Movimentos sociais não apresentam suas bandeiras
O desenrolar da campanha rumo à eleição desse ano tem revelado uma possível mudança de tática dos movimentos sociais. Até agora, exceto entidades do setor primário, nenhum outro apresentou sua plataforma eleitoral contendo as principais reivindicações dos segmentos que representam. A candidatura de nomes-chaves de cada segmento parece ser a atenção especial da sociedade civil organizada no pleito 2010.
Publicado 25/08/2010 19:07 | Editado 04/03/2020 16:12

A eleição 2010 no Amazonas tem sido marcada, por um lado, pela ausência da intervenção dos movimentos sociais, mas, por outro, pela possibilidade que os mesmos têm de viabilizar eleição de candidatos com o histórico de compromisso com as causas do movimento popular.
O exemplo mais emblemático disso é o da candidata ao Senado Vanessa Grazziotin (PCdoB). O crescimento da comunista na disputa ameaça à reeleição de Arthur Virgilio Neto (PSDB), que nos últimos anos foi a principal voz da direita para vociferar contra o governo Lula.
O jurista Francisco Balieiro chegou a afirmar, via twitter, que a eleição de Vanessa é a primeira com bases reais no movimento social numa disputa a cargo majoritário.
Outros candidatos ligados aos movimentos
A candidatura do ex-titular da Secretaria de Estado da Produção Rural (PCdoB) Eron Bezerra à Câmara Federal é outro exemplo da unificação de forças sociais em torno de um candidato. Eron é deputado estadual pelo quinto mandato consecutivo e caracterizou sua atuação pela proximidade com os trabalhadores, estudantes, indígenas e na defesa da exploração independente dos recursos da Amazônia.
O assento de Eron no parlamento estadual tem sido disputado por vários líderes dos movimentos sindical, feminista, estudantil e rural.
A candidatura da presidente reeleita da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM) Maria das Neves, do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil no estado (CTB-AM) Valderli Bernardo, e do dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos Edilon Queiroz são bons exemplos disso.
Cultura resiste
Navegando contra a maré, artistas de vertentes variadas se organizam para apresentar sua plataforma de reivindicações aos candidatos a governo.
Nacionalmente reunidos sob a bandeira do Partido da Cultura, ou simplesmente PCULT, ativistas da cultura farão uma grande reunião no dia 31 de agosto para definirem quais serão as bandeiras de lutas que irão priorizar no documento que tornarão público antes do dia 3 de outubro.
Apesar do nome “partido”, a organização é suprapartidária e aglutina inclusive militantes que não são filiados a nenhuma agremiação partidária
De Manaus,
Anderson Bahia