Vitória da centro-esquerda e revés do neoliberalismo no Peru
A confirmação da eleição da candidata de centro-esquerda Susana Villarán como prefeita da capital peruana foi mais um revés para o presidente Alan García, afirmou hoje o analista político Alberto Adrianzén.
Publicado 27/10/2010 09:37
Em uma análise dos resultados, confirmada nesta terça-feira (26) a derrota da conservadora social-cristã Lourdes Flores e a vitória de Villarán, Adrianzén lembrou que Flores era a candidata preferida do chefe de Estado, que fez vários gestos de apoio a seu favor.
Garcia não pôdeimpedir a vitória da candidata que não era do seu agrado, como ele afirmou que poderia fazer, o que mostra seu pequeno poder de influência, ao que se acrescenta o fato do partido governista Aprista ter ganho apenas um governo regional nas eleições de 03 de outubro, disse Adrianzén.
Segundo o analista, o revés governamental e aprista se deve à aversão do eleitorado ao neoliberalismo que Garcia representa, além do povo não acreditar no discurso oficial, que fala de 150 mil obras e de um crescimento importante da economia.
Para Flores e sua organização, o Partido Popular Cristão (PPC), a derrota significa tornarem-se aliados menores do ex-prefeito de Lima e candidato à presidência, Luis Castañeda, nas eleições gerais de 2011.
Flores acumulou sua terceira derrota eleitoral em uma década, pois nas eleições presidenciais de 2001 e 2006 foi eliminada no primeiro turno, chegando em terceiro lugar, apesar de ter começado como um favorita pelas pesquisas.
Semanas antes das últimas eleições, disse para um jornal local que "se houvesse uma terceira derrota teria que estar ciente de que, sendo muito grata ao povo, o meu papel na vida política teria terminado", embora ainda não tenha dado sinais de recuo.
A vencedora, Susana Villarán, lidera uma coalizão que inclui forças de esquerda, mas limitou essa composição ao âmbito municipal e se recusa a participar de uma frente progressista com esse setor e o Partido Nacionalista nas eleições do ano que vem, ela prefere que nesta disputa o seu partido, Força Social, participe sozinho.
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Luana Bonone