Após euforia, Bovespa cai 1,6% e dólar sobe a R$ 1,783
Um dia após a euforia que tomou conta do mercado por causa do anúncio de um bilionário pacote para ajudar os países da zona do euro, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofreu um tropeço nesta terça-feira. O Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) fechou em queda de 1,57%, aos 64.424,89 pontos.
Publicado 11/05/2010 18:54
No dia anterior, a Bolsa havia registrado alta de 4,11%. Analistas dizem que os investidores aproveitaram para embolsar os ganhos, vendendo as ações que se valorizaram ontem. Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumula perda de 3% no mês e 4,6% no ano.
Dólar em alta
O dólar comercial fechou em alta de 0,34%, cotado a R$ 1,783 na venda. O Banco Central (BC) voltou a comprar moeda americana em leilão no mercado à vista. De acordo com comunicado do Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), a operação teve início às 15h46 e terminou às 15h56. A taxa aceita ficou em R$ 1,78.
Na segunda-feira, a euforia que tomou conta do mercado fez o dólar registrar sua maior queda diária desde novembro de 2008, quando fechou em baixa de 4%, cotado a R$ 1,777.
Queda na Ásia e Europa
Nesta terça-feira, entretanto, as principais Bolsas asiáticas e européias caíram, com o pacote de resgate financeiro não conseguindo dissipar as dúvidas sobre a capacidade da Grécia e de outros países da zona do euro de reduzir o déficit orçamentário.
"Mesmo que um dos piores cenários –uma moratória grega– tenha sido afastado por ora, em muitas formas a solução dos problemas maiores foi somente adiada e novas questões podem surgir em Portugal ou na Espanha", disse Nagayuki Yamagishi, estrategista na Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities.
Expansão de 17,8% na China
Diante de uma agenda esvaziada, os indicadores chineses ganham destaque, em especial o de inflação. O índice de preços ao consumidor no país teve acréscimo de 2,8% em abril, no comparativo com um ano antes.
Este foi o avanço mais expressivo neste ano, afirmou Alaistair Chan, economista associado da Moody´s Analytics. A produção industrial chinesa expandiu-se 17,8% em abril, perante igual mês de 2009. A taxa ficou 0,3 ponto percentual abaixo daquela apurada em março.
"A leitura mais geral dos dados mostra que a taxa de inflação continua alta, apesar de a China ter aumentado os juros e os compulsórios, e de ter feito algumas restrições ao crédito. A leitura é de que ainda pode haver novos apertos no país", observou o diretor da corretora Ágora, Álvaro Bandeira.
Com agências