Flávio Dino cresce; Castelo em desespero parte para baixaria

Nesta tarde, Flávio Dino está concedendo uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto. Ao Vermelho, disse atribuir os ataques a Castelo. Segundo ele, há aproximadamente 15 dias “identificamos uma mobilização por parte da candidatura do PSDB visando a difundir boatos e mentiras contra mim”. Entre os ataques estão a distribuição de materiais impressos de autoria não identificada que procura ligar o comunista ao grupo de José Sarney. “Passaram a lançar boatos, dizendo que eu agredia meus pais e que se eleito, fecharia igrejas em São Luís”, conta.

Na manhã desta segunda-feira, um grupo de seis pessoas que se acredita estarem ligadas a João Castelo foi detido pela polícia do campus da Universidade Federal do Maranhão distribuindo material apócrifo ligando Sarney a Dino. O ato configura um triplo crime: por ser de conteúdo difamatório, sem conter a identificação dos autores e por ter tido sua distribuição feita dentro de uma entidade pública. Por isso, todos estão sendo ouvidos pela Polícia Federal.

Recentemente, Flávio Dino conseguiu liminar na Justiça Eleitoral proibindo qualquer vinculação política de seu nome a Sarney durante o restante da campanha.

Dino esclarece que há duas providências sendo tomadas. “A primeira delas é fazer uma denúncia pública de que há uma movimentação da candidatura de João Castelo a fim de inviabilizar a realização de eleições limpas, democráticas e pacíficas em São Luís”.

A segunda, diz, é o envio de ofício à Polícia Federal “pedindo que a PF esteja atenta contra essa autêntica campanha criminosa de difamação e tome ações preventivas a fim de impedir inclusive a compra de votos”. Dino denuncia que há rumores de que “haverá grande orquestração de compra de votos nestas eleições”, fato que o comunista também atribui à campanha de João Castelo.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse que os atos demonstram o “desespero com o rápido crescimento do comunista nas pesquisas de intenção de votos”. Ao lado do presidente do PT, Ricardo Berzoini, Rabelo reclamou junto à Polícia Federal.

Ofício
O documento encaminhado hoje ao diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, diz que “inconformados com o crescimento da candidatura do deputado federal Flávio Dino, da Coligação Unidade Popular (PCdoB/PT), os adversários, notadamente a coligação liderada pelo PSDB, tentam a todo custo criar um ambiente hostil e propício a ocorrências que cerceiam o livre direito de escolha do eleitor, ferindo o processo de eleições limpas proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral”.

Denuncia ainda que as “práticas condenáveis acontecem através de panfletos apócrifos distribuídos largamente durante a noite, também em ‘centrais de boatos’ formado por ‘militantes’ que agem em pontos de maior concentração de pessoas, e de jornais que sistematicamente, de modo orquestrado, veiculam mentiras sobre o candidato Flávio Dino”. Com isso, salienta, “tentam conter o crescimento do candidato da Unidade Popular em uma ação desesperada, desproporcional e ardilosa para impedir a realização do 2º turno”.

O ofício lista as mentiras que têm sido espalhadas: ''Flávio Dino afirmou que a única coisa que importa é o seu projeto pessoal, e por isso aceita qualquer tipo de aliança”; ''Flávio Dino irá fechar os templos evangélicos”; “Falso comunista não tem escrúpulos”; ''Flávio Dino agrediu o pai a socos e deixou a mãe à míngua num hospital da cidade''.

Por fim, diz o ofício, “se tem notícia de que haverá uma grande operação para uma escandalosa compra de votos nas eleições municipais em São Luís”
Indignado com os ataques, Flávio Dino rechaça as acusações e esclarece que “nossa disposição é continuar fazendo campanha do mesmo modo: discutindo os problemas e soluções para a cidade e apresentando a polarização real que existe em nossa campanha – que propõe uma linha de atuação popular e democrática, semelhante à que o governo Lula realiza – e as forças de direita, reacionárias, conservadoras e atrasadas que tentam conquistar a Prefeitura de São Luís”.

Segundo turno
A mais recente pesquisa feita na capital maranhense pela Escutec/O Estado do Maranhão e divulgada neste domingo (28) mostra o candidato comunista em franca ascensão. Flávio Dino já conta com 27,8% da preferência da população, 6% a mais em relação ao levantamento divulgado dia 21, quando tinha 21,8%. Foi o maior crescimento observado entre todos os candidatos, o que explica as manobras sujas perpetradas por seu maior oponente. João Castelo tem 44,7%.

Como a soma dos demais concorrentes chega a 48%, se as eleições fossem hoje haveria segundo turno. Atrás deles estão Clodomir Paz (PDT) com 7,1%; Gastão Vieira (PMDB) e Cléber Verde (PRB), ambos com 3,7% e Raimundo Cutrim (DEM) com 3,6%. Em seguida vêm Pedro Fernandes (PTB) com 0,9% e Paulo Rios (PSol),  Waldir Maranhão (PP) e Welbson Madeira (PSTU), com 0,4%. Votos brancos e nulos somam 2,1% e outros 5,2% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder. Na espontânea, Castelo continua com 44% dos votos e Dino passa a 26%.

João Castelo é líder no índice de rejeição: 24,3% da população disse que não votaria nele de jeito nenhum. Em seguida está Clodomir Paz, com 21,6%, seguido de Gastão Vieira, com 8,4%.  Flávio Dino tem um dos mais baixos índices de rejeição: apenas 4,3%.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte