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Cristina Kirchner irá à Justiça para denunciar os crimes da mídia

O governo da presidente Cristina Kirchner, em sua corajosa e admirável luta contra o golpismo histórico da grande mídia argentina, denunciará à Justiça o Clarín e o La Nación. A denúncia será acompanhada de pedido de prisão preventiva do diretor de redação do La Nación, Bartolomé Mitre, e dos principais acionistas do Clarín, Ernestina Herrera de Nobre e Héctor Magneto.

A acusação é gravíssima: segundo Cristina, os dois jornais foram cúmplices de sequestro e tortura de membros da família Graiver — que, em 1976, foram obrigados, ilegalmente, a vender a empresa Papel Prensa a esses veículos. No mesmo ano, David Graiver, antigo dono da indústria — que é a principal fornecedora de papel de imprensa na Argentina — morreu em um acidente de avião cujas causas nunca foram esclarecidas.

Sua viúva, Lidia Papaleo de Graiver, e também o governo argentino denunciam que tanto o Clarín quanto o La Nación agiram ao lado dos militares na década de 1970 para perseguir a família. Os donos dos diários também serão acusados de participação no sequestro e assassinato de Jorge Rubinstein, advogado de Graiver.

Segundo a presidente, os dirigentes serão acusados de serem cúmplices em pelo menos cinco crimes: extorsão, ameaça, privação ilegítima de liberdade, sequestro e homicídio. O diretor de Comunicações Externas do Clarín, Martín Etchevers, afirmou que, para refutar as acusações do governo, o departamento jurídico da empresa já possui testemunhas e provas.

O conflito entre o governo e as duas maiores empresas de jornalismo do país levou agentes federais a vasculhar antigas histórias do tempo da ditadura militar, como a adoção irregular de filhos de militantes esquerdistas assassinados. Caso a Justiça aceite o pedido do governo — preparado sob responsabilidade da Secretaria de Direitos Humanos e pela Procuradoria do Tesouro —, os diretores dos impressos poderão ser condenados à prisão perpétua.

A disputa tem provocado manifestações da sociedade. Na segunda-feira (20), milhares de pessoas saíram às ruas em Buenos Aires para apoiar o governo Kirchner e exigir o cumprimento da lei da mídia.

Da Redação, com agências