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Baby Doc terá que enfrentar a Justiça, diz presidente do Haiti

O atual presidente do Haiti, René Préval, disse que o ex-presidente haitiano Jean Claude Duvalier, o Baby Doc, tem direito de retornar ao país, mas não pode deixar de enfrentar a Justiça. Em sua primeira declaração sobre a volta de Baby Doc desde que ele reapareceu no país há uma semana, Préval afirmou que o ex-líder não é obrigado a permanecer no exílio, mas não poderá deixar o país até o fim das investigações.

O presidente haitiano deu as declarações em entrevista coletiva durante visita à República Dominicana. "Duvalier tem o direito de retornar ao país, mas sob a Constituição, ele também precisa enfrentar a Justiça", disse Préval. "Se Duvalier não está na prisão agora, é porque ainda não foi julgado."

Préval confirmou que Duvalier não terá permissão para deixar o Haiti até o final do caso na justiça. "Até o momento ele não foi (formalmente) acusado, ele está apenas sob investigação", disse o presidente. "O juiz investigativo tem vários diferentes casos e então precisamos esperar para ver o que a justiça decide".

"O governo faz tudo que pode e agora nós esperamos que a justiça faça seu trabalho", acrescentou Préval.

Baby Doc é acusado de graves violações de direitos humanos durante os 15 anos em que ficou no poder, entre 1971 e 1986, quando se declarava "presidente vitalício". Ele é responsabilizado por inúmeros assassinatos e torturas, bem como pela saída de 100 mil haitianos do país durante seu regime.

Após o retorno ao país, o ex-presidente foi imediatamente processado pela promotoria haitiana por enriquecimento ilícito e corrupção. Ao longo da semana, quatro haitianos vítimas de violações contra os direitos humanos sob o governo dele entraram com ação na Justiça para ver o ex-presidente no banco dos réus.

Na sexta-feira (21), Baby Doc fez um pronunciamento na TV no qual pediu "reconciliação nacional". Ele também fez uma espécie de mea culpa e expressou "profunda tristeza" aos compatriotas que dizem ter sido vítimas do seu governo. O ex-presidente disse ainda que voltou para ajudar na reconstrução do Haiti.

Com agências