Carlin indaga sobre estratégias de valorização dos artistas
O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais já pode analisar a indicação de Solanda Steckelberg Silva para o cargo de presidente da Fundação Clóvis Salgado (FCS), feita pelo governador Antonio Anastasia. Ela foi sabatinada pelos deputados da comissão especial criada para dar parecer sobre a indicação, nesta terça-feira (5/4/11).
Publicado 06/04/2011 09:39 | Editado 04/03/2020 16:50
Solanda destacou que a fundação continuará investindo na interiorização de suas atividades e que um grupo de trabalho está fazendo um diagnóstico da situação dos servidores da Orquestra Sinfônica, da Companhia de Dança e do Coral Lírico, a ser encaminhado ao governador, com propostas de valorização desses grupos. A FCS completa 40 anos em 2011.
Sobre essa arguição, Solanda avaliou ser um processo importante, um momento em que aqueles que lidam com recursos e ações públicas são chamados a falar ao Legislativo. "A cultura não é a cereja do bolo; é o trigo, a liga do bolo", disse, enfatizando que a cultura é uma política pública transversal, que dialoga com áreas como meio ambiente e esportes e que é essencial para o desenvolvimento de um país.
Um corpo técnico define mapas de viagens, pautadas pela interação com prefeituras e comunidades artísticas; e há também visitas técnicas a prefeituras. "Podemos ter, sim, uma atuação mais pró-ativa, agindo em bloco, por meio do sistema estadual de cultura", afirmou, em resposta à solicitação do relator de mais apoio e de mais possibilidades de suporte técnico aos municípios por parte da fundação. Além de relator da comissão especial, Veneroso integra a Comissão de Cultura.
Quem é a indicada – Solanda Steckelberg Silva é a atual presidente da Fundação Clóvis Salgado. Antes, ocupou cargos de diretoria e gerência na Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, foi assessora da Secretaria de Comunicação da Presidência da República e consultora e empresária na área de cultura. Formada em Jornalismo e em Relações Públicas pela PUC Minas, tem pós-graduações em Comunicação e Gestão Empresarial e em Gestão do Patrimônio Cultural.
Deputado indaga sobre estratégias de valorização dos artistas
O deputado Carlin Moura (PCdoB) questionou a indicada sobre a política de valorização dos integrantes da Orquestra Sinfônica, da Companhia de Dança e do Coral Lírico. Ele lembrou audiências públicas promovidas pela ALMG para ouvir reivindicações dos artistas, que se queixavam de baixos salários e da falta de concurso público para repor quadros, além de apontarem a necessidade de plano de cargos e salários compatível com as carreiras.
O parlamentar também mencionou a polêmica envolvendo a existência de duas orquestras: a Filarmônica (que, segundo ele, teria sido criada por parceria público-privada) e a Sinfônica, formada pelo quadro permanente.
Em resposta às indagações, a indicada Solanda Silva informou que deverá concluir suas atividades neste semestre o grupo de trabalho encarregado do diagnóstico da situação dos chamados "corpos artísticos permanentes". O resultado será encaminhado ao governador Antonio Anastasia. Em entrevista à imprensa, Solanda sinalizou que, do trabalho, poderá sair uma proposta de novo plano de cargos e salários.
Preço dos ingressos – O deputado Carlin Moura questionou a indicada sobre os preços dos ingressos de espetáculos no Palácio das Artes, que integra a fundação. Ele se disse preocupado com o fato de que a grande parcela da sociedade não tem acesso a grandes espetáculos, cujo custo de produção é alto. Em resposta, Solanda lembrou que, mesmo nesses eventos, há tentativas de subsídios. Mencionou ainda os eventos gratuitos e subsidiados da programação do Palácio das Artes, bem como os ensaios gratuitos, abertos aos mais carentes.
Mais sobre a fundação – A Fundação Clóvis Salgado é um órgão público vinculado à Secretaria de Estado de Cultura. Integram-na o Palácio das Artes, a Serraria Souza Pinto, o Centro de Arte Contemporânea e Fotografia (em Belo Horizonte) e o Centro Técnico de Produção (em Sabará). Nos seus teatros, cinema e galerias, realiza apresentações e experimentação das artes, além de ações de inclusão social em parceria com escolas, entre outras atividades. Segundo o site da FCS, em 2008 foram realizados 2,7 mil eventos, na Capital e no interior. Em seu complexo artístico e cultural, a fundação reúne também o Centro de Formação Artística (Cefar) e os Corpos Artísticos Permanentes (Orquestra Sinfônica, Companhia de Dança e Coral Lírico). O orçamento da fundação, em 2011, é de R$ 39,4 milhões.
Fonte: ALMG