PMDB escolhe Michel Temer como candidato à sucessão de Chinaglia

A presença dos senadores foi saudada pelo líder do PMDB na Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) como garantia de unidade do PMDB nas duas Casas. A preocupação dos peemedebistas é que seja cumprido o acordo que garante a alternância de poder entre o PMDB e o PT – os dois maiores partidos – na presidência da Câmara e do Senado.

Pelo acordo fechado na eleição passada, na sucessão de Arlindo Chinaglia (PT-SP), a vaga caberia ao PMDB, enquanto o PT presidiria o Senado a partir do ano que vem. As eleições para a escolha dos novos dirigentes das duas Casas ocorre em 1o de fevereiro, na reabertura dos trabalhos legislativos.

A deputada Rita Camata (ES), que no mês passado manifestou interesse em se candidatar à Presidência da Casa, fez um discurso que ela mesma definiu como destoante da maioria. Ela acusou a “elite” do Partido de convocar a reunião com a definição do nome de Michel Temer, defendendo uma discussão democrática para a escolha de um nome.

Voz destoante

Em sua falação, a deputada capixaba disse que discordava do processo de escolha do nome – feito por abaixo assinado – que não condizia com o papel de um partido democrático como o PMDB. Ela defendeu a idéia de que aquela reunião servisse como início das conversações para escolha de um nome. Ao final de sua falação, a deputada abandonou a reunião.

Ela não ouviu a explicação do líder que – em resposta – disse que o chamamento da reunião para escolha do candidato foi feito por 84 dos 96 deputados da bancada, o que não poderia ser considerado como elite. Disse ainda que qualquer deputado poderia se candidatar a candidato.

Os discursos que se prolongaram por toda a tarde foram de elogios ao desempenho do Partido nas eleições municipais e ao deputado Michel Temer como presidente do Partido. Ele foi apontado como o nome com o perfil ideal para ocupar o cargo de Presidente da Câmara, representando a unidade do Partido.

Sem divisões

Para afastar qualquer dúvida sobre divisões no Partido, o líder fez questão de pedir declarações públicas dos representantes do Partido no Senado. Notícias dão conta de que o PMDB queria ocupar a presidência das duas Casas e para isso já lançara o nome do senador Hélio Costa (MG) à sucessão de Garibaldi Alves (RN).

O ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), saudado como “grande liderança nacional do Partido”, afirmou que a prioridade do Partido é com a candidatura de Michel Temer, afastando a possibilidade de uma candidatura dos peemedebistas no Senado.

O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp, disse que vê com legitimidade a candidatura de Temer e que defende a posição que for melhor para o Partido. Para ele, “bom seria ficar com os dois (Câmara e Senado)”, ao mesmo tempo em que garantiu que não existe candidatura do PMDB no Senado.

Animados pelo êxito nas eleições municipais, os peemedebistas já falam em candidatura própria para a Presidência da República em 2010. Raupp disse que o Partido demostrou “força e vitalidade” e não pode perder esse momento, aconselhando a escolha e preparação de um nome para a sucessão do Presidente Lula.

No Senado, as perspectivas é de que, confirmado o acordo entre PMDB e PT, o senador Tião Viana (PT-AC) seria o candidato para a Presidência do Senado. Ele assumiu o cargo durante o afastamento do ex-presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).

Prato do dia

Com o resultado das eleições e a escolha de Michel Temer, a cúpula do PMDB vai jantar com o presidente Lula no Palácio da Alvorada na noite desta quarta-feira (8). Na pauta, uma avaliação das eleições municipais de domingo, que mostraram crescimento do partido no País. A escolha do nome para suceder Chinaglia e o acordo entre os dois partidos também devem fazer parte das conversações.

De Brasília
Márcia Xavier