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Lula e Tarso defendem PF e pedem menos “pirotecnia”

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu nesta quinta-feira mais discrição à Policia Federal (PF), sugerindo que evitem se expor em meios de comunicação. Segundo Lula, a PF deve agir com mais serenidade, uma vez que tem um papel impo

Lula fez essas declarações em discurso, ao participar das comemorações dos 65 anos de criação da Polícia Federal, na sede da instituição, conhecida por “Máscara Negra”, localizada na Asa Sul do Plano Piloto, em Brasília. No seu discurso, Lula disse que a Polícia Federal é considerada pela opinião pública a terceira instituição com maior credibilidade do país.



Ele citou também do número de operações e prisões durante seu governo. Segundo Lula, em 2005 foram 67 grandes operações, que resultaram em 1.407 prisões. No ano passado, foram 235 operações e 2.450 prisões. Nesses primeiros meses de 2009, segundo ele, já foram realizadas 40 grandes operações, que resultaram na prisão de 462 pessoas.



O presidente cobrou o fim da “pirotecnia” nas operações. Para Lula, o sigilo de informações nas investigações deve ser respeitado.  Ele deixou um claro recado que está dando atenção à aprovação da Lei Orgânica da corporação, que definirá direitos e deveres dos agentes.



O presidente também cobrou discrição por parte do Judiciário e do Ministério Público (MP). “O Brasil deve se orgulhar do Ministério Público que tem, da Polícia Federal que tem.” Mesmo em tom de bronca, Lula fez uma brincadeira: “Políticos quando abrem a geladeira acham que estão dando entrevista para a televisão”, afirmou ele, comparando a luz do eletrodoméstico à iluminação utilizada pelas televisões. “Nem o Judiciário nem o Ministério Público nem a PF precisam disso. Deixem isso para nós, políticos”, disse.



Tarso: operação não tem viés político



As declarações do presidente ocorrem no mesmo dia em que dirigentes partidários acusaram a Polícia Federal de agir com interesse político ao divulgar informações a respeito da operação Castelo de Areia, que prendeu diretores da construtora Camargo Corrêa e encontrou indícios de suposto favorecimento a partidos políticos.



O ministro da Justiça, Tarso Genro, aproveitou a cerimônia de comemoração do 65º aniversário da Polícia Federal para negar que a instituição sofra interferências políticas em sua atuação cotidiana.



Genro contou que, quando foi convidado para ocupar o cargo, o presidente Lula lhe pediu que “mantivesse, aprofundasse e radicalizasse o princípio da neutralidade política do Estado… vedando qualquer interferência política de quem quer que seja nesse órgão”.



O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, confirmou a declaração do seu superior.



“A Polícia Federal não atua pautada por questões político-partidárias”, assegurou a jornalistas depois da solenidade.



O chefe da Polícia Federal afirmou que a operação contra a Camargo Corrêa teve como foco crimes financeiros, mas os agentes da instituição se depararam com a informação de que a empreiteira havia repassado recursos a partidos e políticos. Segundo ele, a PF cumpriu seu dever de repassar os dados à Justiça e ao Ministério Público, o qual divulgou a informação.



“Em momento algum nós falamos em crimes eleitorais. Esse é um tema incidental dentro da investigação. Isso virou foco, para a nossa tristeza”, disse.



“Se no decorrer da investigação isso ganhar robustez, será investigado. Se nesse foco se caracterizar crime, (a PF) vai apurar, independentemente do partido”, acrescentou.



Da redação,
com agências