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Estados Unidos 'devem ser honestos' com Israel

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem dito que o relacionamento de seu país tem de ser “honesto” com Israel, sobre questões controversas, tais como os assentamentos e a insistente obstrução à paz por parte dos israelenses.

Barack Obama fez essas declarações à National Public Radio, a rede pública de rádio dos Estados Unidos, pouco antes de sua viagem para o Oriente Médio, onde disse desejar obter um “novo diálogo” na região, para conseguir forjar uma solução para o conflito no Oriente Médio.



“Eu acredito que houve épocas nas quais não fomos tão honestos quanto deveriamos ter sido, sobre o fato de que, a atual direção, a atual trajetória da região, é profundamente negativa, não só para os interesses de Israel mas também para os interesses americanos”, afirmou.



Obama também disse que a atual situação na região era “insustentável” quando se fala em segurança de Israel.



“Por todo o tempo, na ausência de uma paz com os palestinos, Israel conrtinuará a ser ameaçado militarmente e continuará a ter problemas enormes em suas fronteiras”, disse.



Discurso no Cairo



Está previsto que Obama viaje ao Oriente Médio esta semana para um importante evento nas relações entre muçulmanos e Estados Unidos. Obama deve proferir, na capital do Egito, Cairo, um discurso e em seguida deverá seguir para Riad, capital saudita, onde conversará com o rei Abdullah bin Abdulaziz Al-Saud.



Nas últimas semanas, Obama também manteve conversações com o rei Abdullah, da Jordânia, com Mahmoud Abbas, o presidente palestino e Benyamin Netanyahu, o premiê israelense.



Obama reiterou sua exigência para que Israel pare de construir novos assentamentos, após conversações que manteve na última semana com Abbas em Washington, questão que é uma das mais conflituosas do conflito do Oriente Médio.



Ele afirmou que “parar os assentamentos” era parte da responsabilidade israelense no plano de paz conhecido por Mapa do Caminho e estabelecido em conversações em 2003, reiterando que reforça seu compromisso, também, com a criação de um Estado palestino.



Solução de dois Estados



Obama afirmou que tinha “fortes convicções na solução de dois Estados” para o conflito do Oriente Médio.



Seus comentários foram divulgados pouco depois das declarações da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que afirmou que Obama tinha afirmado de modo muito claro sua posição para Netanyahu, durante a visita do israelense, reforçando que “a construção dos assentamentos deve parar”.



Israel fez ouvidos moucos, mais uma vez, a tais pedidos, quando Mark Regev, porta-voz do governo israelense, afirmou que “a vida normal” terá continuidade na Cisjordânia ocupada, significando que a construção dos assentamentos ilegais não será interrompida, “para continuar a acomodar o crescimento populacional”.



Os palestinos afirmam que os assentamentos — construídos em terras que Israel ocupou a partir de 1967 e que foram declarados ilegais internacionalmente — podem negar a eles a existência de um Estado contíguo e viável, e que a expansão das atividades de construção minam os esforços de negociar um acordo de paz.



Cerca de 500 mil ocupantes israelenses vivem em mais de 100 assentamentos ilegais que Israel cosntruiu desde 1967 nos territórios ocupados da Cisjordânia e de jerusalém Oriental, territórios nos quais vivem quase três milhões de palestinos.