Comunistas comemoram aniversário do Partido na Câmara
O aniversário de 86 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi lembrado e saudado pelos parlamentares do Partido em seus pronunciamentos na Câmara dos Deputados nesta terça-feira – 25 de março. A líder do Partido na Casa, deputada Jô Moraes (MG),
Publicado 25/03/2008 20:01
A coincidência que levou duas parlamentares comunistas a presidirem a sessão plenária foi destacada pela líder. “Com grande alegria venho registrar os 86 anos de fundação do nosso Partido Comunista do Brasil, que tem nesta Casa, expressão da conquista democrática do povo brasileiro, dignos representantes, como a deputada Vanessa Grazziotin (AM), que abriu esta sessão, e a deputada Perpétua Almeida (AC), que atuou como secretária”.
“Apesar de querermos construir uma sociedade socialista, uma sociedade de iguais, temos certeza de que a tarefa do PCdoB agora é desenvolver uma ampla luta para que o Brasil alcance o desenvolvimento sustentável e consiga promover a distribuição de renda”, disse a líder comunista, acrescentando que “o sonho socialista permanece enquanto lutamos para que o Brasil cresça e se desenvolva socialmente”.
Antigo e novo
Perpétua Almeida também destacou a presença de duas representantes comunistas na abertura da sessão do dia, “justamente no dia em que comemoramos os 86 anos de fundação do nosso PCdoB, que, se de um lado é um partido antigo, de muita experiência política, de outro lado é um partido novo, que busca o debate de que a sociedade precisa”, destacou.
Ela, a exemplo dos demais companheiros que se seguiram, destacou a expansão do Partido que conta atualmente “com mais de 100 mil militantes de carteirinha em todo o Brasil”. E destacou a atuação do Partido nos diversos movimentos sociais, como o movimento estudantil, comunitário, sindical e de mulheres. “É presença influente e respeitada entre a intelectualidade”, afirmou Perpétua.
Flávio Dino (MA) fez a saudação ao Partido, ressaltando “a importância da presença do partido neste Parlamento”. Ele lembrou que “nesses 86 anos de vida política, por mais de 60 anos o PCdoB foi colocado, de modo arbitrário, na ilegalidade. Enfim hoje estamos presentes no Parlamento, colaborando com a nossa bancada para que o Brasil tenha boas políticas públicas e leis avançadas que contribuam para o nosso objetivo programático: o desenvolvimento nacional com valorização do trabalho e justa distribuição da riqueza”.
E saudou “os deputados que por aqui passaram e fazem muita falta — Jamil Murad (SP), Aldo Arantes (GO), Haroldo Lima (BA), Jandira Feghali (RJ) — , que, em diferentes momentos, deram grande contribuição à presença política do PCdoB nesta Casa”.
Ao lado do povo
Chico Lopes também se congratulou com os 86 anos do PCdoB, lembrando que o Partido “sempre esteve presente nas grandes lutas do povo brasileiro em defesa da soberania nacional. Aí estão a Petrobrás, a Amazônia e tantos outros frutos de embates nos quais o PCdoB sempre se fez presente com o viés de um País diferente, rumo ao socialismo”.
Para Vanessa Grazziotin, “esses 86 anos se confundem com a luta do povo brasileiro pela democracia e pela construção de uma sociedade mais justa e melhor para todos”. Ela fez referências elogiosas “ao presidente do PCdoB, Renato Rabelo, a nossa bancada e, principalmente, toda a militância, que fazem do PCdoB um dos partidos que mais lutam ao lado do povo”.
Edmilson Valentim (RJ) lembrou a fundação do Partido na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, um dos berços da luta operária do nosso País, mas deu destaque à “sua coerência e seu compromisso na luta dos operários, dos trabalhadores”. E afirmou que “mais do que nunca, tem focado que não vamos conseguir o socialismo no nosso País sem um desenvolvimento que gere emprego, renda e justiça social e consolide conquistas importantes nas áreas da educação e da saúde”.
Evandro Milhomen (AP) fez um depoimento pessoal sobre a sua participação na legenda: “Também queremos registrar os 86 anos do PCdoB, partido que nos honra muito por nos ter filiado e que tem demonstrado o processo democrático de respeitabilidade interna, o que naturalmente engrandece os que gostam de participar da vida pública. O PCdoB tem sido esse partido para nós e para todos os seus filiados”.
Ampliação do Partido
A deputada Manuela d'Ávila (RS) fez o discurso mais longo. Ela reafirmou as palavras da companheira, Perpétua Almeida, dizendo que o PCdoB é “o mais antigo partido brasileiro em atividade, que também é o mais jovem e ativo”.
Ela foi responsável por fazer um histórico do Partido nos seus 86 anos de luta, a maioria deles atuando de forma clandestina. “O PCdoB vincou uma trajetória na história política nacional de luta democrática, patriótica e popular, destacados êxitos e também revezes importantes”, disse.
“O Partido Comunista do Brasil cresceu e ampliou sua influência nestes anos do ciclo político democrático inaugurado com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República. Avançou na linha de renovação da concepção e da prática do partido procurando, com originalidade, formas e meios em correspondência com o curso da luta política, tendo em vista empreender mudanças democráticas mais profundas no país”, afirmou a parlamentar.
E fez um balanaço da atuação do Partido nas próximas eleições. Este ano, o PCdoB apresentará 15 candidaturas a prefeito e prefeitas nas capitais e mais de 400 candidaturas majoritárias em municípios grandes, médios e pequenos e mais de 5 mil candidatos a vereadores.
Manuela classificou a atitude dos comunistas como “ousadia política, que também é traduzida na luta pelas seis reformas democráticas política, tributária, educacional, urbana, agrária e democratização da mídia, num esforço de contribuir na afirmação de uma agenda propositiva e positiva, impulsionando o governo Lula no sentido da democratização da sociedade e apresentando essa proposta aos partidos de esquerda e democráticos, e ao movimento social, a fim de poder recompor a unidade na luta, superando a fragmentação política e de ação, sendo também uma contraposição efetiva às tentativas sempre presentes de contra-reformas de cunho neoliberal”, concluiu.
De Brasília
Márcia Xavier