas tinham falhas enormes, comprovadas na prática. Na verdade as regras estimulavam esse tipo de coisa. Os sistemas financeiros do capitalismo funcionam assim. Se você deixá-los soltos eles vão levar a esse tipo de crise. Porque é da natureza deles. O Keynes e o Marx perceberam com grande antecipação qual seria a dinâmica dessas crises. Assim como, mais tarde, fez Hyman Minsky. Agora tudo mundo evoca o Minsky – é o Minsky para cá, é o Minsky para lá. Porque eles se deram conta de qual era a natureza dessa economia.



Minsky é estudado há quanto tempo no Instituto de Economia da Unicamp? Dez anos?
Há dez anos nós estudamos todos esses autores, mais o Joseph Schumpeter, o Irving Fischer. E os novos, como o Joseph Stiglitz, o Ben Bernanke, entre outros. Sobretudo os pioneiros, definiram qual era a natureza dessa economia em que o crédito joga um papel fundamental.
Tanto Marx como Keynes estudaram o capitalismo tal como está constituído, mostrando que o crédito estabelece uma capacidade de crescimento da economia e ao mesmo tempo gera a possibilidade da crise. Na verdade eu imagino que, nos cursos de economia hoje, esses autores não sejam nem tocados, sejam dados assim como peças de museus.
O primeiro economista a tratar de maneira sistemática o papel dos bancos na economia industrial capitalista foi o Keynes. Não vou falar do Marx porque ele é o crítico e monta um panorama fantástico de como isso funciona. Mas o Keynes estava tratando especificamente da economia da moeda de crédito e do papel dos bancos. O Treatise on Money – aliás a Victoria Chick, uma economista keynesiana, apontou nessa direção – trata disso.
Depois, na Teoria Geral, como ele queria mostrar aos mais ortodoxos a teoria da demanda efetiva, deu como sabido aquilo que tinha escrito no Treatise. Mas o Treatise trata exatamente disso: qual é o papel do crédito e da avaliação de ativos na decisão de gastos das famílias, das empresas. Como essa economia se move a partir da moeda de crédito. Isso é central. O que a teoria convencional fez, sobretudo o Milton Friedman e os outros, foi deformar, esquecer isso.
Então os economistas durante anos disseram besteiras monumentais sobre a moeda, o crédito, etc. Por quê? Porque o Friedman trata a moeda como se ela pudesse ser jogada de helicóptero. Eles não entendem nada. Antigamente, estudava-se moeda e bancos. Agora, não. Tem teoria monetária. Teoria monetária é a partir da teoria quantitativa da moeda. Que é um besteirol inimaginável. É uma coisa que, na verdade, é do vulgo, do senso comum, que não consegue entender do que se trata. Porque, de fato, os mecanismos são complicados de entender. É por isso que eles não podem compreender porque é que se chega a uma crise desse tipo. Vão continuar anos sem perceber nada.



Você está falando dos economistas…
Dos economistas quantitativistas. Porque isso é uma bobagem, um besteirol. Isso na verdade deforma qual é a natureza da moeda nesse sistema. E como funciona.



Você falou sobre previsões de economistas.
Eu acho o seguinte. Por que os economistas não previram a crise? Não se trata de prever ou não prever. Essa questão da capacidade de predição, que é outra coisa em que o Friedman insiste, que uma teoria só deve ser acatada por sua capacidade de previsão, é uma outra bobagem. Em economia a capacidade de prever e de antecipar é muito difícil.
O que você pode sim perceber é que há algumas tendências que são típicas dessa economia, que Keynes chamava de economia monetária de produção e que começam a se manifestar desde o início. Só que você não pode dizer, de maneira nenhuma, qual vai ser o desfecho da crise, de que forma ela vai ocorrer. Porque também esse é um sistema que, por sua natureza, tende à inovação, sobretudo à inovação financeira. E a inovação financeira modifica a etilogia e a morfologia da crise. Nenhuma crise é igual à outra, ainda que todas tenham a mesma razão de fundo – como eu digo que é a relação entre o sistema de crédito, o estoque de riqueza financeira e o gasto capitalista.



Em todas as crises.
Isso, em todas. Se você procurar, essa é a constante. Agora, a forma como esses elementos se arranjam é diferente. Além do que há um outro aspecto que é importante, nessa crise americana, que deixei de mencionar, que é o fato de que a globalização produtiva e financeira permitiu esticar esse ciclo para a frente. Porque a acumulação de reservas pelos emergentes acabou financiando o gasto das famílias americanas com taxas de juros e inflação muito baixas.
O regime de inflação baixa tem muito a ver com a taxa de exploração do operário chinês. Assim como tem muito a ver com o fato de que a acumulação de reservas se traduziu no financiamento do déficit americano e portanto possibilitou que o dólar não sofresse uma derrocada, pelo menos provisoriamente, com aquele déficit enorme de transações correntes. Portanto depende também do arranjo internacional.
O que está em questão, agora, é tudo. Não é só o problema do sistema financeiro americano. Tem a ver também com a possibilidade de se prosseguir com esse arranjo que eu chamo de economia sino-americana.
Às vezes eu fico com a impressão de que os analistas tem a idéia de que é possível reproduzir isso para a frente. Que haverá outro ciclo assim. Que é possível reproduzir o arranjo que culminou nessa crise. Que o FED e os demais bancos centrais vão se rearticular e será possível reproduzir esse arranjo.
Não será possível. O que está em questão, além dos desequilíbrios comerciais e financeiros que nasceram dessa relação Ásia-China-Estados Unidos, ou países emergentes-Estados Unidos, é que ficou claro o que o economista Robert Triffin disse nos anos 50, a partir da proposta do Keynes para a conferência de Bretton-Woods. O que está em questão agora é a condição de moeda reserva do dólar.
Eu não estou dizendo que o dólar vai sofrer uma derrocada. Aliás, ele está sofrendo uma forte desvalorização. Estou dizendo que, na verdade o fato de ter uma moeda nacional como moeda reserva tem implicações graves para o país que emite e para aqueles que participam e que aceitam a moeda como a moeda universal.
Qual é o problema? Se os americanos querem manter a moeda reserva, eles têm que garantir o mecanismo de financiamento dos países que porventura tenham déficit. Por que a China e outros países não aceitam certas recomendações dos Estados Unidos?
Vamos supor o seguinte: agora a China e a Europa tem que fazer o papel dos Estados Unidos, como consumidores de última instância. Então é preciso subir o consumo na China, subir o consumo na Europa, para que a economia internacional tenha outro gerador de déficit. Quem vai gerar déficit agora são a China e a Europa. Porque também tem outra coisa, que o Keynes falou: para essa economia crescer, alguém precisa tomar crédito e fazer déficit na frente. Se todo mundo quiser fazer superávit, certamente a economia fica travada. Alguém tem que fazer déficit na frente.
Numa economia monetária, você tem que adiantar a demanda, financiada a crédito. Essa é a regra universal. Os Estados Unidos estavam fazendo esse papel. Estavam gerando demanda com o seu déficit. Como é que você faz a liquidação final das dívidas assumidas? Os americanos estavam fazendo em dólar, que geravam nos seus superávits comerciais. Faziam na sua própria moeda. O que o Keynes dizia? Isso aí não vai dar certo. É preciso estabelecer um sistema monetário internacional em que haja uma autoridade monetária central que faça a regulamentação dos déficits e superávits e que imponha limites à geração de ambos. Se não, vai terminar na crise.
Hoje você tem uma crise financeira, e uma crise monetária. Não vamos imaginar que o euro vai substituir o dólar. Se o euro for substituir o dólar, você vai simplesmente repor o problema.



Por quê?
Porque a Europa vai ter que fazer o papel que os Estados Unidos faziam. E eu tenho dúvidas que ela consiga fazer. A moeda de liquidação final tem que ter um status que não dependa da situação particular de cada região e de cada país. Como diz o Michel Aglietta, que é outro economista que antecipou muitas das coisas e que ajudou muito a gente a perceber o que estava acontecendo, o Aglietta diz que você pode ter um sistema plurimonetário com uma regulamentação central, uma instituição central que faça o papel de manter o equilíbrio entre o valor dessas moedas. Talvez seja essa a tendência, não sei.
Mas o fato é que no momento esse papel do dólar está em questão. E eu não sei se os americanos vão ter flexibilidade suficiente para abandonar esse privilégio absurdo, como muita gente diz. Essa é uma questão que ultrapassa as fronteiras da economia. Isso já vira uma questão política. Porque a emissão da moeda reserva, da moeda universal, confere um poder enorme ao país emissor.



Ou seja, há perspectiva de uma crise de longo curso. Por que eles abririam mão desse papel?
Mas é o que aconteceu no imediato pós-guerra, quando a situação era melhor. Os americanos não quiseram aceitar o plano do Keynes, que era uma utopia monetária – porque Keynes, a despeito de ser muito inteligente, também tinha a ingenuidade dos economistas, achava que se apresentasse um bom programa, ele seria aceito. Pena que ele tenha feito a defesa, no parlamento inglês, depois, do Fundo Monetário como foi concebido. Mas isso é uma questão de poder. Por que os americanos iriam abrir mão da sua posição credora?



A Europa e a Ásia assumirem o lugar dos Estados Unidos seria, portanto, algo utópico?
Qual é a idéia deles? É que, para corrigir o déficit americano, teria que aumentar o consumo na Europa e na Ásia, para que ambas pudessem cumprir o papel dos Estados Unidos. Poderiam cumpri-lo por um certo tempo, mas logo iriam reproduzir o problema que os Estados Unidos estão tendo agora, a obrigação de fazer déficit e superávit que seriam liquidados nas moedas desses países.



Além de que a Europa e a Ásia substituírem os Estados Unidos implica reconstituir o arcabouço da cultura, da mídia, dos valores, da moda, da música, etc, que constitui a argamassa do domínio político, econômico e ideológico americano.
O fato é que os Estados Unidos sempre estiveram à frente. Por exemplo, no crédito ao consumo. Eu acho que isso é um sonho de uma noite de verão, ou de inverno. A idéia de que você possa reproduzir o padrão americano envolve todas essas questões que você mencionou do imaginário social, como é que eles se vêem, como eles se relacionam com o consumo. Não há nada parecido.
A China censura a CNN, o que é um absurdo. Não há a menor possibilidade de abrirem dessa condição de eles controlarem a sua moeda. Eles perceberam claramente que algumas coisas são centrais para o país ter um desenvolvimento de mais longo curso. Primeiro é o sistema financeiro, sobre o qual o Banco Central da China tem um controle quase absoluto. Os bancos são estatais. O crédito é do estado.



As receitas em moeda forte são todas do Estado.
É tudo do Estado. O comércio exterior também é regulado. Não importa se eles afrouxam ou se eles apertam, se eles tornam as regras mais restritas ou menos estritas. Mas isso são eles que controlam. O resto é história. Isso de que a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, lá, não funciona. Eles controlam, porque controlam o sistema de crédito, controlam a posição dos bancos, vendida ou comprada, em moeda estrangeira. Eles deixaram valorizar um pouco, porque a inflação começou a pegar. Deixaram valorizar a moeda. E se precisar eles voltam a desvalorizar de novo. Ali o problema do controle não é saber se valoriza ou desvaloriza, é um problema de quem controla o quê. Então isso aí não tem por onde.