EUA: republicanos já admitem derrota na eleição legislativa

O Partido Republicano corre o risco de levar uma surra nas eleições legislativas que serão realizadas nos EUA neste ano, junto com a eleição presidencial em novembro. Seus adversários no Partido Democrata deverão ampliar de forma significativa a maioria q

Estão em jogo desta vez todas as 435 cadeiras da Câmara de Deputados e 31 das 81 cadeiras do Senado. Com 235 deputados, os democratas têm hoje uma maioria confortável na Câmara. Mas no Senado cada partido tem 49 votos e os democratas só exercem a maioria porque dois senadores que não têm filiação partidária costumam se alinhar com eles nas votações.



Segundo o Relatório Político Cook, um boletim que acompanha de perto as eleições para o Congresso, os democratas têm boas chances de conquistar em novembro mais uma dúzia de cadeiras na Câmara e pelo menos cinco no Senado. No cenário mais favorável para o partido, sua bancada no Senado ganhará sete cadeiras e passará a ter 53 votos, de acordo com o boletim.



A meta dos democratas é mais ambiciosa. Eles querem 60 votos no Senado, o necessário para impedir que os republicanos continuem usando manobras regimentais para sabotar projetos da maioria, como têm feito nos últimos meses. Mas os especialistas acham difícil que os democratas consigam isso, mesmo com as condições favoráveis que a conjuntura atual oferece ao partido.



Debandada



Vários deputados e senadores republicanos que enfrentam dificuldades para se reeleger neste ano cancelaram sua participação na convenção nacional que vai confirmar nesta semana o senador John McCain como candidato do partido à Casa Branca. Eles acharam mais prudente continuar caçando votos nas suas bases eleitorais do que perder tempo na festa partidária.



Muitos republicanos parecem resignados diante desse quadro e têm deixado isso claro nos eventos paralelos à convenção. “Não estamos conseguindo vender nossas idéias”, disse nesta quarta-feira (3) o ex-senador Rick Santorum, que representava o Estado da Pensilvânia e perdeu a cadeira nas eleições de 2006. “A esquerda está cheia de dinheiro e não temos Hollywood ao nosso lado. Tudo que nos restou são as igrejas.”



Intelectuais ligados ao partido acreditam que o problema é outro: a falta de idéias novas que voltem a conectar os republicanos com as aspirações da classe média americana. “O partido precisa oferecer respostas para a ansiedade econômica crescente dos trabalhadores, coisa que os democratas têm feito com muito mais sucesso”, disse Rich Lowry, editor da revista “National Review”, uma publicação influente entre os conservadores.



“Surpresa”



O candidato republicano à Casa Branca, John McCain, compareceu de surpresa na noite desta quarta-feira (3) à Convenção do Partido Republicano, em Saint-Paul (Minnesota), pouco antes de ser designado oficialmente como candidato à Casa Branca.



Sua aparição inesperada foi para saudar sua companheira de chapa, Sarah Palin, após seu discurso na convenção. “Não acreditam que fiz a escolha correta para a próxima vice-presidente?”, perguntou McCain do palco, em uma inesperada aparição, que levou os delegados republicanos ao delírio.
Nesta quinta-feira, é aguardado o discurso do senador na convenção. Ele deve aceitar a nomeação do Partido Republicano para concorrer como candidato à Presidência dos EUA, nas eleições de novembro.



Pouco antes, Palin havia discursado na convenção. Em seu pronunciamento, um dos mais aguardados de todo o evento, ela rebateu as críticas sobre sua vida pessoal e defendeu o candidato John McCain. Sob fortes aplausos, ela afirmou que não assumiu o cargo “para agradar a opinião pública, e sim para servir ao povo deste grande país”.



Da redação, com agências