Medo do desemprego é o menor índice da série histórica, diz CNI
A rápida recuperação da economia e o comportamento positivo do mercado de trabalho deixou os brasileiros estão mais otimistas com relação às perspectivas para o emprego. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o medo de perder o emprego no primeiro trimestre teve uma queda de 4,1% na comparação com o último trimestre de 2009.
Publicado 22/03/2010 19:47
O indicador registrou 82 pontos. Com isso, atingiu o menor índice desde o início da série histórica, em 2003. O economista da CNI Marcelo Azevedo observou que o índice acumula uma queda de 15,7% desde o pico apurado, em março de 2009, quando ainda era forte o impacto da crise econômica mundial. O humor mudou à medida em que a economia retomou o ciclo de crescimento.
Juros preocupam
"Há uma percepção generalizada de que a crise global já terminou. Não há mais preocupações com demissões. Pelo contrário. As pessoas estão conscientes de que as empresas estão contratando novamente", explicou Azevedo. Segundo ele, a expectativa para os próximos meses indica, pelo menos, a manutenção do indicador em um nível baixo. Mas o conservadorismo do Banco Central preocupa.
O economista avaliou que um movimento de alta na taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central, poderá arrefecer um pouco o ânimo dos trabalhadores, mas não será capaz de inverter a curva de retração do indicador verificada ao longo dos últimos meses. "Não vejo nenhuma fonte de problemas no futuro. Podem ocorrer pequenos ajustes", destacou.
Segundo a pesquisa, 53% dos entrevistados afirmaram não temer o desemprego. Em dezembro do ano passado, o índice era de 50%. Já o percentual daqueles que declararam que estão com muito medo de perder o emprego caiu de 19% no último mês de 2009 para 15% em março.
"É bem possível que os trabalhadores tenham a percepção de que o mercado passa por um momento favorável e de que podem trocar de emprego com mais facilidade caso estejam infelizes", disse Azevedo. O levantamento foi feito entre os dias 6 e 10 de março, a partir de 2.002 entrevistas.
Da redação, com informações do Valor