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Reunião do G-20 começa com protestos

Em meio a mais uma reunião com protestos ironizando líderes mundiais, o G-20 irá prometer neste final de semana manter os pacotes de estímulo econômico até que a recuperação seja certa e procurará assegurar aos mercados financeiros que tem planos adequados para retirar as políticas de suporte quando for apropriado.

Os ministros das Finanças e autoridades dos bancos centrais do G-20 estão reunidos em Londres para discutir as perspectivas econômicas globais, redução de bônus corporativos e maior regulação e reforma das instituições financeiras. Representantes de Brasil, Rússia, Índia e China se reunirão à parte da cúpula e Geithner deve participar do encontro.

Desde que os líderes reuniram-se da última vez, em abril, no meio do pior momento da crise financeira mundial, as perspectivas melhoraram, mas os formuladores de política ainda não declaram vitória. "Retirar o estímulo cedo demais implica um risco real de tirar a recuperação dos trilhos, com implicações potenciais significativas para o crescimento e o emprego", afirmou o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.

O comunicado do G-20 previsto para sábado deve manter a promessa de manter a política expansionista por quanto tempo for necessário. "O maior risco é achar que o trabalho está acabado, que a recuperação está garantida. Nenhum país pode ser complacente", disse o ministro das Finanças britânico e anfitrião do encontro, Alistair Darling.

Desemprego

Com taxas de juros em recordes de baixa e trilhões de dólares colocados nas economias para driblar a crise, os formuladores de política querem mostrar que eles têm estratégias de saída para que os mercados não temam eventuais ameaças inflacionárias. "Agora não é o momento de retirar, mas eu gostaria de deixar claro que o BCE tem uma estratégia de retirada e estamos prontos para colocá-la em ação quando for apropriado", disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.

Com o desemprego ainda propenso a crescer por ora, os políticos também estão buscando alguém para culpar e irão enfatizar que os bancos não podem regressar à atividade normal. França, Alemanha e Grã-Bretanha encaminharam propostas conjuntas para mudar a cultura de bônus nos bancos, o que muitos dizem ter sido a raiz da atual crise.

Os ministros, que fazem uma reunião preparatória para a cúpula dos líderes, em Pittsburgh, no final deste mês, também buscarão regulação reforçada de bancos sistemicamente importantes e modos com os quais tais instituições possam ser fechadas, se necessário, sem que abalem o sistema financeiro.

Padrões

O secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, está pressionando o G-20 a apoiar novos padrões internacionais para capital e liquidez dos bancos. O Tesouro dos EUA informou na quinta-feira que um acordo abrangente deve ser alcançado até o final de 2010, com os países implementando os padrões até o término de 2012.

Outras questões em negociação são garantir que o FMI consiga todos os recursos prometidos na cúpula de abril, realizada em Londres, quando líderes se comprometeram a aumentar em US$ 1,1 trilhão o potencial de empréstimo.

O governo do presidente Barack Obama também quer tornar as mudanças climáticas um importante tópico na cúpula de Pittsburgh e pedirá aos demais membros do G20 que eliminem subsídios concedidos a combustíveis fósseis e aumentem a transparência do mercado de petróleo.

Com agências