Repercussão de polêmica sobre Kassab não intimida petistas

Para Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a São Paulo ajudar a coordenar a campanha petista, é um exagero “absoluto e absurdo” a repercussão em torno de uma propaganda de Marta questionando a

Desde a crise política de 2005 e dos casos do ''dossiê'' de 2006 e 2008 que a mídia não investia com tanta ferocidade contra o PT como está sendo visto agora no episódio envolvendo a estratégia, aparentemente mal sucedida, da campanha de Marta Suplicy que provocou polêmica nos meios de comunicação ao questionar a vida pessoal do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).


 


As redações dos grandes jornais, sites e emissoras de rádio e TV de São Paulo fervilham com propostas de pauta e sugestões de entrevista numa tentativa frenética de manter o assunto na ordem do dia.


 


Mas este frenesi midiático, que já contaminou até correligionários da candidata petista, parece não ter abalado a campanha de Marta Suplicy, que segue firme na disposição de desmascarar o prefeito Gilberto Kassab, revelando aspectos escusos de sua trajetória política.



Foi este o entendimento que passou o ministro Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a São Paulo ajudar a coordenar a campanha petista. ''Contra nós vale tudo; quando ousamos levantar uma pergunta, se faz esse escarcéu'', reclamou Carvalho em entrevista à Folha de S. Paulo.



Segundo ele, o PT continuará a mostrar a história do prefeito Gilberto Kassab ''em todas as suas dimensões''.



Questionado se a propaganda contra Kassab foi um deslize, Carvalho respondeu: ''Eu não chego a achar que é um deslize não. Na verdade, acho que houve um superdimensionamento na interpretação. Nós sabemos muito bem o que que é a devassa da vida privada. Nada a ver com o que aconteceu com o Kassab, ninguém fez nenhuma acusação a ele. É muito pior a atitude que o Kassab teve no debate, em que ele acusa a Marta falando da Mônica Valente. Quem é Mônica Valente? É uma cidadã contra a qual não há uma única acusação, salvo o fato de ser esposa do Delúbio [Soares]. Isso é que é preconceito. Verbal, nem é da propaganda, é dita pelo candidato. Acho estranho que a imprensa não ter registrado isso'', disse.


 


Segundo ele, o exagero midiático é ''absoluto e absurdo''. ''Tanto que as pessoas com quem tenho conversado, do povo, nem sequer se dão conta de que tem alguma a ver com o Kassab'', disse Carvalho.


 


Ele também lembrou que a imprensa não se incomodou quando os ataques eram contra a candidata petista. ''Quando se bisbilhotou a vida da Marta do jeito que se fez, nunca vi a indignação que se viu hoje, inclusive em seu jornal (Folha). Mas, no que depender da coordenação da campanha, hoje que estou me inteirando, esse assunto é página virada. O comercial tinha sido programado para ter dois dias de duração. Teve. Hoje [ontem] entraram outros. Agora, nós vamos sim continuar na campanha convidando a população a conhecer melhor os dois candidatos. Em todas as suas dimensões, pessoais e políticas. Entendemos que quando você entra na vida pública sua vida fica exposta, evidente, é muito difícil a distinção entre o privado e o público. Eu trabalho ao lado de uma pessoa cuja vida é devassada diariamente, que é o presidente Lula'', afirmou.


 


Quem também saiu em defesa da candidata petista foi o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT). Ele contou que fez uma sugestão à Marta para que ela fizesse uma comparação entre a atuação dos dois adversários no campo da defesa dos direitos da mulher e dos homossexuais, dado o histórico de Marta na questão. ''Eu sugeri a ela que resgatasse muito isso e questionasse o adversário sobre o que ele fez nos últimos anos em defesa do direitos das mulheres, gays, lésbicas, travestis, transexuais e trissexuais (sic)'', disse o ministro, após almoçar com Marta em um restaurante no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.


 


Leia também:
Mídia explora questões pessoais contra Marta desde 2001