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Bolsa paulista cai 1,89% e chega ao menor nível em oito meses

A reação negativa do mercado à ofensiva da Alemanha para deter a especulação contra a zona do euro levou o principal índice da Bovespa ao quinto pregão consecutivo no vermelho, para o menor nível em oito meses. O Ibovespa fechou a quarta-feira com recuo de 1,89%, descendo abaixo dos 60 mil pontos (marcando 59.689 pontos), patamar mais baixo desde 15 de setembro do ano passado.

O movimento foi lastreado numa sessão movimentada, com giro de R$ 8,77 bilhões, um dos maiores de 2010 em pregões regulares. "Qualquer medida de restrição que for tomada agora vai ser mal recebida pelo mercado", resumiu Renato Tavares, operador da Intrader Investimentos.

Alemanha

O mote foi a decisão da Alemanha de proibir grandes bancos do país de operar com vendas a descoberto de bônus denominados em euro, credit default swaps e ações, num esforço para conter a derrocada dos mercados da região.

O principal índice acionário europeu fechou abaixo de mil pontos, voltando aos níveis em que estava antes do anúncio do pacote de US$ 1 trilhão para tentar impedir que a crise da Grécia se alastrasse pela União Europeia.

Mercado engessado

Segundo analistas, enquanto não surgem sinais que justifiquem uma expectativa mais positiva em relação à economia europeia, os investidores seguem dando mais atenção à parte "meio vazia do copo" de notícias para desfazer posições em ativos considerados de risco.

A medida alemã, que pode ser copiada por outros países, foi lida como interferência do governo nos mercados, que ficam com suas estratégias de proteção contra riscos engessadas.

Reação em cadeia

"Na verdade, o que há é a gradual constatação de que a Europa vai desacelerar, provocando uma reação em cadeia no mundo, o que pede um realinhamento dos mercados, provavelmente em patamares ainda mais baixos do que o de agora", disse o chefe de pesquisa de uma corretora em São Paulo, sob condição de anonimato.

Na bolsa paulista, esse ajuste foi calibrado mais uma vez por zeragem de posições de grandes fundos após perdas maciças com apostas em ativos com alavancagem. Um dos destaques negativos do Ibovespa, Itaú Unibanco desabou 5,1%, a R$ 33,20, após a informação veiculada na véspera à noite de que o Bank of America vai vender a fatia de 5,4% que detém no capital do banco brasileiro.

"Esperamos que este anúncio traga volatilidade para as ações preferenciais do Itaú no curto prazo", avaliou a Ativa Corretora em relatório. A expectativa de gradual diminuição dos volumes de negócios no mercado acionário, depois da série de baixas, pesou sobre BM&FBovespa, que caiu 5,4%, a R$ 10,75.

Diante desse cenário, nem mesmo uma alta dos preços do petróleo foi suficiente para sustentar o papel preferencial da Petrobras, que caiu 2,3%, a R$ 28,55. Recuperações pontuais impediram que o Ibovespa ficasse ainda mais deprimido. A principal delas foi B2W, que tinha sido alvo de vendas maciças de fundo que estava fortemente alavancado. O papel subiu 5,3%, a R$ 30,23, após um tombo de 7,9% na véspera.

No mesmo time, o papel ordinário da TIM ganhou 3,3%, a R$ 6,60. A companhia foi citada em relatório do BTG Pactual como melhor aposta no Brasil no mercado de operadoras de telefonia móvel.

Com agências