Apoio: ato da CMS diz não ao golpe separatista na Bolívia

Entidades sociais, convocadas pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), realizaram nesta quinta-feira (18), às 17 horas, o ato de apoio  e solidariedade ao povo da Bolívia. Realizado em frente ao Consulado da Bolívia, na avenida Paulista, em

Ao lado de companheiros bolivianos, representantes de entidades sociais compareceram em peso, para manisfestar seu repúdio e indignação contra o golpe ornamentado pela direita fascista ianque da América Latina. Presente no evento, Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), alertou que a solidariedade dos trabalhadores e do povo brasileiro ao povo boliviano é urgente e necessária.


 


“O governo americano está envolvido nessa tentativa de desestabilização do governo de Evo Morales, por isso  se faz necessária a unidade dos povos latino americanos, para derrotar a ingerência do imperialismo norte americano sobre a América Latina”, declarou.


 


O Cônsul da Bolívia em São Paulo agradeceu à manifestação espontânea de apoio do povo brasileiro e  recebeu das mãos dos presentes o Manifesto de Solidariedade ao povo boliviano e ao governo de Evo Morales.


 


O presidente boliviano tem enfrentado há quase um mês violentos protestos em departamentos (Estados) governados pela oposição (Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija). Eles são contra a nova Constituição que Morales pretende aprovar para aumentar a participação do Estado na economia, dar mais poderes à maioria indígena e promover uma reforma agrária. Na última sexta-feira (12/09), um dos conflitos deixou 15 mortos em Pando. Leopoldo Fernández, governador de Pando, foi detido hoje acusado de ser o mandante do massacre.


 


Leia abaixo o manifesto que foi divulgado no ato:


 



Não ao golpe separatista na Bolívia! Abaixo a direita fascista ianque na América Latina!


 


Na última semana, uma escalada de violência tomou o leste da Bolívia. Como não puderam eleger um representante direto das classes dominantes para o governo central, grupos civis da direita fascista tentam impor um golpe separatista ao país, com vistas à derrubada do governo de Evo Morales e retomar o controle absoluto sobre o país vizinho e, em especial, sobre o gás e os demais hidrocarbonetos.


 


Tais grupos, liderados pelos auto-intitulados ''comitês cívicos'' e pelos governadores oposicionistas de cinco departamentos (estados), em coordenação com a Embaixada Norte-Americana, implementaram um verdadeiro estado de terror em muitas cidades do oriente boliviano.


 


O caráter racista destas manifestações – que chamam de “invasor” o indígena do altiplano que migra para as terras baixas – é evidente não somente no discurso. Muitas das ações violentas desta semana se deram justamente nos locais de trabalho e de moradia desta população migrante – como no mercado camponês em Tarija e no bairro popular Plan 3000, em Santa Cruz. Porém, a gota d’água ocorreu na quinta-feira (11/08), quando 30 trabalhadores camponeses (dados divulgados pelo governo boliviano até dia 14/09) foram massacrados por funcionários e grupos paramilitares ligados ao governo oposicionista do departamento de Pando.


 


Frente a esta situação, chamamos a todos para um ato de repúdio veemente à iniciativa de golpe separatista na Bolívia. Os EUA nunca hesitaram em utilizar a força para impor estados de terror com o objetivo de impedir o avanço das lutas e reivindicações camponesas, indígenas e operárias. Mas a ditadura e o fascismo não voltarão! Abaixo a direita fascista ianque na América Latina!


 


Assinam:


Via Campensina, MST, MTST, Intersindical, Conlutas, CMS, CTB, CUT, Marcha Mundial das Mulheres, UNE, Ubes, Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo, Consulta Popular, Serviço Pastoral dos Migrantes, MTL, Grito dos Excluídos Continental, PSOL, PSTU, PCB, PT, PCdoB e Refundação Comunista.


 


Matéria atualizada às 19h50min de 18/09.