Jô destaca compromisso com trabalhadores domésticos
A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) votos de seus pares a dois projetos originários do Senado. Um formalizando a profissão de trabalhador doméstico e outro que reduz para 6% o índice de contribuição previdenciária tanto para os trabalhadores quanto para os patrões.
Publicado 29/04/2010 09:25 | Editado 04/03/2020 16:50

Jô Moraes argumentou que “o trabalho doméstico absorve 6 milhões 626 mil brasileiros, dos quais 93,78%, ou seja, 6 milhões 313 mil são mulheres. Do total de trabalhadores em casas de famílias, 73,22% não têm carteira assinada e 42,63% ganham entre meio e um salário mínimo”. Ao lembrar que na terça-feira, comemorou-se o Dia da Empregada Doméstica, a parlamentar destacou que a precarização do trabalho não afeta somente esses mais de 6,6 milhões de mulheres e homens. Ele tem ação direta sobre a economia, a previdência social do País”.
Eis a íntegra do discurso da deputada federal Jô Moraes:
“Senhor presidente, senhoras e senhores deputados,
O trabalho doméstico absorve 6 milhões 626 mil brasileiros, dos quais 93,78%, ou seja, 6 milhões 313 mil são mulheres. Do total de trabalhadores em casas de famílias, 73,22% não têm carteira assinada e 42,63% ganham entre meio e um salário mínimo. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2008.
O que eles revelam?
Além do grande contingente de mulheres ocupadas no trabalho doméstico, a fragilidade a que essas trabalhadoras e trabalhadores estão expostos. Afinal, são quase5 milhões sem carteira assinada e perto de 2 milhões recebendo até meio salário mínimo.
Falo isso, porque tramita nesta Casa, um Projeto de Lei do Senado, o PLS 160, de 2009, de autoria da senadora Serys Slhessarenko. Ele define que diarista é todo trabalhador que presta servidos no máximo duas vezes por semana para o mesmo contratante e recebendo o pagamento pelos servidores prestados no dia da diária e sem vínculo empregatício. A proposição estabelece também que o diarista comprove contribuição ao INSS como autônomo ou funcional.
Nesta proposição está implícito que todos que prestam serviço para o mesmo patrão três vezes por semana ou mais deverão exigir a carteira assinada, a contribuição previdenciária, férias anuais e 13º salário. Isto significa segurança jurídica, reconhecimento e formalização da profissão.
É importante considerar que a precarização do trabalho não afeta somente esses mais de 6,6 milhões de mulheres e homens. Ele tem ação direta sobre a economia, a previdência social do País.
Diz a senadora em sua justificação: É hora de resgatarmos a dignidade do trabalho doméstico de forma definitiva, reconhecendo o trabalho da mulher, contingente majoritário neste segmento.
Outra iniciativa da senadora Serys, complementar a este contexto e que já está nesta Casa é proposição que flexibiliza a contribuição previdenciária desses trabalhadores.
O projeto reduz as contribuições previdenciárias pagas pelo empregador e pelo doméstico. Pela proposta, tanto o patrão como o empregado pagariam 6%, cada um de contribuição. Hoje o empregador paga 12% e o empregado, 8%, 9% ou 11%. Assim, a contribuição total, que hoje é de 20% a 23%, cairia para apenas 12%.
Meus queridos, esta é uma proposta que atende os interesses das duas partes, e do País, pois essas trabalhadoras terão acesso aos direitos trabalhistas, assegurados pelo vínculo formal: a carteira assinada. Terão rendimentos mais justos e o fortalecimento da proteção social.
Estas são as principais razões para as quais eu peço a atenção e o voto favorável de todos desta Casa a estes dois projetos ora em tramitação.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigada.”