Cabral promete receber comunidades contrárias aos muros

No ato realizado no dia 6, na Federação de Associações de Favelas-RJ, os representantes das comunidades informaram que a assessoria do governador Sérgio Cabral (PMDB) solicitou o agendamento de uma data com os representantes da Comissão de Negociação da C

A assembleia, que inicialmente era um ato contra a construção dos muros em volta das favelas, decidiu pela realização de uma grande manifestação no dia 15, na OAB/RJ, quando já deverá ter ocorrido a reunião com o governador.



Para o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Antônio Ferreira de Melo, o Xaolin, “o projeto dos muros tem um forte simbolismo de apartheid social”. Ele informou ainda que a Defensoria Pública entrará com ação questionando a construção de muros.



O projeto do governo do estado tem enfrentado diversos questionamentos, que inicialmente seria para preservar as matas. Porém, várias críticas surgiram alegando discriminação com os moradores das favelas e a ineficiência de contribuir na segurança da população. O próprio governador, em entrevista para uma revista semanal, disse que poderiam até ser construídas guaritas nos muros.



No ato na Faferj, um representante da Associação de Moradores do Leblon também se posicionou contra o projeto apresentando mais um ponto contra os muros: a falta de saídas da região em caso de incêndio.



Segundo o morador deste bairro nobre da cidade, uma vez rodeadas de muros, qualquer incêndio nas favelas, “seja criminoso ou causado pela precariedade das instalações elétricas” – podem causar um grande número de mortes e “esse perigo não foi avaliado pelas autoridades”.



O presidente do PCdoB/Rio, Jorge Barreto, questionou os altos valores para a construção dos muros – cerca de 40 milhões de reais – e a eficiência deles.



Também estiveram na assembleia representantes do MTST, Famerj, Conam e moradores das comunidades do Tabajaras (Botafogo), da Rocinha (Gávea) e do Morro dos Cabritos (Copacabana), além da vereadora Lílian Sá (PR).