Chico Lopes: com juros altos, Brasil está na contramão
A decisão, na semana passada, do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em um ponto percentual a Taxa Básica de Juros da Economia (Selic) evidencia, mais uma vez, a disputa existente no governo entre monetaristas e desenvolvimentistas. A avaliaçã
Publicado 26/01/2009 11:54
O partido vem sendo uma das maiores vozes na defesa do decréscimo dos juros como forma de correção na política econômica, favorecendo o desenvolvimento do Brasil, movimentando a economia e gerando novos empregos. “Uma medida que se torna ainda mais urgente e importante em tempos de crise internacional”, reforça Chico Lopes.
“Essa decisão do Copom merece destaque, ainda que esteja vindo tarde. Mas é a primeira vez em muito tempo que a Selic é cortada em um ponto percentual”, destaca o parlamentar cearense. “Mais uma vez fica clara a disputa que se passa dentro do governo – com reflexos no Copom, onde a decisão não foi unânime, e veio depois de um racha – entre desenvolvimentistas de um lado e monetaristas de outro. Os desenvolvimentistas dessa vez conseguiram alterar o rumo da taxa de juros”, acrescenta Lopes.
“Foi uma redução grande, embora a taxa ainda seja muito alta. Mas viram finalmente que, enquanto o mundo inteiro está baixando os juros, o Brasil estava indo na contramão”.
Da economia ao embate político
Para Lopes, a disputa entre teses continua, prometendo novos capítulos conforme o confronto político se aqueça no Congresso Nacional, com a proximidade das eleições, e de acordo com os próximos números e fatos ligados ao contexto da crise econômica internacional.
“Estamos em uma disputa difícil, onde a oposição vai querer se aproveitar do que vier como forma de preparar a sua tentativa de retorno ao poder em 2010. Precisamos ter isso com muita clareza”, alerta.
Lopes ainda comentou matéria publicada pela revista CartaCapital, dando conta de que o presidente do Banco Central, o tucano Henrique Meirelles, já prepararia sua saída do cargo, com vistas à disputa eleitoral de 2010 no estado em que tem base política: Goiás.
“Não sabemos ainda se essa saída realmente vai se confirmar. Mas me parece que isso não é o principal”, entende Lopes. “A questão é que a ala monetarista ainda é muito grande, tem muito espaço. Nesse momento, não vejo que a saída do Meirelles, por si só, resolveria o problema. Seria preciso realmente uma diretriz política mais avançada no governo nesse ponto, no mesmo passo das suas conquistas, que vêm sendo muitas até aqui, no campo social, da educação e da infra-estrutura”.
Da redação, com assessoria de Chico Lopes