Nove acordos entre China e Portugal geram 300 mi de euros
O montante estimado dos nove acordos assinados neste sábado entre os governos, agências de investimento e empresas portuguesas e chinesas, supera 300 milhões de euros, ultrapassando assim o total das exportações portuguesas para a China em 2008.
Publicado 11/07/2009 23:19
“É uma estimativa que devem ser os próprios empresários a facultar, mas segundo foi apurado – as exportações de Portugal para a China em 2008 situaram-se nos 300 milhões de euros – e a verba do pacote [de acordos hoje assinados no Fórum Portugal-China] já superou esse valor”, anunciou Gao Hucheng, vice-ministro da Comércio da China.
“Sentimos grande entusiasmo dos empresários por esta iniciativa e isso é uma boa prova para aprofundar no futuro. Os resultados foram uma grande surpresa”, considerou Hucheng.
Por outro lado, António Castro Guerra, secretário de Estado-adjunto da Indústria e da Inovação, destacou a promoção da diplomacia econômica, remetendo as estimativas das verbas envolvidas nos protocolos hoje estabelecidos entre as partes para os empresários.
“Temos a consciência que Portugal, para crescer, tem que exportar. As exportações têm actualmente um peso de 32% sobre o PIB, mas temos que chegar aos 40%”, revelou Castro Guerra, acrescentando que “a China já era o grande motor da economia mundial e esse papel reforçou-se com a crise. Esta é uma grande oportunidade”.
O responsável português acrescentou que o objetivo é “utilizar estes instrumentos [acordos de cooperação] para potencializar a duplicação das exportações para a China”, enfatizando o rápido crescimento do mercado interno do país mais populoso do mundo.
Setores importantes
Além disso, Portugal quer desenvolver as trocas comerciais com a China, duplicando os 300 milhões de euros de exportações do último ano, e aposta no setor do turismo e nas energias renováveis, segundo o secretário de Estado-adjunto da Indústria e da Inovação.
“Apostar no turismo é fundamental. A China é uma grande emissora e receptora de turistas e, ainda que integrado em viagens do périplo europeu, Portugal tem que entrar no roteiro turístico dos chineses”, afirmou Guerra.
Em relação à energia limpa, ele recordou as preocupações que a China tem com as emissões de dióxido de carbono (CO2) e garantiu que “Portugal tem experiência e tecnologia nesta área que pode partilhar”.
Atualmente, as exportações portuguesas para o gigante asiático centram-se na cortiça, na pasta e papel, no vinho e nos mármores, mas os vários participantes no Fórum de Cooperação Económica e Comercial Portugal-China, que reúne quase quatro centenas de empresários de ambos os países em Lisboa, asseguram que vão ser lançadas novas áreas de colaboração.
Fonte: Agência Lusa