Inclusão pelo esporte marca semana da acessibilidade

As atividades realizadas pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência tiveram início na última segunda-feira, 21, e durante os cinco dias de evento abordaram temas referentes à realidade dos deficientes físicos. As atividades esportivas realizadas no Ginásio de Esportes Constâncio Vieira foram um marco para o esporte sergipano e um diferencial, na vida dos deficientes físicos e suas famílias.

Estima-se que cerca de mil pessoas compareceram em cada atividade desenvolvida. A primeira delas, chamada ‘Caminhada da Superação’, marcou a abertura da Semana da Acessibilidade. Já a equipe de Golbol (um tipo de futebol adaptado para atletas com deficiência visual) é um dos projetos da ADEVISE (Associação dos Deficientes Visuais de Sergipe).

Supervisionados pelo estudante de Educação Física Charles Graziênio, os seis atletas demonstraram o que têm aprendido em 4 meses de treinamento. “Um evento como este marca a nossa trajetória e desperta o interesse de outros para se juntarem a nós na luta pela inclusão esportiva”, disse o estudante. Mesmo com pouco tempo de treinamento, a equipe, que é a única da modalidade no estado de Sergipe, já conseguiu participar e fazer gols em uma competição realizada no estado do Rio Grande do Norte.

Também participando da manhã esportiva da III Semana da Acessibilidade, a Federação Sergipana de Capoeira compareceu com os alunos treinados pelo professor e presidente da Federação, Genivaldo Santos. Ele faz o trabalho de inclusão através da capoeira há 10 anos e atua em diversas instituições. Segundo Genivaldo, poder mostrar a capoeira feita por deficientes auditivos é a confirmação de que o trabalho desenvolvido pela Federação tem dado certo.

No entanto, a participação na Semana da Acessibilidade é uma oportunidade de interação também para as famílias que acompanham os sergipanos atendidos. A presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Gorete Medeiros, afirma que o evento deve ser dirigido àqueles que vivem em contato com quem tem deficiência. “É uma oportunidade de os parentes serem sensibilizados, a fim de que eles também levem isso para a sociedade”, disse.

A autônoma Eva Andrade é mãe de Daria, uma menina de 12 anos que tem deficiência mental. Eva conta que descobriu a deficiência da filha quando a menina tinha três anos de idade e diz que no início não aceitou. “Acho que eu não sou a única a passar por isso. Fiquei triste, mas depois vi na minha filha uma criança normal, só que com necessidades diferentes. Não importa a forma como as pessoas olham para ela, ela sempre será minha menina”, falou emocionada. Segundo Eva Andrade, a Semana de Acessibilidade funciona como um reforço, um lugar onde pode se atualizar e buscar novas informações para a educação da filha.

Ainda na manhã promovida pela SEEL, os atletas do Centro Integrado de Esportes Paratletas (CIEP) apresentaram o basquete em cadeira de rodas. Entre eles, o destaque ficou para o atleta sergipano Wellington Santos, que ao ser atingido por uma bala perdida, aos nove anos de idade, perdeu os movimentos das pernas. Aos 21 anos, Wellington já jogou pela Seleção Brasileira Sub 23, chegando a disputar um mundial na França. Hoje, o jovem joga junto aos outros atendidos pelo CIEP e serve de exemplo de persistência aos que estão começando na modalidade.

Atenta às necessidades do esporte sergipano, a SEEL mais uma vez foi ao encontro dos que necessitam de apoio. Nesta manhã, o Diretor de Inclusão Social da SEEL, Max Prejuízo, anunciou aos presentes ao evento e aos atletas do CIEP, a doação, por parte do Governo do Estado através da SEEL, de 15 modernas cadeiras de roda.

Além de promover as atividades para a Semana de Acessibilidade, Max Prejuízo apresentou o projeto ‘Sou Eficiente no Esporte’, que faz parte do programa ‘Sou Parceiro’, assim como o ‘Vida Alegre’ e o ‘Buscando o Sonho’. O projeto ‘Sou Eficiente no Esporte’ já atende instituições como o IPAESE (Instituto Pedagógico de Apoio a Educação do Surdo de Sergipe) e a ADEVISE, e pretende também prestar apoio à APAE e à APADA (Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Sergipe).