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Pré-sal não é "vaca leiteira", diz presidente da Petrobras

Em resposta à corrida da disputa pelos royalties e participações especiais gerados pela produção de petróleo no pré-sal, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a província petrolífera não é uma "vaca leiteira" – em termos de geração de dinheiro.

Ele afirmou que a região, que terá a companhia como operadora única de todos os blocos e ainda detentora de área com 5 bilhões de barris, tem como vantagem a existência de uma gigantesca reserva, com possibilidade de exploração com baixo risco.

"O pré-sal não é uma vaca leiteira, gerador de caixa, mas é um projeto viável", descreveu Gabrielli. Em entrevista ao canal de TV a cabo Globonews, ele explicou que o custo da exploração em Tupi, que está em fase de testes, é de US$ 45 por barril, o que não significa que o lucro seja uma galinha de ovos de ouro, mas que poderá ser desenvolvido em um cenário como o atual, com uma média de US$ 65 por barril.

Ainda assim, a fila para receber os recursos do pré-sal, defendido como o meio para que o Brasil alcance a verdadeira independência, é grande: Educação, Forças Armadas, Previdência, Estados e municípios produtores, Estados e municípios não produtores, União e até a própria Petrobras.

Reserva de contingências

A fila é grande, mas não anda. De acordo com a organização não governamental Contas Abertas, a execução dos recursos previstos por "compensação financeira por exploração de petróleo ou gás natural" é muito inferior ao autorizado. Dos R$ 25,4 bilhões que deveriam ser repassados, segundo o Orçamento Geral da União para 2009 com recursos originados dessa fonte, só R$ 6,8 bilhões foram gastos até agora, incluindo dívidas de anos anteriores.

"Do montante previsto exclusivamente para uso do governo federal, R$ 10,2 bilhões, pouco mais de R$ 8 bilhões (79%) estão congelados na chamada reserva de contingência, que anualmente ajuda nas metas de superávit primário do governo federal", constata. Essa é a principal crítica dos Estados e municípios, entre eles o Rio — que são contrários a mudanças na lei —, que alegam que a União tem recursos, mas não os aplica.

A informação é do jornal O Dia