O ex-atleta do Hoa Phat e as lembranças do Vietnã

Era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones. Girava o mundo, sempre a cantar, as coisas lindas da América (do Sul). O seu nome é Otávio, lateral direito do Sul América (time de futebol de M

Antes de aportar no Sudeste Asiático, para a temporada de 2004, Otávio, devido à história recente do País, achou que lá encontraria apenas o horror. Ledo engano. ''Pensava que lá era só guerra e mato. Encontrei um País com medicina e indústrias de Primeiro Mundo. Lá não se vê sujeira na rua, o povo é muito limpo. Escreve o que tô dizendo: o Vietnã um dia vai ser uma potência como a China e o Japão'', profetiza o lateral do Sulão, que já retirou os oito pontos que levou no rosto por causa de uma cabeçada que levou no empate contra o Holanda e já está pronto para o combate.


 


 


Para defender o azul e o branco do Hoa Phat (lê-se ''rôa fate''), da capital, Hanói, Otavio foi recebido pelos nativos com infraestrutura de Primeiro Mundo. ''O time é de uma multinacional grande, tipo (conglomerado de indústrias brasileiro). Eles davam todo o equipamento que agente precisava. Além disso os vietnamitas são fãs dos latinos. Abrem portas pra  a gente'', garante o jogador, falando com emblemático sotaque carioca. ''Os caras gostam da medicina e dos boxeadores de Cuba e gostam de como brasileiros e latinos que, em geral, jogam futebol''.


 


 


O estilo praticado pelos vietnamitas, diz Otávio, se inspira essencialmente na força do estilo inglês. Os latinos estão lá para lhes ensinar táticas diferentes de jogo e construir a base para a próxima geração de atletas locais.


 


Falando em estrangeiros, você encontrará no Vietnã mais estrangeiros do que florestas. ''È mais barato viajar pro Vietnã do que pra dentro do Brasil. Lá uma coquinha, que custa aqui R$ 1, sai por uns R$ 0,20. Hanói tem muitos turistas, você vê ingleses, canadenses, americanos, franceses, espanhóis''.


 


 


Pelo que o jogador contou, os vietnamitas não demonstram rusgas com os americanos. Talvez isso ocorra, argumenta ele, por causa das parcerias comerciais dos Ianques com o governo de Hanói, que adota um modelo semelhante ao chinês: mistura de liberalização econômica com regime de partido único. O comunismo, afirma o jogador, investe maciçamente na construção de estádios e na segurança pública.



 


 


Uma história banhada no sangue da população


 


Há séculos lidando com invasões ao seu território, o Vietnã se situa na península da Indochina, no Sudeste da Àsia. O seu território é coberto por florestas e o principal produto agrícola de lá é o arroz, base da alimentação do povo local.


 


 


Depois de pouco mais de mil anos de alternância entre independência e vassalagem à China , em 1859 o Vietnã teve o seu território invadido por uma França colonialista.


 


 


Durante a Segunda Guerra Mundial, com o país ocupado pelos japoneses e tendo apoio americano, o revolucionário comunista Ho Chi Min cria, em 1941, a Liga pela Independência (Vietmihn), que usava técnicas de guerrilha no conflito. A partir de 1945, o Vietmihn começa a ter muita força no norte. O Sul, ao contrário, era liderado pelo monarca Bao Dai. Depois de um acordo de trégua, o Vietnã se divide em dois países.


 


 


Ho Chi Min intensificou os combates no sul quando cria a Frente de Libertação Nacional, mais conhecida como ''Vietcong''. O objetivo dele era unificar o País sob um regime comunista. Em 1959 se inicia formalmente a Guerra do Vietnã, que pôs em conflito as duas extremidades da nação.


 


Temendo a ampliação da influência soviética, os Estados Unidos se envolvem no conflito em 1961. Mas, a guerra terminou com a retirada das tropas dos EUA em 1975 e a subsequente ocupação vietcongue, em abril do mesmo ano, de Saigon. Em dois de julho de 1976 o Vietnã é oficialmente reunificado e passa a apoiar a União Soviética (URSS).


 


 


A Crítica


 


Ouça a rádio http://www.vermelho.org.br/am/radioam.htm