Jornada de lutas da UNE e Ubes defende meia passagem em Manaus
Nem que chova canivetes. Apesar desse ditado popular não ter sido utilizado pelos oradores, ele retrata o clima que vigorou na manifestação da jornada de Lutas da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da
Publicado 16/04/2009 17:55 | Editado 04/03/2020 16:12
Conduzida pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) de Manaus e pela União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM), a passeata reuniu três mil pessoas em frente da Câmara Municipal e terminou em frente da prefeitura de Manaus. De acordo com os organizadores, a votação ocorrida em 23 de dezembro do ano passado, na qual os vereadores aprovaram o corte da meia passagem, e o posicionamento favorável do atual prefeito Amazonino Mendes a esse projeto definiram a escolha pelo local.
À frente das batalhas travadas pelo movimento estudantil secundarista no país, o presidente da UBES ponderou o cenário nacional em relação aos benefícios concedidos aos estudantes nos transportes coletivos. “Nenhum empresário no Brasil tem prejuízo com o meio passe estudantil. E se em Manaus isso acontece, que eles então se mudem para dar oportunidade a outras empresas executarem os serviços”, disse Ismael.
No entanto, os danos causados à educação são enormes. “Quem sofre com esse golpe são milhares de jovens que podem perder o direito de irem às escolas e em outros locais onde podem complementar suas formações”, enfatizou.
Segundo o presidente da UMES, Yann Evanovick, a atividade teve como objetivo reafirmar o posicionamento dos estudantes da cidade à respeito da meia passagem, já que o projeto aprovado na Câmara encontra-se sob judice. “Estamos aqui para condenar o alinhamento do prefeito com os empresários do transporte coletivo. Apesar dele estar com poucos meses de gestão já demonstra que veio para atacar as conquistas dos movimentos sociais que tanto beneficiam a sociedade”, afirmou.
A presidente da UEE-AM, Maria das Neves, destacou a necessidade dos estudantes estarem mobilizados para defender um direito histórico. “A meia passagem é uma conquista dos estudantes que, com muita luta, conseguiram esse benefício na década de 1980. Mas é preciso que estejamos atentos para não deixarmos escapar isso”.
Durante toda a manifestação, os milhares de jovens presentes gritaram palavras de ordem pela aprovação do passe livre estudantil e de críticas ao prefeito Amazonino Mendes, numa clara demonstração do anseio dos estudantes e da principal figura política que atualmente articula seu grupo político para resistir a validação de mais uma conquista.
De Manaus,
Anderson Bahia
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