Amapá: eleição fortaleceu campo progressista, diz dirigente
Terminado o processo eleitoral, a direção estadual do PCdoB do Amapá faz um balanço positivo do desempenho das forças do campo progressista e, em especial, das forças que compõem a base de sustentação do governo Lula no estado, com a eleição de 12 prefeit
Publicado 04/11/2008 15:35
O presidente do comitê estadual do PCdoB, Luiz Pingarilho, afirma que “a nova geografia política amapaense demonstra um maior fortalecimento do campo progressista para 2010”.
De acordo com a direção local, o PCdoB também se fortaleceu neste processo, apesar de não ter reunido forças para eleger vereador em Macapá. Fez, no entanto, vereadores em sete municípios, inclusive no terceiro maior colégio eleitoral do estado. Em relação a 2004, o partido aumentou sua bancada no estado em 100% e sua votação em mais de 300%. “O PCdoB lançou em 2008 as bases para assegurar em 2010 a continuidade do projeto mudancista em curso no país”, diz resolução da Comissão Política do PCdoB do Amapá, que o Vermelho reproduz a seguir.
Resolução da reunião da Comissão Política do PCdoB do Amapá
1. Encerrado o processo eleitoral de 2008, o PCdoB comemora os êxitos alcançados pelas forças progressistas da sociedade e, em especial, os avanços do partido. No geral, a resultante desse esforço aponta para a vitória de candidatos da base de sustentação do governo Lula que tiveram como mote de campanha as propostas de mudanças para o país. Apesar da visão hegemonista ainda reinante em setores do maior partido da base, o PT, que inviabilizou alianças em importantes capitais como o Rio de Janeiro, o campo popular e democrático se fortaleceu em outubro em todo o país. Já o bloco liberal-conservador, apesar da vitória de Kassab em São Paulo, apresenta-se fragilizado, sem bandeiras para fazer frente ao momento político vivido pelo país e com suas teses neoliberais em declínio poderá diminuir ainda mais em 2010. Com a vitória alcançada deu sólido impulso às forças de esquerda e progressistas para a sucessão presidencial de 2010.
2. Em nosso Estado foi empreendido grande esforço pelo partido na busca de maior afirmação do projeto partidário. No primeiro turno, embora tendo o PDT como seu principal aliado no o Estado o PCdoB recusou a proposta “adesista” do deputado estadual Roberto Góes (PDT), assim como a candidatura do PSB que aglutinava a oposição ao governo Lula, e procurou abrir caminho para uma terceira via que pudesse representar o sentimento de mudança em relação ao atual prefeito João Henrique. O caminho então foi com PMDB através da candidatura da deputada federal Fátima Pelaes que abriu espaço ao partido para uma composição indicando o atual vice-prefeito de Macapá Eury Farias.
3. Na montagem eleitoral para as eleições de outubro, o PCdoB apresentou em torno de 58 candidatos a vereadores em todo o Estado; dos candidatos a prefeito e dois a vice-prefeitos. Tinha como meta a eleição de dez vereadores, incluindo o da capital, dois vice-prefeitos e, pelo menos, um prefeito no interior. Tinha também como objetivo ganhar a prefeitura da capital apoiando a candidatura de Fátima Pelaes do PMDB.
4. Na capital do Estado o nosso projeto eleitoral sofreu uma derrota no primeiro turno. Com um PMDB dividido e fora da campanha não conseguimos levar a nossa candidata ao segundo turno. A candidatura de Fátima acabou tendo um desempenho muito aquém do esperado. Também não elegemos vereador na capital. Lançamos nove candidatos a vereadores numa coligação difícil com o PMDB e PTN que tinham três candidatos indo à reeleição e disputando apenas duas vagas; acabamos não elegendo nenhum vereador, conquistando apenas a segunda suplência.
5. Também teve papel destacado na vitória do prefeito de Santana Antonio Nogueira, que foi reeleito com grande vantagem em relação ao segundo colocado, e em outros municípios do estado onde ajudou a eleger e reeleger prefeitos. Num grande incremento com respeito a 2004. Isso representa importante acumulação política para 2010.
6. Mas no segundo turno nos recuperamos. Decidimos apoiar o candidato Roberto Góes do PDT e da base sustentação do governo Lula, numa virada histórica venceu com 51,66% contra 48,34% o candidato do PSB Camilo Capiberibe.
7. O prefeito eleito aglutina em torno de si um arco amplo de partidos políticos que vai desde a base de sustentação ao governo Lula encabeçados pelo PT, PCdoB e o próprio PDT e aqueles que embora apoiando o governador Valdez Góes se colocam em campo oposto ao governo Lula como é o caso do DEM, PPS e do PSDB. Mas terá boas possibilidades de realizar uma administração com apoio amplo na esfera estadual e federal.
8. O PCdoB, ao apoiar essa candidatura no 2º turno o fez incorporando ao seu programa de governo alguns aspectos que considera relevante como: a humanização da cidade enfrentando os problemas de infra estrutura e de geração de renda. Deu sugestão para que fossem articulados os desafios do desenvolvimento econômico municipal com melhores condições de vida para a maioria da população, diminuindo as disparidades sociais e administrando com ampla democracia e participação popular, com transparência e ética.
9. Olhando o resultado de conjunto, o PDT e o PT foram os grandes vitoriosos no processo eleitoral no Estado do Amapá. O PDT elegeu o prefeito da capital e mais três no interior. O PT reelegeu os prefeitos de Santana (2º município do Estado), de Serra do Navio e conquistou mais a prefeitura de Ferreira Gomes. O PP do vice-governador também conquistou importante vitória em grandes municípios como Laranjal do Jarí e Oiapoque elegendo prefeitos. O PMDB não conseguiu o esperado mais elegeu em três municípios pequenos. O PSB não conseguiu superar o isolamento em que se encontra no Estado e acabou sendo derrotado. Com esse resultado fica assim o quadro eleitoral no Estado:
Quadro político eleitoral de 2008
Município | Candidato eleito | Partido |
Macapá | Roberto Góes | PDT |
Santana | Antonio Nogueira | PT |
Mazagão | Marmitão | PDT |
Porto Grande | Bessa | PDT |
Pedra Branca | Zezinho | PV |
Serra do Navio | Francimar | PT |
Tartarugalzinho | Rildo Oliveira | PMDB |
Amapá | Peba | DEM |
Oiapoque | Agnaldo Rocha | PP |
Itaubal | Miraldo | PDT |
Cutias | Paulo Albuquerque | PSDB |
Laranjal do Jarí | Auricélia Cardoso | PP |
Vitoria do Jarí | Luis Beirão | PSDB |
Ferreira Gomes | Valdo | PT |
Calçoene | Lucimar | PMDB |
Pracuúba | Mosa | PMDB |
TOTAL | 16 |
10. A exemplo da disputa majoritária, o grande vitorioso na disputa das vagas para vereador também foi o PDT que elegeu 22. O PMDB, PV, PP e PT também elegeram expressivas bancadas. Todos esses partidos fizeram vereadores na capital e são da base de sustentação do governador Waldez Góes.
Mapa da eleição para
vereador no Amapá
Partidos | N |
PDT | |
PMDB | |
PV | 14 |
PP | 13 |
PT | 13 |
DEM | 11 |
PCdoB | 08 |
PSDB | 08 |
PR | 08 |
PTdoB | 08 |
PSC | 07 |
PSB | 06 |
PTB | 04 |
PSOL | 03 |
PMN | 03 |
PCB | 01 |
PHS | 01 |
PSL | 01 |
PSDC | 01 |
11. O Partido teve um crescimento importante em relação a 2004 e ganhou mais musculatura, lançou 58 candidaturas a vereador em 13 municípios, sendo duas a prefeito em Porto Grande e Pedra Branca do Amaparí; duas a vice-prefeito em Itaubal e Macapá. Embora não tenha tido êxito na capital e nem em Santana, elegeu 08 vereadores em 07 municípios (crescimento de 300%), obteve 03 primeiros suplentes em Vitória do Jarí, Oiapoque e Amapá; e por 12 votos deixou de fazer o coeficiente em Santana e eleger mais um. A votação do Partido em todo o Estado foi de 13.607 votos (inclusos os votos pra prefeito). Ajudou a eleger 05 prefeitos de outras legendas.
Quadro eleitoral do PCdoB
Cidade | Nº. de eleitos | ||
Macapá | 9 | – | 5.124 |
Santana | 7 | – | 2.650 |
Laranjal do Jari | 4 | 1 | 664 |
Oiapoque | 4 | – | 332 |
Porto Grande | 12 | – | 514 |
Mazagão | 1 | 1 | 469 |
Vitória do Jari | 4 | 1 | 427 |
Serra do Navio | 2 | – | 103 |
Tartarugalzinho | 2 | 1 | 338 |
Pedra Branca | 6 | 1 | 193 |
Amapá | 2 | – | 172 |
Cutias do Araguari | 1 | 1 | 149 |
Iatubal | 2 | 2 | 178 |
12. O desempenho partidário cumpriu as expectativas. Ao lado da grande mobilização militante na campanha, culminando com um aumento das fileiras partidárias, o partido lançou e projetou importantes lideranças na disputa de 2008.
13. Encerrada a batalha eleitoral, ganham centralidade as tarefas de promover uma campanha vibrante e massiva de filiação ao partido; mergulhar no movimento social e cuidar mais do Partido visando 2010. Nesse sentido os desafios prementes são agora os de estruturar as bases partidárias, trabalhar a formação militante e enfrentar o debate dos temas concretos referentes à cidade, o Estado e a nossa região. Se apresentar mais na disputa política na sociedade; adequar meios e instrumentos para a comunicação de massas propriamente dita e mobilizar amplamente o partido, as forças partidárias e sociais aliadas, para outras batalhas. Os meios e instrumentos para as disputas futuras assumem agora papel decisivo. Sem hegemonismos ou sectarismos, é preciso congregar todos os setores comprometidos com o avanço das mudanças no município e no Estado. Esforço muito importante deve ser garantido quanto à comunicação e propaganda partidária e ao setor de finanças. O esforço de arrecadação de recursos deve ser compreendido como um trabalho essencialmente político, atualizando as contribuições militantes e mobilizando o apoio de forças econômicas e sociais que têm interesse no fortalecimento do partido.
14. Por outro lado, o partido agora deve se dedicar aos debates referentes a composição dos governos municipais onde deverá ser força política integrante na administração em Macapá e outros municípios do Estado. O partido deve discutir a sua participação nos governos indicando lideranças identificadas com o projeto partidário e com as habilidades administrativas necessárias para ajudar de forma exitosa as gestões dos prefeitos eleitos em 2008.
15. A militância aguerrida, criativa e inserida junto ao povo, maior patrimônio do PCdoB, deverá ser valorizada e terá sempre papel vital na construção de nosso partido. Nesse sentido, medidas devem ser tomadas, dispondo das forças com discernimento, intensificando a inserção das bases partidárias, atribuindo a todos responsabilidades, e destacando lideranças e dirigentes para frentes bem definidas de atuação. Para cumprir esses propósitos, é muito importante fortalecer os órgãos de direção, instâncias últimas das decisões políticas a serem tomadas. O PCdoB lançou em 2008 as bases para assegurar em 2010 a continuidade do projeto mudancista em curso no país. Vamos à luta por novas conquistas!
Macapá, 1º de novembro de 2008
Comissão Política do Comitê Estadual e Municipal de Macapá