Sete dias que abalaram os mercados
A Bolsa de Valores de Nova York teve nesta quinta-deira (9) o seu sétimo dia consecutivo no Vermelho. O índice Dow Jones depois de cairmoderadamente ao longo do dia, despencou e fechou em baixa de 7,33%, ou 8.579 pontos, a cifra mais baixa desde 200
Publicado 09/10/2008 22:17
Outras grandes empresas registraram grandes perdas em seus papéis. As ações da Fortress Investment Group recuaram 34,95% e as do Blackstone Group perderam 31,42%. No setor financeiro, as ações do Morgan Stanley caíram 25,89%.
FMI fala em “recessão global”
O dia foi marcado pela sensação de que a crise transborda do setor financeiro para a chamada economia real. O mundo “está à beira de uma recessão global”, analisou o francês Dominique Strauss-Khan, presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional).
A queda da Dow Jones abaixo dos 9 mil pontos teve impacto psicológico e gerou reações de pânico. Na sexta-feira passada (3) o índice rompera a barreira dos 10 mil pontos e em 26 de setembro a dos 11 mil pontos. Há exatamente um ano, o Dow estava em 14.164,53 ponto.
A aprovação do mega-pacote de ajuda aos bancos proposto pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, que transitou em tempo recorde e foi aprovado há uma semana pela mesma Câmara que o rejeitara dias antes, não interrompeu a tendência de queda.
No The New York Times, Floyd Norris recorda outro outubro trágico para Wall Street, o de 1987, quando a Dow Jones caíu 20,5% em um só dia (19). Mas afirma acreditar que ao longo de todo o ano em curso “wavia uma recessão a caminho”. E dá os dados da S&P para o comportamento das ações cotadas em Nova York, por setor da economia, nos sete dias de outubro e nos últimos 12 meses:
Alimentos e produtos domésticos: menos 17,5% e menos 30,6%;
Serviços: menos 18,6% e menos 35,0%;
Telecomunicações: menos 19,3% e menos 48,1%;
Tecnologia da informação: menos 19,9% e menos 40,9%;
Materiais de construção: menos 21,8% e menos 41,7%;
Bens industriais: menos 21,9% e menos 43,7%;
Consumo pessoal: menos 23,2% e menos 43,2%;
Energia: menos 24,5% e menos 36,9%;
Finanças: menos 31,9% e menos 61,7%.
Europa cai, Brasil cai, Ásia desaba
Na Europa, o índice DAX de Franckfurt teve queda de 2,53% nesta quinta-feira, o CAC-40 de Paris caiu 1,55%, o MIB de Milão 1,81% e o FTSE de Londres recuou 1,05%. A Bolsa de Madri foi ainda mais afetada: o índice Ibex 35 fechou negativo em 3,8%.
Na Bolsa de São Paulo o Ibovespa caiu 3,92%. Petrobras PN caiu 3,07%, para R$ 25,88; Vale PNA perdeu 4,84%, para a R$ 24,55; BM & FBovespa ON teve alta de 5,36%, para R$ 7,85; Bradesco PN se desvalorizou 7,15%, a R$ 23,49; e Vale ON caiu 3,65%, para R$ 27,94.
As bolsas de valores da Ásia acompanharam o ritmo e abriram com fortes quedas na sexta-feira (horário local). O índice Nikkei-225, da Bolsa de Tóquio, perdia 7% logo após a abertura. Após meia hora de pregão, o Nikkei-225 já acumulava queda de 10%. A Bolsa de Valores de Seul também abriu com forte queda no índice Kospi, de 8%.
Da redação, com agências