Sem categoria

Tombini afirma que medida visa redimensionar posições cambiais

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse que a medida cambial anunciada nesta manhã visa “redimensionar” a posição dos bancos frente ao giro do mercado de dólar à vista. Ao mesmo tempo, fez um alerta aos empresários e cidadãos, para que tenham cautela em relação a posições devedoras em moeda estrangeira.

Em sua primeira entrevista no comando do BC, Tombini lembrou que em 2008 empresas brasileiras tiveram prejuízos com a virada brusca de direção da taxa de câmbio, que com a crise mundial se desvalorizou rapidamente. Lembrou que o país segue aberto aos fluxos e investimentos estrangeiros e que o regime cambial flutuante oscila "para os dois lados", ou seja, permite tanto a alta quanto a queda da moeda estrangeira.

“Há um ambiente de ampla liquidez internacional. Temos que cuidar do sistema financeiro, mas também os indivíduos precisam ter cautela. É sempre bom lembrar que uma tendência de curto prazo pode mudar de forma repentina”, disse o presidente do BC.

Ele justificou que a medida anunciada hoje, impondo compulsório sobre a posição vendida dos bancos, tem o objetivo de alinhar “o tamanho da posição das instituições financeiras ao giro do mercado à vista.”

Segundo Tombini, o BC entendeu que estava “superdimensionada" a posição vendida dos bancos, que chegou a US$ 16,8 bilhões ao fim de dezembro, frente a um giro diário do mercado à vista em torno de US$ 2 bilhões. Ele não deu resposta objetiva sobre o porquê de a medida ser tomada agora, e não em novembro de 2010, por exemplo, quando os bancos já tinham posição devedora acima de US$ 12 bilhões.

“O Banco Central entendeu que este foi o momento adequado” para adotar a mudança, disse ele. Justificou ainda que a medida só entra em vigor em abril para dar tempo de ajuste às instituições financeiras, “sem tumulto”.

Fonte: Valor