Dez países latino-americanos tiram embaixadores de Honduras
O México ''chamou para consultas'' o seu embaixador em Tegucigalpa, Tarcisio Naverrete, em protesto contra o golpe militar hondurenho deste domindo. A decisão do presidente Felipe Calderón foi anunciada na tarde desta terça-feira (30). O México é o décimo
Publicado 30/06/2009 19:58
Antes dele, os países da Alba (Aliança Bolivariana das Américas) haviam decidido adotar o mesmo procedimento. Afora Honduras, fazem parte da Alba Antigua e Barbuda, Bolivia, Cuba, República Dominicana, Equador, Nicaragua, San Vicente e Granadinas e Venezuela.
O embaixador brasileiro em Tegucigalpa achava-se em férias no Brasil quando estourou o golpe. O Itamaraty decidiu que ele não retornará ao país centro-americano até o retorno do presidente eleito, Manuel Zelaya.
Situação semelhante aconteceu com a Argentina: estava em vias de enviar um novo embaixador a Honduras e suspendeu o envio diante do golpe.
Na linguagem diplomática, chamar o embaixador ''para consultas'' é um modo de expressar desacordo com a conduta de um país, sem romper relações diplomáticas. Os Estados Unidos e a Venezuela ''chamaram para consultas'' seus representantes diplomáticos, dez meses atrás, quando as relações entre os dois países se degradaram, e suspenderam a atitude de protesto na semana passada, sendo que o embaixador venezuelano, Alvarez Herrera, já está de volta a Washington.
Em contraste, o ''presidente'' empossado pelos golpistas, Roberto Micheletti, não foi reconhecido por nenhum país até o momento. E dificilmente o será, depois que a Assembléia Geral da ONU aprovou, por aclamação de suas 192 representações, uma moção condenando o golpe e pedindo o retorno do presidente constitucional, Manuel Zelaya.
O projeto de moção foi apresentado pelas representações latino-americanas na ONU. Os Estados Unidos pediram para participar também da apresentação, o que acentua o isolamento dos golpistas.
Sem nenhum governo que o reconheça, o governo golpista de Tegucigalpa festejou uma mensagem de reconhecimento enviada pela UnoAmérica (União de Organizações Democráticas da América). A ONG anticomunista afirma ter fundado em março sua seção no Brasil, com a palestra intitulada ''A UnoAmérica e o Eixo do Mal Latino-americano''.
No entanto, o próprio site da ONG reconheceu que “O novo governo de Honduras enfrenta o isolamento internacional”. Segundo o texto da UnoAmérica, o novo governo, presidido porRoberto Micheletti, começou com sérios tropeços ao receber um forte repúdio por parte da comunidade internacional”.
Da redação, com agências