Lula: ''fui o melhor dirigente sindical do país nos anos 70''
Em discurso, nesta quinta-feira (4), para cerca de 600 estudantes da Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), onde criticou a ''mercantilização'' do ensino, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que foi o melhor dirigente sindical d
Publicado 05/09/2008 18:06
''Quero dizer para vocês que fui um dos grandes dirigentes sindicais deste país. Aliás, durante a década de 70, fui o melhor dirigente sindical deste país'', afirmou Lula, em Petrolina (PE). O presidente disse que, quando era dirigente sindical, sempre teve ''muitas dúvidas'' sobre greves envolvendo médicos e metroviários. ''Quem paga [pelas greves] é exatamente a parte mais pobre da população''.
Depois de visitar as instalações de hospital e inaugurar a primeira etapa do campus da universidade, Lula criticou a concentração de profissionais especializados apenas nas maiores cidades. ''Se vocês que estudam medicina aqui quiserem trabalhar em São Paulo ou apenas na praia de Boa Viagem, sabe o que vai acontecer? Vai ser uma frustração, os pobres vão ficar sem médicos.''
Críticas à greve
O presidente ainda criticou a greve de servidores públicos de atividades consideradas essenciais, como médicos, porque, segundo ele, prejudica os pobres. Lula fez a crítica no momento em que os médicos dos hospitais estaduais do Recife ameaçam deixar o trabalho a partir desta sexta (5).
Cerca de 400 profissionais já entregaram seus pedidos de exoneração à Secretaria Estadual de Saúde. A categoria quer aumento salarial e rejeitou na noite de segunda-feira a proposta do governo. Por meio de nota de oficial, o governo informou que propôs reajustar os salários dos plantonistas de R$ 2.900 para R$ 3.600 e dos diaristas R$ 1.900 para R$ 2.300.
“Sempre tive muita dúvida sobre greve de médico, sobre greve de metrô, pois quem paga é exatamente a parte mais pobre da população. A gente não vê greve nos grandes hospitais particulares. A gente vê é no setor público, onde crianças ficam na fila, esperando horas por atendimento e as pessoas não aparecem para atendê-la em nome de reivindicar um salário a mais”, disse o presidente, ao inaugurar a primeira etapa do campus da Univasf, que ficará pronta no segundo semestre de 2009.
“Pode reivindicar, brigar, mas não deixe de atender aquela parte mais pobre da população, é a parte mais fraca, não é organizada”, completou. Com a ameaça de demissão coletiva, o governo de Eduardo Campos pediu ajuda ao Ministério da Defesa, que descolou aproximadamente cem médicos das Forças Armadas para ajudar no atendimento na rede pública de Recife. De acordo com o ministério, os militares já estão atendendo. No evento, Lula disse ainda que o governo investirá R$ 41 bilhões em ciência e tecnologia até 2010.
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