Câmara aprova regime próprio de previdência

Servidores da Capital protestam e podem entrar em greve

A segunda sessão extraordinária foi de muito tumulto, ontem, na Câmara Municipal de Florianópolis. O projeto mais polêmico entre os oito que estavam em votação foi o que institui o regime próprio de previdência para os servidores municipais. Por 10 votos favoráveis, quatro contrários e duas abstenções, a matéria foi aprovada.


 


A confusão começou antes do início da sessão, marcada para as 19h. Uma placa com a posição dos 16 vereadores sobre o projeto foi colocada em frente à Câmara.


 


Servidores lotaram a frente do Plenário da Câmara e, com a ajuda de um carro de som, protestaram contra o projeto que cria o regime próprio de previdência.


 


Eles alegam que a matéria foi colocada em votação sem uma ampla discussão com os trabalhadores municipais, pretende privatizar a aposentadoria dos servidores, além de aumentar a alíquota de contribuição, que passaria de 8% para 11%.


 


Dentro da casa, alguns servidores também protestaram. A Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos e houve confronto com os trabalhadores. Muitos deles reclamaram que a maior parte dos que estavam sentados assistindo à sessão eram funcionários comissionados e eram favoráveis ao projeto enviado pelo Executivo.


 


O momento mais tenso da noite foi depois da aprovação da matéria. Os trabalhadores afirmaram que vão entrar com uma ação de inconstitucionalidade do projeto, marcaram uma mobilização para o próximo dia 10 de fevereiro e prometeram entrar em greve.


 


Reforma administrativa da prefeitura também passa


 


Outra matéria polêmica colocada em votação, ontem, foi a da reforma administrativa da prefeitura, encaminhada pelo Executivo. Por 14 votos a dois, o projeto também foi aprovado. Alguns vereadores, no entanto, explicaram que o voto havia sido favorável porque a prefeitura prometeu dar mais autonomia à Fundação Franklin Cascaes.


 


Um dos principais oposicionistas do governo, o progressista João Amin, apresentou, durante a discussão da matéria, um estudo contábil mostrando que o projeto de lei, da forma como foi apresentado à Câmara, não trará redução nas despesas, como foi divulgado. Segundo o levantamento realizado pela assessoria jurídica de Amin, se aprovado, haverá um aumento da ordem de R$ 35 milhões nos próximos três exercícios (2009, 2010, 2011).


 


Fonte: diario.com.br