Começam escavações em busca de corpos da Guerrilha do Araguaia
O Grupo de Trabalho Tocantins começou, nesta terça-feira (11), a terceira etapa do trabalho de buscas por corpos de guerrilheiros mortos durante a Guerrilha do Araguaia nos estados de Pará e Tocantins. O trabalho de escavações deve durar até 31 de outubro. Os primeiros locais a serem escavados serão o pátio do DNIT em Marabá e a região identificada como Tabocão, também no Pará. O deputado Pedro Wilson (PT-GO) quer que sejam ampliadas as áreas de busca para outros estados.
Publicado 12/08/2009 18:10
Na semana passada, o Comitê Interinstitucional de Supervisão das Atividades do Grupo de Trabalho reuniram-se pela primeira vez e acompanharam um balanço da etapa inicial das atividades de campo. O coordenador de campo do Ministério da Defesa no grupo de trabalho, Edmundo Theobaldo Müller Neto, apresentou fotos e informações sobre os 17 pontos visitados pelo grupo nas duas etapas da fase de reconhecimento, que foi feita entre os dias 7 e 28 de julho.
Dos 17 pontos visitados, 10 apresentaram indícios suficientes para serem submetidos a escavações. Essas áreas passarão, entre agosto e outubro, por uma varredura com radares de solo. Esses equipamentos apontarão com mais precisão os locais onde as escavações deverão ser feitas.
A quarta fase do trabalho deverá ter início em novembro e consistirá na análise do material coletado, cruzamento de informações e elaboração dos relatórios.
Esta é a 14ª expedição à região da Guerrilha com o mesmo objetivo, mas desta vez o grupo conta com estrutura técnica e logística diferente das anteriores.
O Grupo de Trabalho foi criado em abril deste ano para cumprir sentença da 1a Vara Federal do Distrito Federal, que determinou à União a entrega dos restos mortais das pessoas envolvidas na Guerrilha do Araguaia. Em julho, foi publicada portaria do Ministério da Defesa, indicando os integrantes do grupo, formado por representantes da Polícia Federal, Museu Emílio Goeldi, peritos dos Governos do Pará e do Distrio Federal, observadores independentes e representante da Universidade de Brasília (UnB). Oito militares do Comando do Exército integram o grupo com a missão de garantir o suporte logístico à execução dos trabalhos.
Ampliar busca
O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, deputado Pedro Wilson (PT-GO), propôs, nesta terça-feira (11), a ampliação das buscas por ossadas de militantes da Guerrilha do Araguaia a outros locais onde teriam ocorrido crimes durante a ditadura militar. O deputado afirma que apesar da região do Araguaia ser a de maior concentração de corpos, houve casos de assassinatos em Pernambuco, São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro.
O deputado cita, por exemplo, o assassinato de um casal em Rio Verde, Goiás. Os corpos foram encontrados em uma fazenda da cidade, após a aprovação da Lei de Anistia.
Segundo Pedro Wilson, as expectativas para as buscas são grandes, mas o campo de análise sobre a guerrilha ainda está limitado. “O governo tem feito seu melhor em busca de bons resultados, mas ainda há pessoas, fontes oficiais e oficiosas, que detém de documentos importantes e secretos. Fontes que podem muito bem indicar outros locais onde podemos encontrar mais corpos”, disse.
De Brasília
Com agências