Greve dos policiais segue com protestos à proposta de Serra

Os policiais civis realizaram um protesto na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) no 37ª dia de greve. Eles chegaram  a sinalizar um fim do movimento após a apresentação da proposta do governador José Serra (PSDB). Porém, ao tomarem

Segundo o presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Sisep), João Batista Rebouças, a mobilização reuniu cerca de 800 manifestantes. Os grevistas ocupam as 230 cadeiras do plenário Juscelino Kubitschek e um grupo ainda acompanhou a sessão em pé, outros não puderam entrar.


 


O presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, Valter Honorato, explicou que os policiais foram pedir aos deputados que apresentem emendas para alterar alguns pontos do projeto, como o índice de reajuste oferecido pelo governo.


 


“Queremos a melhoria do índice para chegar ao apresentado na justiça do trabalho. Nossa base se reuniu e decidiu por uma reunião aqui na Assembléia. Estamos aqui para conversar com os líderes das bancadas e deputados”. A encaminhada pelo governador José Serra (PSDB) à Assembléia, de reajuste de 6,5% em 2009 e mais 6,5% em 2010, para a Adpesp é um “desrespeito” aos policiais.


 


“Para ter uma idéia, vamos ter policiais que vão ter a incorporação do adicional por local de exercício (um dos itens incluídos na proposta do governador) de menos de R$ 4, além do próprio aumento que ele anuncia, que por mais conta que se faça, não paga nem a inflação desse ano. Tem policial que vai ter aumento de R$ 60, mas perde o vale-refeição de R$ 90. Ou seja, a proposta significa que você vai perder R$ 30”, disse André Dahmer, diretor da associação.


 


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Os delegados disseram que os projetos de Serra reservam surpresas como o fim da fiscalização exercida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nos concursos para delegado.


 


“A questão não é só financeira, mas de dignidade. Retirar a OAB é abrir caminho para ingerências estranhas no concurso. Ninguém havia pedido isso. Por que o governo fez? Faltou diálogo”, diz Dahmer, que nega que a mudança de posição da Associação dos Delegados, que se mostrava anteontem favorável ao fim da greve, tenha relação com as eleições municipais de domingo.


 


Os líderes das entidades se reuniram ontem e chegaram ao consenso de que a paralisação deve continuar. Por isso eles pedem que os deputados se posicionem contra o projeto. “Acho um absurdo. O governador deveria ter apresentado primeiro uma proposta às entidades e depois ter enviado à Assembléia”, declarou Rebouças.