Mundo terá 1,4 bilhão em favelas até 2020, diz ONU
No Dia Mundial da Habitação, Raquel Rolnik, relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para Moradia Adequada, afirma que não pode haver cidades harmônicas sem políticas sociais eficientes de moradia. Afirmou também que o mundo precisa de
Publicado 06/10/2008 13:27
Numa mensagem para marcar o Dia Mundial da Habitação, neste seis de outubro, a relatora da ONU afirmou que um em cada três moradores de cidades, vive em favelas.
Políticas Corretas
Segundo ela, se nada for feito, o mundo terá 1,4 bilhão de pessoas morando nestas condições até 2020. Ao contrário de 998 milhões, atualmente.
Em entrevista à Rádio ONU, Raquel Rolnik afirmou que em muitos casos, por questão de segurança, é preciso remover os moradores de suas comunidades. Mas para ela, isso pode ser evitado com políticas de urbanização corretas.
“Existe sim, como eu insisto, muitas vezes a necessidade de remoção. Mas o que dizemos é que independentemente se a solução melhor ou desejo é sair ou ficar, o direito de ter reconhecida sua posse neste local, este direito é inequívoco do ponto de vista de uma política urbano-habitacional includente”, afirmou.
Brechas
Segundo o especialista Carlos Alberto Paranhos, do UN-Habitat no Brasil, o abismo social ainda é um problema para a maioria dos centros urbanos na América Latina. De acordo com Paranhos, os níveis de desigualdade social estão entre os maiores do mundo.
“Apesar de haver muita pobreza, o que mais chama a atenção não é tanto a pobreza, mas a desigualdade. A tremenda brecha que existe entre as famílias de pessoas mais ricas e as mais pobres. Entre as famílias que têm todo os direitos à cidade, à habitação, a emprego e a serviços e as famílias que mal conseguem sobreviver de um dia ao outro”, afirmou.
Neste ano, a capital de Luanda, Angola, está liderando as comemorações do Dia Mundial da Habitação sob o tema “Cidades Harmoniosas”.
O objetivo da data, marcada na primeira segunda-feira de outubro, é refletir sobre as condições de moradias em bairros e cidades e o direito fundamental de todos os seres humanos ao abrigo.