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Miami, fio condutor do frustrado golpe no Equador

O vice-chanceler equatoriano, Kintto Lucas, denunciou na última sexta (08), em Quito, os chamados à sublevação interna feitos a partir de Miami, pelo ex-presidente Lucio Gutiérrez, sete dias antes da tentativa golpista de 30 de setembro.

Em 23 de setembro, no Instituto Interamericano pela Liberdade e a Democracia, em Miami, Estados Unidos, Gutiérrez dissertou sobre "o socialismo do século 21 e a crise no Equador", e delineou a necessidade de "tirar" do poder o presidente Rafael Correa.

Para Lucas, esse traçado é uma tentativa desestabilizadora feita sete dias antes da sublevação policial no país, a qual, avaliou, deve ser investigada, pois esta data nos EUA e os fatos de 30 de setembro têm uma vinculação importante.

Em declaraçãoes ao programa de rádio "O poder da palavra", do periódico Ecuadorinmediato, Lucas revelou um fato não difundido o suficiente: a reuinião que Carlos Alberto Montaner manteve, nesse mesmo 23 de setembro, no mesmo instituto, com outros contrarrevolucionários cubanos.

"Sabemos quem são esses grupos cubanos e a vinculação que tiveram com outros setores de ultra-direita em distintos países", colocou. Em princípio, pode parecer "só uma conferência", disse, mas reitrerou que Gutiérrez "deixa claramente estabelecida a necessidade de que é preciso tirar o presidente Correa", e a essa data se somou o coronel Mario Pazmiño, ex-chefe de inteligência militar em seu governo.

Uma das coisas que foram tatadas pelo ex-presidente e líder do opositor Partido Sociedade Patriótica é que "a tropa está descontente e um dos motivos é pela aproximação com os governos de esquerda e a vinculação com as Farc".

Outra das causas de descontentamento militar, disse Gutiérrez, é o desmantelamento dos aparatos de inteligência. Ele afirmou que "o coronel Mario Pazmiño (acusado pela imprensa de vínculos com a CIA) foi um dos que sofreu isso".

Lucas mencionou outros pronunciamentos de Gutiérrez, em um vídeo disponível no Youtube, sobre "vários fatos que vão se juntando para dizer que o Equador é um país ingovernável, motivo pelo qual seria necessário retirar o governo atual", ainda que tenha deixado claro que não utiliza a expressão golpe de Estado.

Apesar de não ter se consumado a tentativa de derrubar o governo de Rafael Correa, sublinhou Lucas, a ideia era manter essa instabilidade e saber em que momento poderiam promover outra intentona.

Fonte: Cuba Debate