Fujimori é condenado a mais sete anos e meio de prisão
A Justiça do Peru condenou nesta segunda-feira (20) o ex-presidente Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000, a sete anos e meio de prisão por ter ordenado o pagamento ilegal de US$ 15 milhões a seu ex-assessor Vladimiro Montesinos.
Publicado 20/07/2009 17:22
Além dos anos de reclusão, o ex-mandatário peruano será obrigado a restituir ao Estado 3 milhões de soles, o equivalente a cerca de US$ 1 milhão. A sentença foi proferida pela Sala Penal Especial da Corte Suprema.
Fujimori afirmou que o pagamento, efetuado em 2000, foi feito pelo mandatário para evitar um suposto golpe de Estado, que estaria sendo tramado pelo próprio Montesinos.
De acordo com o ex-mandatário, os US$ 15 milhões foram devolvidos ao Exército 40 dias após terem sido entregues ao assessor. Nas palavras de Fujimori, tratava-se de uma “medida extrema” para evitar um “enorme dano ao país”.
A justificativa do ex-mandatário, contudo, não foi aceita pelo juiz César San Martín, responsável pelo caso. Antes do início da audiência, Martín fez questão de esclarecer que o veredicto não seria influenciado por “interesses políticos”, mas se basearia nos preceitos da legislação peruana.
Ao fim da última audiência do processo, Fujimori, de 70 anos, foi condenado pelos crimes de peculato (roubo ou desvio de dinheiro público) e falsidade ideológica. “Cumpri com meu objetivo, evitando que fosse realizado um golpe de Estado. Sou um homem austero e não precisei de enormes recursos para levar adiante o país, apesar de ter recebido em troca o mais enorme flagelo do terrorismo”, opinou o ex-presidente.
Ele negou ainda ter se “apropriado” ilegalmente do dinheiro público. “A única coisa que fiz foi me preocupar de que o dinheiro chegasse aos pobres e mais necessitados”, justificou-se o ex-governante.
Em abril, Fujimori já havia sido condenado a 25 anos de reclusão por violação dos direitos humanos. Além disso, ele responde ainda a três processos.
Fonte: Ansa Latina