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Dados da economia americana seguem derrubando bolsas

A trajetória dos mercados nesta quarta-feira repetiu a do último pregão. Números desanimadores da economia americana pressionaram as bolsas, dando nova força para a preocupação dos investidores em relação a um "duplo mergulho" na recessão.

Atentos ao cenário externo, os agentes fugiram da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que consolidou o quinto dia negativo de queda, embora o mercado americano tenha fechado em alta, com uma correção dos preços.

O Ibovespa chegou a cair 1,52%, mas encerrou os negócios com baixa de 0,54%, aos 64.803 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 5,474 bilhões.

Em Wall Street, após quatro pregões de perdas, o índice Dow Jones teve alta de 0,20%, o Nasdaq registrou valorização de 0,84% e o S & P 500 subiu 0,33%.

Sem estímulos

Ao julgar pela agenda de indicadores, o mercado realmente não teve nenhum estímulo para as compras nas bolsas.

O Departamento do Comércio americano revelou que os novos pedidos de bens duráveis no país subiram 0,3% em julho. Apesar de ter sido a primeira alta em três meses, o número veio abaixo do crescimento esperado de 3% para o período.

Imóveis encalhados

Além disso, a instituição ainda divulgou que as vendas de casas novas nos EUA recuaram 12,4% em julho, para uma taxa anualizada ajustada de 276 mil unidades. Era esperada a manutenção do indicador no mês passado.

Diante desses dados, as bolsas americanas operaram em queda ao longo da maior parte dos negócios, mas, à tarde, conseguiram inverter o rumo das operações, evitando a perda dos 10 mil pontos do índice Dow Jones.

"Os dados americanos foram muito fracos e o mercado sentiu bastante num primeiro momento, mas as bolsas mostraram alguma correção técnica, gráfica. Por aqui, o dia não contou com novidades, já que os papéis da Vale e da Petrobras voltaram a pesar", comentou o economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto.

Sem confiança

"De toda forma, o mercado segue sem confiança e seu próximo foco é o resultado do PIB americano e o discurso de Bernanke [presidente do Fed, o banco central dos EUA] na sexta-feira", apontou o economista.

No front nacional, as ações da Petrobras e da Vale chegaram a operar com queda superior a 1%, mas diminuíram as perdas ao longo da segunda etapa dos negócios, acompanhando a trajetória do Ibovespa.

No caso da Petrobras, o mercado está à espera da definição do preço do barril de petróleo na cessão onerosa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse hoje que tomará uma decisão política no processo. Nesta tarde, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, volta a reunir representantes do governo e da Petrobras para tentar, mais uma vez, chegar a um consenso sobre o preço do barril que definirá o montante a ser alavancado na operação financeira envolvendo a estatal.

Nesta quarta-feira, as ações PN da Petrobras movimentaram R$ 556,1 milhões e recuaram 0,22%, a R$ 26,08. Já os papéis PNA da Vale perderam 0,96%, a R$ 40,93, com total negociado de R$ 678,4 milhões. Com o terceiro maior volume do dia, as ações PN do Itaú Unibanco giraram R$ 198,9 milhões, e caíram apenas 0,05%, a R$ 36,60.

Entre os papéis que integram o Ibovespa, as maiores altas ficaram com as ações Braskem PNA (4,43%, a R$ 15,30), MMX ON (3,29%, a R$ 12,55) e Duratex ON (2,93%, a R$ 17,91). Além disso, os papéis ON da BM & FBovespa ainda subiram 1,93%, a R$ 12,65.

Já as principais baixas partiram de ações de empresas ligadas ao ambiente doméstico, como Rossi Residencial ON (-3,36%, a R$ 15,51), Lojas Renner ON (-3,36%, a R$ 54,57) e Cesp PNB (-3,78%, a R$ 25,45).

Fora do Ibovespa, destaque para as ações ON da Redentor Energia, que estrearam no Novo Mercado com valorização de 37,27%, a R$ 7,55, e forte volume negociado de R$ 41,6 milhões.

A Redentor foi criada a partir de uma cisão da Equatorial Energia, abrigando a parcela de patrimônio líquido correspondente à participação da Equatorial na Rio Minas Energia (RME). Os papéis ON da Equatorial despencaram 13,42% nesta jornada, cotados a R$ 10,9.

Fonte: Beatriz Cutait para Valor