Médicos do INSS vão paralisar atendimento uma vez por semana

A partir da próxima semana, os peritos médicos da Previdência Social de todo país irão paralisar as atividades às quartas-feiras por tempo indeterminado. A iniciativa foi aprovada durante assembléia geral extraordinária realizada nesta terça-feira (09)

Segundo o delegado da Associação Nacional dos Peritos Médicos na agência de Vitória, Julius Caesar Ramalho, a paralisação será mantida enquanto a medida provisória estiver tramitando no Congresso. Desde 2007 a categoria negocia com os líderes do governo sobre os critérios que seriam estabelecidos para o pagamento das gratificações de desempenho.



Várias reuniões foram realizadas entre o Ministério do Planejamento, INSS, Ministério da Previdência e Associação Nacional dos Peritos e resultaram em um acordo entre os órgão concretizando o aumento salarial e as gratificações de desempenho a serem pagas aos peritos. Mas, segundo Julius, ficou acordado que a chamada fila, isto é, o tempo de espera entre a marcação da perícia pelo segurado e o dia da consulta, não seria válida.



''O governo ignorou o acordo atrelado à fila de espera e incluiu na medida provisória um prazo de 5 dias para o atendimento da perícia ao segurado. Ao passar esse período a gratificação dada ao profissional decairia'', ressaltou o delegado regional.



Os médicos peritos são responsáveis por endossar casos de aposentadoria por invalidez e a concessão de benefícios como auxílio-doença, licença-maternidade e auxílio-acidente. No Espírito Santo atuam aproximadamente 60 peritos para atender todas as regiões. Esse número também está sendo protestado no movimento, pois, segundo Julius, os profissionais existentes não são suficientes para tender todas as demandas.



“É impossível marcar e fazer as perícias em apenas 5 dias, pois existem três agencias do INSS no Estado sem perito. Nós nos deslocamos até o local para fazer o atendimento”, disse Ramalho.



Caso o governo não atenda as reivindicações da categoria e modifique o texto da Medida Provisória o movimento de paralisação pode se transformar em uma greve por tempo indeterminando.