Jô denuncia prática lesiva aos trabalhadores

Ao se solidarizar com os trabalhadores da Jabil do Brasil Indústria Eletroeletrônica, instalada na cidade de Betim, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) denunciou a alta rotatividade de mão de obra registrada na empresa.

De 2007 até hoje a Jabil, que é uma empresa norte-americana, já demitiu 1.588 trabalhadores com mais de um ano de serviços prestados, em especial, mulheres. Só na última semana foram 200 demissões.

Em pronunciamento da tribuna da Câmara, a deputada salientou tratar-se de um dado oficial, pois do Departamento de Homologação do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas. Ela alertou ainda para o fato de a situação ir na contramão dos resultados econômicos de Minas Gerais.

No último dia 16, o governador Antonio Anastasia (PSDB) anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) ou seja, a soma de todas as riquezas produzidas no Estado, superou até mesmo a do Brasil, em 3,4 pontos percentuais. Minas apresentou um crescimento real médio de 10,9%, superando a expansão chinesa e indiana, segundo o chefe do executivo mineiro. Fato lembrado por Jô Moraes para rejeitar e denunciar a prática da Jabil. Na última sexta-feira, ela participou do ato de protesto dos trabalhadores na portaria da empresa.

“Minas suplantou as expectativas, recuperou sua atividade econômica, marchou inversamente à crise mundial. Mas a Jabil de Betim, resiste a esta realidade. Agride os trabalhadores, o Sindicato. Agride Minas Gerais e o Brasil ao implantar um regime de alta rotatividade de trabalhadores, afetando milhares de famílias, pois levando à instabilidade, à insegurança. E onde há incertezas nada prospera, o clima é de medo e apreensão. E isto a médio prazo vai incidir até mesmo sobre a economia de Betim, de Minas Gerais”, afirmou.

Durante discurso, ela também denunciou a prática à Comissão de Trabalho da Câmara e ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Eis a íntegra do pronunciamento da deputada Jô Moraes:

“Senhor presidente, senhoras e senhores deputados,

Venho aqui manifestar publicamente minha solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da Jabil do Brasil Indústria Eletroeletrônica do grupo norte-americano Jabil, instalada na cidade de Betim, na região metropolitana de minha Belo Horizonte. Na última sexta-feira (18), participei de uma manifestação do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e região contra a imensa rotatividade de trabalhadores naquela fábrica, em especial de mulheres. Na última semana foram 200 demissões.

De 2007, quando a empresa foi instalada em Betim, até hoje, nada menos do que 1.588 trabalhadores com mais de um ano de casa foram demitidos. Este dado é do Departamento de Homologação do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas. Ou seja, é oficial. E isto ocorre quando Minas Gerais extrapola todos os índices de expansão dos últimos 15 anos.

O Produto Interno Bruto de Minas Gerais de 2010 apresentou um crescimento real médio de 10,9%, superando em 3,4 pontos percentuais o resultado do Brasil, que foi de 7,5% . Ou seja, Minas suplantou as expectativas, recuperou sua atividade econômica, marchou inversamente à crise mundial. Superou o dinamismo da China e da Índia, como afirmou o próprio governador do Estado, Antonio Anastasia.

Mas a Jabil de Betim, resiste a esta realidade. Agride os trabalhadores, o Sindicato, agride Minas Gerais e o Brasil ao implantar um regime de alta rotatividade de trabalhadores, afetando milhares de famílias, pois levando à instabilidade, à insegurança. E onde há incertezas nada prospera, o clima é de medo e apreensão. E isto a médio prazo vai incidir até mesmo sobre a economia de Betim, de Minas Gerais.

Quero aproveitar a oportunidade de estar nesta tribuna para denunciar a prática nociva da Jabil à Comissão de Trabalho desta Casa e também ao Ministério do Trabalho. Dignidade, como bem destacou o dirigente sindical, Marcelino da Rocha, é fundamental. Não aceitamos em nossa Minas Gerais, em nosso Brasil as ditas, “fábricas de emprego descartável”. Os tempos são outros, Minas e o Brasil já avançaram enormemente na produção, no emprego, nas condições de vida e de trabalho.

O escravagismo há muito ficou para trás. Não vamos retroceder!