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Semana foi marcada por “disputa” entre tucanos e petistas

A semana em Brasília foi marcada por bate-boca e uma “guerra” de notas entre petistas e tucanos. A disputa foi deflagrada pelas declarações do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) na Revista Veja criticando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como “peça de ficção”. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, reagiu, defendo o programa e alertando a população de que os tucanos acabariam com as obras caso vencessem as eleições.

Na quinta-feira (21), após publicação de notas dos dirigentes dos dois partidos, trocando ofensas e acusações, o presidente Lula determinou aos seus ministros que não entrem em jogo rasteiro durante a campanha presidencial. A orientação foi dada durante a reunião ministerial realizada na Granja do Torto.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, acrescentou que, durante a reunião, o presidente afirmou que todos já viram o que é jogo rasteiro, sem mencionar diretamente as declarações de Sérgio Guerra. Lula acrescentou que a campanha presidencial deve acontecer num clima de quem sou eu, quem és tu, ou seja, o debate de projetos para o país.

O PSDB termina a semana com ameaças de entrar com processo por calúnia e difamação contra Ricardo Berzoini e José Eduardo Dutra – atual e futuro presidente do PT. A alegação é de que a dupla petista transpôs as barreiras do debate político de alto nível ao chamar Guerra de "jagunço" do presidenciável José Serra.

Na nota divulgada na quinta-feira (21), Berzoini e Dutra acusaram os tucanos de baixar o nível da campanha, tratando a ministra Dilma “de forma desqualificada, vil, caluniosa e grosseira” na nota publicada no dia anterior (20) pelo PSDB.

Dia 19 – Nota do PSDB
Lula, Dilma e a retórica petista da mentira
PSDB rebate declarações e reafirma compromisso com programas sociais
"Diante de sua reconhecida falta de experiência política, a Ministra Dilma Rousseff adota as conhecidas artimanhas do PT que, historicamente, aprimorou de maneira nunca vista a retórica do medo e da mentira. Foi assim em 2006, quando criou a fantasia sobre o fim dos programas sociais e da privatização de empresas estatais. Felizmente, não se consegue enganar o povo o tempo todo.
O PSDB, na verdade, tem demonstrado que deseja o aperfeiçoamento das estatais e a continuidade do Bolsa Família, assim como de todos os programas sociais criados quando estava na Presidência da República. Hoje os governadores e os prefeitos do PSDB são garantidores dos benefícios sociais que atendem as camadas mais pobres da população. Mais do que isso, eles têm ampliado e melhorado essas atividades, com amplo apoio da população.
Os brasileiros sabem que o PAC não é um programa de obras e sim um slogan publicitário. Em verdade, o PAC não passa de um amontoado de obras sem foco nem objetivo. As raras inaugurações têm servido, apenas, para o treinamento intensivo do uso de palanques eleitorais para a Ministra. Não convence nem pode ser levado a sério.
Está claro que o PAC é apenas uma peça de ficção. E isso ficará cada vez mais demonstrado este ano, à medida que a propaganda e o discurso eleitoral não corresponderão aos fatos concretos. O PSDB quer verdade, transparência, coerência e honestidade. Sem isso, a democracia e o povo brasileiro serão os verdadeiros derrotados".
Brasília, 19 de janeiro de 2010
SENADORA MARISA SERRANO
Vice-presidente Nacional do PSDB

Dia 19 – Nota do PT
PSDB perde a oportunidade de ficar calado
O PSDB demonstra que está descontrolado para a legítima disputa de projetos que ocorrerá neste ano de 2010. O presidente Sergio Guerra, em entrevista à revista Veja, declarou que o PAC não se realizou. Açodado, deu a senha para que, a cada inauguração, possamos desmentir o discurso derrotista da oposição. Disse ainda que vai mudar a política econômica de Lula, que derrotou a herança tucana de descontrole fiscal e cambial que quebrou o Brasil no governo FHC. Guerra não soube dizer o que vai mudar na economia, talvez por reconhecer que o governo Lula traçou um novo caminho para a economia brasileira, aprovado no enfrentamento à crise mundial, na geração de milhões de empregos e na solução dos impasses das dívidas interna e externa no país.
A companheira Dilma registrou hoje a declaração de Guerra sobre o PAC, lembrando que a oposição sempre desdenhou o PAC que apresenta neste ano a maior maturidade em seu desempenho depois de enfrentar os obstáculos de um estado viciado na paralisia dos anos tucanos.
A nota assinada pela Senadora Serrano, no dia de hoje, apenas reflete esse dilema tucano. Quer se opor às legítimas manifestações de nossa pré-candidata, mas escorrega na aprovação do governo que Lula lidera e Dilma coordena, e o povo brasileiro aprova.
Torcemos para que o PSDB se encontre e produza um programa de governo, para que possamos ter um debate de alto nível neste ano eleitoral. O PT e seus aliados temos o que mostrar e propor aos brasileiros. Esperamos que a oposição não se esconda, nem se acovarde de defender a herança de FHC, da privatização, desemprego e paralisia nacional.
Ricardo Berzoini – Presidente Nacional do PT

Dia 20 – Nota do PSDB
Dilma mente
Ministra mentiu sobre currículo, mente sobre o PAC, mente sobre sua função
“Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.
Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas. Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal.
Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.
Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.
Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra.
Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas – a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC – 7.715 projetos – ainda não saíram do papel.
Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades.
A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.
Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado.
Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.
Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.
Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos.
Senador Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Brasília, 20 janeiro de 2010

Dia 21 – Nota do PT
Em nota publicada na noite da última terça-feira (19), dizíamos que "torcemos para que o PSDB se encontre e produza um programa de governo, para que possamos ter um debate de alto nível neste ano eleitoral".
A nota divulgada ontem (20) pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, mostrou que nossas esperanças eram infundadas. De forma desqualificada, vil, caluniosa e grosseira para com a Ministra Dilma Rousseff, o que merece repúdio de todos, a nota revela o desespero por que passa a oposição brasileira, incapaz de produzir um programa de governo que sensibilize os corações e as mentes dos brasileiros.
Até entendemos o desequilíbrio do senador Sérgio Guerra, que, recentemente, em entrevista à revista Veja, descuidou-se e revelou as verdadeiras intenções de seu partido em acabar com o PAC, o que deve ter lhe rendido severas reprimendas de seus pares.
No entanto, o que mais salta aos olhos é a hipocrisia do candidato de PSDB, José Serra, que ao mesmo tempo em que afirma estar “concentrado no trabalho” e que “não vai entrar nenhum bate-boca eleitoral de baixaria", usa o presidente do seu partido como um verdadeiro jagunço da política para divulgar uma nota daquele teor.
O PT reafirma que pretende fazer um debate de propostas e projetos, em alto nível, que permita ao povo brasileiro escolher o caminho mais adequado ao nosso país.
Ricardo Berzoini
Presidente Nacional do PT
José Eduardo Dutra
Presidente eleito do PT

Da sucursal de Brasília