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Paulinho da Força: propostas para superar a crise

As centrais sindicais se reuniram com o presidente Lula dias atrás para fazer uma avaliação sobre a economia e sobre o trabalho. A ideia era debater medidas para o país superar a crise de produção em setores localizados, como o da alimentação, e o aume

Formulamos propostas capazes de reduzir drasticamente a desaceleração econômica e, ao mesmo tempo, mostramos nosso descontentamento com a iniciativa do governo de reduzir o recolhimento das contribuições patronais do Fundo de Garantia (FGTS) e da Previdência Social. Felizmente, o presidente já abandonou estas propostas, pois o movimento sindical se recusou a debater a retirada de direitos trabalhistas.


 


Para o país superar a crise e gerar riqueza e emprego, de imediato a saída é reduzir juros e o spread bancário. Também é preciso cortar taxas e impostos, na linha do que foi feito com os veículos, cujos preços caíram por causa da redução do IPI (Imposto sobre Propriedade Industrial). Não é à toa que o setor automobilístico já começou a produzir no mesmo nível dos meses anteriores ao início da crise financeira internacional, em outubro.


 


O corte do IPI deve ser estendido a outros segmentos de mercado, como o setor de alimentação que está enfrentando uma crise sem precedentes. É uma atividade que não tem capacidade de se defender da queda das vendas, especialmente as pequenas e médias empresas do setor de abate de frangos.


 


Com a suspensão dos contratos de exportação, o produto foi encaminhado para o mercado interno e os preços desabaram. Como a liberação de crédito é demorada, muitos frangos estão morrendo nas granjas. Isto mostra o descaso do Poder Público com os produtores, o que pode afetar o emprego dos 3.600 trabalhadores do segmento. Esperamos que, a partir de agora, haja mais disposição do governo para enfrentar a recessão e o desemprego.


 


Queremos que as autoridades econômicas falem menos e ajam mais, apresentando soluções concretas para os problemas dos setores que estão passando por dificuldades. A indústria automobilística e a área da construção civil já estão em recuperação graças à atuação do governo na oferta de crédito e na desoneração de parte da carga tributária.


 


O movimento sindical agora está na expectativa de que o governo apresente incentivos para todos os segmentos em dificuldades.


 


* Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, é presidente da Força Sindical e deputado federal (PDT-SP)


 


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