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 Eduardo Frei: Chile escolhe entre duas visões de mundo

O ex-presidente chileno Eduardo Frei (1994-2000), candidato governista à Presidência do país no pleito deste domingo (13), afirmou que os eleitores tomam uma decisão hoje sobre duas maneiras de ver o Chile. "Neste domingo definimos o futuro do país, são duas maneiras e duas visões do Chile. Nós não queremos um salto no vazio nem voltar ao passado, queremos um governo que se preocupe com o povo", disse Frei. A expectativa é de que os primeiros resultados saiam ainda na noite deste domingo. 

"Não acreditamos que a força do mercado e o dinheiro devam sobressair em uma sociedade", acrescentou, em alusão ao multimilionário investidor Sebastián Piñera, candidato da oposição direitista e o favorito à vitória no primeiro turno, de acordo com as pesquisas, que mostram, contudo que ele não conquistará a maioria necessária para evitar um segundo turno.

Frei, candidato governista falou com jornalistas à tarde, após votar em La Unión, a 900 quilômetros ao sul da capital, Santiago. Em busca de seu segundo mandato e o quinto para a Concertación – a coalizão de centro-esquerda que governa o Chile desde o fim da ditadura militar, em 1990 -, Frei chegou ao seu colégio eleitoral junto com sua esposa, Marta Larraechea, e esperou pacientemente durante 20 minutos na fila antes de votar.

"O destino do Chile será decidido pelos chilenos com um lápis e um papel", concluiu Frei, que deve viajar para Santiago para aguardar os resultados na sede do comitê de sua candidatura."Nós vamos estar na cédula de janeiro e aí iremos ganhar", previu o candidato sobre o segundo turno. Ele pediu que os eleitores votassem com a "consciência e coração".

Resultados

As 17h de Brasília, as urnas começaram a ser fechadas. A lei chilena estabelece que a apuração de votos deve ser pública e que o presidente de cada mesa deve anunciar a preferência de cada cédula. Segundo as autoridades, o primeiro relatório oficial sobre resultados será divulgado entre 19h30 e 20h de Brasília.

Os cerca de 8,3 milhões de eleitores chilenos votaram com tranquilidade e houve alto índice de participação, apesar do calor em Santiago neste domingo. Observadores, contudo, relatam que o clima geral é de grande apatia entre os eleitores. Não se viam nas ruas de Santiago bandeiras, buzinas ou conversas animadas sobre o pleito. Assim como Frei, os demais postulantes também votaram sem transtornos.

Candidatos

Já postulante da direita, o milionário empresário Sebastián Piñera, à frente nas pesquisas, previu "dias melhores" para o país, logo depois de votar em um colégio eleitoral de Santiago. Candidato da oposição conservadora, Piñera criticou o pedido feito dias atrás por Jorge Arrate, candidato da esquerda, que sugeriu a união de todos os setores progressistas para evitar uma vitória da direita.

"Eu acho que nunca é preciso se unir contra algo, sempre é preciso se unir a favor de algo", acrescentou. Piñera chegou ao local de votação, no centro da capital, acompanhado de sua mulher e de um de seus filhos.

Apesar da declaração de Piñera, o candidato da coligação Podemos Más, encabeçada pelo partido Comunista, Jorge Arrate, reafirmou que não descarta apoiar a candidatura de Eduardo Frei no segundo turno. "Vamos manter nossa palavra, unir forças para derrotar a direita", explicou, demonstrando sua satisfação diante da oportunidade de que os comunistas possam “ter parlamentares pela primeira vez em 20 anos”.

Sobre um possível acordo entre as forças progressistas para evitar o triunfo de Piñera, Arrate, que aparece em quarto lugar nas pesquisas, lamentou que "os demais candidatos tiveram uma posição ambígua".

A referência foi ao jovem Marco Enriquez Ominami, que aparece logo atrás de Frei nas pesquisas e ainda não se posicionou sobre um segundo turno, uma vez que ainda alimentaria esperanças de disputá-lo.  Ao votar neste domingo, Ominami pediu que o povo do Chile se unisse para derrotar os oposicionistas com "Ideias novas e progressistas”.

Com agências

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