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Deputados protestam contra agressão à embaixada brasileira

Além dos senadores, os deputados brasileiros protestaram nesta terça (2) contra o cerco militar à embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está abrigado o presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe militar no último dia 28 de junho. Os líderes do PT, Cândido Vaccarezza (SP), e o do PSOL, Ivan Valente (SP), apresentaram uma moção de repúdio ao gesto do governo de Honduras que cortou água, luz e telefone da embaixada.

O presidente Michel Temer disse que a Câmara não poderia deixar de se pronunciar contra a agressão à embaixada, que legalmente é considerada como parte do território brasileiro.

"Toda e qualquer agressão de um Estado contra uma embaixada deve ser repudiada; essa é uma questão de Direito Internacional, pois envolve a preservação da soberania", resumiu Temer.

Cândido Vaccarezza reiterou o apoio ao retorno de Zelaya ao governo. "Todos os países da América Latina repudiam o golpe em Honduras. E os Estados Unidos têm tomado posições importantes para impedir o governo golpista de se estabilizar", disse.

A deputada Manuela d´Ávila (PCdoB-RS) destacou que o retorno do presidente deposto, segundo as agências internacionais, foi saudado pelo povo daquele país, que o reconhece como seu líder democraticamente eleito.

“Atitude corajosa de Zelaya é um duro golpe nos golpistas hondurenhos e pode restabelecer a democracia naquele país, rompida há 87 dias. Saúdo aqui a coragem do povo hondurenho que não se dobrou aos golpistas. E faço aqui também uma saudação especial ao ministro Amorim (Celso – Relações Exteriores), pela postura firme do governo brasileiro na defesa da democracia”, disse Manuela.

Viúva da ditadura

Apesar do clima de protesto que atingiu a maioria esmagadora dos parlamentares, alguns deputados do PPS, como Fernando Coruja (SC) e Raul Jungmann (PE), juntaram-se a Jair Bolsanaro (PP-RJ), conhecido como viúva da ditadura, para questionar a posição diplomática do país.

Anunciaram que iriam requerer o comparecimento à Câmara do ministro Celso Amorim para prestar esclarecimentos. "A embaixada brasileira não pode servir de plataforma política para o senhor Zelaya", sustentou Jungmann. Ele pediu a Celso Amorim que "determine o fim de todo e qualquer pronunciamento de Zelaya".

O deputado Bolsonaro também sustentou que "Zelaya não pode usar a embaixada como palanque político". Além disso, ele questionou a forma pela qual o presidente deposto teria ingressado no prédio. "Tenho a informação de que ele teria entrado no porta-malas do carro de um funcionário da embaixada", disse.

"Não houve golpe em Honduras, como dizem os radicais esquerdizóides; os militares apenas cumpriram uma ordem de reintegração de posse, dada pela Corte Suprema de Honduras para evitar que Zelaya usasse o voto do povo ignorante", afirmou o militar reformado e saudosista da ditadura militar.

De Brasília com informações da Agência Câmara