Pacto de 2006 adiou investigações contra cunhado de Alckmin
Um pacto entre políticos de Pindamonhangaba, no Vale do Paríba, para blindar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006 teria retardado o início de investigações sobre o escândalo que envolve Paulo Ribeiro, o Paulão, cunhado do atual governador, em um esquema de tráfico de influência e corrupção.
Publicado 13/01/2011 10:21
O documento subscrito por 11 vereadores da cidade diz expressamente que o prefeito João Ribeiro (PPS), apadrinhado de Alckmin, teria se comprometido a "tomar providências" sobre denúncias de desvios na administração "após as eleições".
O texto foi redigido em 27 de outubro de 2006, a dois dias do segundo turno das eleições presidenciais. Na época, Alckmin disputava o cargo máximo do Estado brasileiro com ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "O objetivo era impedir que (o escândalo) respingasse no Geraldo", conta João Bosco Nogueira, ex-vice prefeito de Pindamonhangaba que rompeu com João Ribeiro após se insurgir contra movimentos de Paulão no governo municipal.
Nogueira afirma ter ouvido do prefeito o compromisso de que adotaria medidas, inclusive demitindo secretários que teriam sido indicados pelo lobista. "Isso aconteceu entre o primeiro turno e o segundo da eleição para a Presidência", relata Nogueira. "O prefeito disse: ''Pode tranquilizar o pessoal (na Câmara). Só não faço nesse momento (demissões) para não atingir a candidatura do Geraldo''."
Fonte: O Estado de S. Paulo